Diástase abdominal – O que é, tratamento, exercícios e cirurgia

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A diástase abdominal é um problema bastante comum, que atinge em sua maior parte mulheres jovens, e pode causar sintomas bastante incômodos.

Mas, diferente do que se pensa, o tratamento da diástase abdominal, a depender do caso, pode ser feito sem a realização de cirurgia, como veremos mais adiante.

Então, a seguir vamos entender o que é a diástase abdominal, suas causas e sintomas, além de aprender alguns exercícios para tratar e prevenir o problema.

Veja também: Cirurgia para curar diástase abdominal – Como é, cuidados e dicas

O que é a diástase abdominal?

diástase abdominal
Abdômen normal (esq.) e abdômen com diástase (dir.)

De forma simplificada, a diástase abdominal é causada pelo afastamento dos músculos retos abdominais e do tecido conjuntivo da região, sendo uma das causas mais comuns de flacidez abdominal

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Em geral, a diástase tem início ainda durante a gestação, como uma forma de acomodar o bebê em crescimento, embora seja mais evidente imediatamente após o parto. 

E apesar da separação entre os músculos começar a diminuir nos meses que se seguem ao nascimento do bebê, alguns centímetros de separação podem ainda estar presentes por muito mais tempo.

Outro ponto importante é que, apesar de ser um problema que atinge principalmente mulheres que já tiveram filhos, a diástase abdominal pode ocorrer também em homens, crianças e mulheres sem filhos.

Causas

Uma das principais causas da diástase abdominal é a falta de fortalecimento dos músculos desta região. Mas, ao contrário do que pode parecer, o excesso de exercícios abdominais também pode ser uma das causas do problema, quando realizados de forma exagerada e sem a orientação adequada.

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Além disso, existem outros fatores de risco associados ao aparecimento da diástase abdominal. São eles:

  • Múltiplas gestações
  • Idade superior a 35 anos
  • Já ter dado à luz a um bebê com peso acima da média
  • Gestação de gêmeos
  • Obesidade abdominal
  • Histórico de cirurgias abdominais

Diagnóstico

barrigas flácidas
A suspeita do problema vem de sintomas como a fraqueza e flacidez abdominal

O diagnóstico de diástase abdominal é feito sempre por um médico, através da avaliação física da musculatura abdominal.

Além disso, o médico pode também solicitar a realização de exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia computadorizada, para avaliar a severidade do problema.

Entretanto, a suspeita do problema ocorre a partir de alguns sintomas, como:

  • Fraqueza e flacidez abdominal
  • Dor nas costas
  • Presença de uma saliência no abdômen, principalmente ao levantar algum objeto pesado
  • Desconfortos gástricos 

Diagnóstico caseiro

Apesar de apenas o médico poder diagnosticar a diástase, é possível realizar um teste caseiro para avaliar o afastamento dos músculos retos abdominais: 

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  • Primeiro, deite no chão, com a barriga para cima.
  • Depois, retire as costas do chão, flexionando o tronco levemente até ficar em um ângulo de 30 graus, como se estivesse fazendo um abdominal. Isso vai contrair os músculos da região do abdômen e evidenciar uma possível diástase.
  • Quando estiver nessa posição, passe a mão sobre o abdômen, na região da linha alba, e verifique a presença de um pequeno espaço separando os dois lados da musculatura abdominal.

Um espaçamento de 1 a 2 dedos pode ser considerado normal e muito provavelmente retornará ao padrão pré-gravidez com alguns exercícios específicos. 

Já uma distância de 3 a 4 dedos entre os músculos pode ser indicativa de diástase abdominal mais severa, situação que irá necessitar de uma atenção especial.

Vale lembrar que, como o corpo necessita de um certo tempo para retornar ao normal após o parto, recomenda-se fazer o teste acima somente seis meses após o nascimento do bebê.

