Potássio alto ou baixo demais – Sintomas e o que fazer

Em quantidades certas, o potássio é um mineral fundamental para o organismo. No entanto, o que será que acontece quando os seus níveis estão acima ou abaixo do adequado? Para quem está em dúvida se ter potássio baixo ou apresentar potássio alto é grave, é importante saber que esse é um questionamento muito válido!

Por isso, vamos conhecer o que é e o que significa possuir um nível de potássio alto ou baixo demais no organismo, quais são os sintomas observados e o que fazer quando uma dessas situações é diagnosticada.

Potássio

O potássio, representado na tabela periódica e nos rótulos dos produtos pela letra K, é um mineral encontrado em diversos alimentos como: abacate, bananas, abóboras, espinafre, laranjas e beterrabas.

O nutriente é conhecido por auxiliar a função nervosa e a contração muscular, contribuir para que o batimento cardíaco se mantenha regular e ajudar a mover nutrientes para dentro das células e produtos residuais para fora delas.

Ao falar das funções do potássio, não podemos deixar de citar o sódio. Isso porque ambos são eletrólitos que ajudam o corpo a funcionar normalmente por meio da manutenção de volume sanguíneo e de fluido.

Mas, é importante tomar cuidado com a quantidade desses minerais que é consumida na dieta. Ingerir muito pouco potássio e muito sódio pode aumentar a pressão arterial. 

Já a presença do potássio na alimentação ajuda a neutralizar alguns dos efeitos prejudiciais do sódio na pressão arterial. Entretanto, além de incluir o potássio na dieta é fundamental não exagerar no sódio, que em excesso faz mal.

Hipercalemia – O potássio alto é grave?

Um nível de potássio alto é conhecido pelo nome de hipercalemia. Normalmente, os rins são capazes de manter os níveis de potássio equilibrados no organismo. Porém, às vezes, por algum problema na função renal ou outras desordens no corpo, esse potássio em excesso não consegue ser eliminado.

Causas

A causa mais comum de potássio alto ou hipercalemia é a falência renal.

Quando os rins falham ou não funcionam do modo adequado, eles perdem a capacidade de remover o potássio em excesso no organismo, causando a hipercalemia.

Os níveis altos de potássio também podem ser indicativos de outras condições de saúde como:

• Desidratação.
• Diabetes do tipo I
• Doença de Addison: Ocorre quando as glândulas adrenais, que estão logo acima dos rins, estão danificadas e não conseguem produzir o hormônio cortisol em quantidades ideais para o funcionamento do organismo.
• Hemorragia interna
• Rabdomiólise: Doença dos músculos relacionada ao abuso de drogas e álcool ou a algum trauma muscular.
• Medicamentos como quimioterápicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) e bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRAs).

Sintomas

Os sintomas do potássio alto dependem muito da quantidade extra de potássio que se acumulou na corrente sanguínea. Em alguns casos, nenhum sintoma é observado. Mas, se os níveis de potássio forem altos o suficiente, sinais como esses podem aparecer:

• Cansaço ou fraqueza
• Sensação de dormência ou formigamento
• Náusea ou vômito
• Problemas respiratórios
• Dor no peito
• Palpitações ou batimentos cardíacos irregulares

Em casos muito extremos e raros, o potássio alto pode causar paralisia ou insuficiência cardíaca. Nessas situações em que o potássio alto é grave, é preciso buscar ajuda médica o mais rápido possível.

Tratamento

O tratamento para quem apresenta potássio alto consiste em ajudar o organismo a se livrar rapidamente do mineral que foi acumulado para estabilizar e evitar problemas no coração.

Esse tratamento pode ser feito basicamente de duas formas: hemodiálise ou com o uso de medicação. Além disso, a dieta exerce um papel relevante.

• Hemodiálise: Se o potássio alto deve-se à falência renal, a hemodiálise torna-se necessária. Nesse tratamento, usa-se uma máquina para remover resíduos do sangue, incluindo o excesso de potássio, quando os rins não conseguem filtrar o sangue de forma adequada.
• Medicação: Para tratar a hipercalemia com remédios, o médico pode indicar o uso de medicamentos como o gluconato de cálcio, para ajudar a reduzir o efeito do potássio no coração até estabilizar os níveis do mineral. O uso de diuréticos específicos também pode ser indicado para auxiliar a eliminar o mineral em excesso no organismo e, em alguns casos, um medicamento chamado de resina pode ser prescrito pelo médico para se ligar ao potássio, permitindo que o excesso seja removido do organismo durante os movimentos intestinais.
• Dieta: Outro ponto importante durante o tratamento é evitar o consumo de mais potássio. Assim, é preciso evitar suplementos e alimentos ricos em potássio como bananas, nozes, feijão, leite, batatas, damascos, bacalhau e carnes. E claro, beba bastante água para ajudar seus rins a funcionarem melhor.

Hipocalemia – O potássio baixo é grave?