Tratamento

O tratamento da diástase abdominal irá depender da severidade da condição, e pode envolver o uso de diferentes metodologias:

  • Nas situações de uma diástase leve, com até 2 dedos de espaçamento, é possível reverter o quadro com exercícios de fortalecimento feitos em casa ou procedimentos estéticos menos complexos, como a drenagem linfática, a carboxiterapia ou mesmo a tradicional acupuntura.
  • Já para as situações em que o músculo encontra-se amplamente dividido, a opção pode ser o tratamento cirúrgico para realinhar a musculatura. 

Exercícios

Um dos mitos mais comuns sobre a diástase abdominal é que ela não tem cura em nenhuma situação. 

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Mas, na verdade, é possível minimizar o risco da doença como também existem maneiras de diminuir o espaço entre os músculos abdominais através de exercícios localizados (nos casos de diástase mais severa os exercícios podem atenuar, mas não revertem o quadro).

O fortalecimento do músculo abdominal mais profundo, conhecido como músculo transverso do abdômen, pode ajudar a prevenir a diástase abdominal e também diminuir o espaçamento entre os músculos.

Assim, vamos agora conhecer alguns exercícios para prevenir e tratar a diástase abdominal:

1. Fortalecimento pélvico (exercício de Kegel)

  • Primeiro, deite com as costas em um colchonete no chão e flexione os joelhos.
  • Depois, coloque as mãos espalmadas no chão e eleve a pelve, mantendo os pés e a cabeça no chão.
  • Então, retorne à posição inicial e repita o movimento.

Faça pelo menos 50 repetições por dia.

Importante: Mantenha os músculos da região vaginal contraídos durante o exercício.

2. Prancha frontal

  • Em cima de um colchonete, posicione-se de barriga para baixo. Apoie os cotovelos, as mãos e as pontas dos pés no chão. Os ombros devem ficar alinhados aos cotovelos e o quadril deve ficar alinhado ao corpo, sem descer ou ficar alto demais. As mãos devem estar entrelaçadas uma na outra. Eleve o tronco e fique na posição de prancha.
  • O exercício consiste em permanecer na posição acima enquanto mantém o abdômen contraído por 30 segundos.

Recomenda-se fazer três repetições da prancha frontal.

3. Prancha lateral

prancha lateral
  • Em cima de um colchonete, posicione-se de lado, com as pernas unidas e os joelhos estendidos. Apoie um cotovelo e um antebraço no chão. Mantenha o cotovelo na direção do ombro. A mão que estiver livre pode ser apoiada na cintura ou ficar estendida.
  • Eleve o quadril lateralmente e mantenha a posição com o abdômen contraído por 30 segundos.

Recomenda-se fazer três repetições da prancha lateral. 

Outros exercícios 

Os vídeos abaixo trazem outros exemplos de exercícios para a diástase abdominal que podem ser feitos antes, durante e a após a gestação:

Cirurgia para diástase abdominal

cirurgia de diástase abdominal
A cirurgia de diástase deve ser considerada como último recurso

A cirurgia para o tratamento da diástase abdominal deve ser considerada somente como o último recurso, pois é um processo invasivo que necessita de anestesia e pode assim trazer riscos à paciente.

A técnica mais comum para a cirurgia de diástase abdominal consiste em uma incisão na porção inferior do abdômen, que promove o descolamento do tecido até a altura do umbigo ou, em casos específicos, até um pouco acima.

Em seguida ao corte, o cirurgião plástico irá fazer uma reaproximação dos lados esquerdo e direito do músculo reto abdominal, que serão fixados por uma pele que recobre a musculatura, de maneira semelhante à uma cinta.

Além disso, durante o procedimento também é possível diminuir o volume do abdômen e redefinir a cintura, através da realização da abdominoplastia associada à cirurgia de diástase abdominal.

O tempo de recuperação da cirurgia pode variar bastante e irá depender do grau de diástase e do potencial de cicatrização de cada organismo. Mas no geral são necessários alguns meses para que o corpo volte à sua forma pré-gestação.

Prevenção

Apesar de não ser possível evitar a diástase abdominal em 100% dos casos, um dos melhores tratamentos para a condição ainda é a prevenção.

Assim, as principais recomendações são:

  • Exercícios de fortalecimento da parede abdominal, de preferência feitos com a orientação de um profissional habilitado.
  • Adoção de uma dieta balanceada, para auxiliar na perda de peso.
  • Evitar o ganho excessivo de peso durante a gestação.

Outro ponto importante é que a prática de exercícios durante a gravidez e no pós parto é possível e indicada, desde que feita de forma segura e com orientação profissional.

Dicas e cuidados

Como vimos, a diástase abdominal é uma condição comum, que pode ocorrer principalmente após o parto. Assim, os maiores cuidados devem ser tomados antes, durante e depois da gravidez.

Mas não tenha pressa de voltar à forma pré-gestação, pois o corpo necessita de tempo para se ajustar, iniciar a produção de leite e normalizar o equilíbrio hormonal.

Além disso, durante a amamentação, fazer exercícios pesados ou dietas restritivas pode colocar a saúde em risco.

Por isso, separamos algumas dicas para esse período da vida:

  • Dê preferência para exercícios leves de fortalecimento, que utilizem o peso do próprio corpo.
  • Evite os exercícios abdominais convencionais, sobretudo aqueles que exigem rotação de tronco e quadril, pois eles poderão agravar ainda mais o quadro de diástase abdominal pós gravidez.
  • Opte por atividades mais leves, como a natação e a caminhada, que ajudam no emagrecimento e na melhora da resistência física.
  • Outra dica para prevenir a diástase abdominal é tomar cuidado com a postura durante a gestação. Apesar dos desconfortos da gravidez, mantenha uma postura firme e tente prestar atenção à maneira como anda, senta e se deita.
  • Embora não existam estudos que comprovem sua eficácia, muitos especialistas indicam o uso da cinta abdominal, para diminuir os riscos de diástase após a gestação e também melhorar a recuperação muscular no pós-parto.

Por fim, o ideal é sempre conversar com seu médico sobre a possibilidade de desenvolver diástase abdominal, em especial se você tem um ou mais dos fatores de riscos mencionados anteriormente.

Fontes e referências adicionais

Você sofre de diástase abdominal pós-gravidez? Como descobriu essa condição? Como tentou fazer o seu tratamento? Comente abaixo.

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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36 comentários em “Diástase abdominal – O que é, tratamento, exercícios e cirurgia”

  1. Tenho diastase são entre 8 a 9 dedos de afastamento do músculo, tive 5 gestações… não consigo fazer abdominais, sinto dores e câimbras insuportáveis parece q vai dar um nó e duram de 10 a 15 segundos… gostaria de saber se o sus faz essa cirurgia… Obrigada

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  2. Eu tenho Diastase, queria saber se não fizer o tratamento oq acontece. E tbm se tem exercício q eu possa fazer em casa…

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  3. Bom dia! Tenho 31 anos e uma filha de 6 anos, quando estava grávida descobri que tinha Diastase abdominal e hérnia umbilical, após o parto tive 3 crises de dor por conta da Hérnia aí fiz a cirurgia…Mas a Diastase não fiz nada, usava somente uma cinta, voltei a malhar e fazia abdominal todos os dias e não obtive melhoras 🙁 . Atualmente não faço musculação somente funcional e vou fazer pilates, pois pesquisei e vi que ajuda a fortalecer os músculos do abdômen. Estou só fazendo um comentário sobre meu problema caso seja parecido com o de alguém pra compartilharmos nossos tratamentos e resultados.

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    • Renata entra nesse perfil da gesele monteiro ela.é personal gestante especializada em diastase https://instagram.com/gizelemonteiro?utm_source=ig_profile_share&igshid=x7hg1kubnrtk

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