Agora que já abordamos se o potássio alto é grave, chegou a hora de falar do potássio baixo, que também é conhecido como hipocalemia. Neste caso, o potássio se encontra baixo porque está sendo eliminado em excesso pela urina por algum motivo ou porque a dieta é pobre no mineral.

Causas

As principais causas da hipocalemia podem ser:

• Doença renal crônica: Nem sempre os rins deixam de eliminar o potássio em excesso. Às vezes, por algum mau funcionamento do órgão, eles removem mais potássio do que o necessário, diminuindo os níveis do mineral no organismo.
• Cetoacidose diabética: Considerada uma emergência médica, ela é uma complicação aguda da diabetes, que afeta principalmente as pessoas com diabetes do tipo I. O estado de cetoacidose se dá quando não há insulina o suficiente no corpo e é caracterizado por níveis muito altos de glicose no sangue. Esse estado provoca desidratação e alteração de eletrólitos como potássio.
• Aldosteronismo primário: Doença, também chamada de síndrome de Conn, em que as glândulas adrenais ou suprarrenais produzem muito do hormônio aldosterona, que tem a função de ajudar a regular a pressão arterial ao equilibrar os níveis de sódio e potássio no corpo. Porém, o excesso de aldosterona pode levar à pressão alta e, em algumas pessoas, ao potássio baixo.
• Deficiência nutricional de ácido fólico, uma vitamina importante do complexo B que auxilia os tecidos a crescerem e as células a funcionarem, trabalha ao lado da vitamina B12 e da vitamina C para ajudar o corpo a quebrar, usar e criar novas proteínas, contribui com a formação de glóbulos vermelhos e auxilia na produção do DNA.

Esse desequilíbrio nos níveis de potássio também pode ser decorrente de condições como:

• Vômitos ou diarréia, que fazem o organismo perder nutrientes, inclusive o potássio
• Desidratação ou suor excessivo
• Uso de determinados medicamentos como diuréticos, antibióticos ou laxantes
• Abuso de álcool

Sintomas

Na maioria dos casos de hipocalemia, o paciente pode sentir sintomas como:

• Fraqueza
• Fadiga
• Cãibras musculares
• Prisão de ventre

Em casos mais graves, podem ser experimentados eventos de arritmia cardíaca no paciente, principalmente se a pessoa já apresenta algum problema cardíaco. Situações assim exigem que a ajuda médica seja buscada rapidamente.

• Veja mais: 5 sinais de que você precisa ingerir mais potássio na dieta.

Tratamento

O tratamento depende da causa. Se a hipocalemia não for causada por nenhuma doença específica, o tratamento inclui o uso de suplementos de potássio receitados pelo médico e de uma dieta rica no mineral até normalizar os seus níveis no sangue.

Diagnóstico

Por meio de um exame de sangue, é possível verificar os níveis de potássio. Os valores de referência vão de 3,5 mEq/L e 5,5 mEq/L. Níveis abaixo ou acima desses valores podem ser sinal de que algo está errado e o médico investigará o problema mais a fundo.

Geralmente, os níveis de potássio são verificados por rotina ou quando o médico desconfia de uma relação de desequilíbrio de potássio com os problemas abaixo:

• Doença renal
• Pressão arterial alta
• Cetoacidose diabética
• Qualquer condição tratada com diuréticos, medicamentos que forçam o corpo a liberar água e sódio em excesso pela urina.

O teste de potássio também pode ser conhecido como BMP (sigla em inglês para Painel Metabólico Básico), Chem 7 ou simplesmente Painel de Eletrólito. Além do potássio, o exame pode identificar níveis de outros nutrientes.

O preparo para o exame é simples. É indicado que o paciente faça cerca de seis horas de jejum, apenas bebendo água, e que informe ao médico sobre qualquer tipo de medicamento ou suplemento que esteja tomando, pois alguns deles podem interferir nos resultados. O resultado final do exame sai em poucos dias.

Para confirmar o diagnóstico, é possível que o médico peça outro exame de sangue ou um teste de urina.

Dicas

Além de seguir o tratamento recomendado pelo médico, evitar o uso de bebidas alcoólicas é muito importante, já que ingestão excessiva de álcool pode causar a degradação dos músculos. 

Tal ruptura muscular pode liberar uma quantidade elevada de potássio das suas células musculares direto na corrente sanguínea, o que pode levar ao potássio alto.

Pacientes que já foram diagnosticados com doença renal ou outra condição mencionada acima devem fazer o teste de sangue para checar os níveis de potássio regularmente.

É importante tomar cuidado ao ingerir suplementos de potássio, pois apesar de parecerem inofensivos, eles podem sobrecarregar os rins e causar problemas sérios de saúde.

Para quem tem rins saudáveis, as dicas incluem continuar a fazer check-ups médicos regulares e conferir os níveis de potássio por meio do exame de sangue, caso desconfie de algum problema, além de manter-se sempre hidratado para facilitar o trabalho dos rins e seguir uma dieta equilibrada e rica em nutrientes

Você já percebeu em seu exame potássio alto ou baixo demais? Teve algum diagnóstico passado pelo médico? Comente abaixo!

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