Suco de Caixinha Faz Mal? Engorda?

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Não dá para negar que os produtos industrializados, como é o caso do suco de caixa, facilitam a vida da gente. Afinal, é simplesmente pegar o produto na geladeira e consumir – não precisamos ter o trabalho de fazer o suco e nem gastar tempo no preparo da bebida.

E a popularidade do suco de caixinha não é pequena. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas (Abir) indicam que a produção de sucos e néctares de caixinha cresce 10% ao ano somente em nosso país.

Por outro lado, também é fato que os chamados industrializados não carregam uma fama muito boa no que se refere à saúde do nosso organismo, não é mesmo? Quem nunca ouviu ou leu um conselho de que deveria deixar esses produtos de lado e focar em uma alimentação mais natural e orgânica?

O suco de caixinha faz mal? 

Vamos analisar com cuidado o suco de caixinha, em particular, e procurar entender se e como ele prejudica a saúde do nosso organismo.

Muitos especialistas afirmam que os sucos de caixinha não devem ser consumidos regularmente. Sua ingestão deve acontecer de vez em quando, devido ao fato desse tipo de produto vir carregado de quantidades elevadas de açúcar, aditivos químicos, conservantes, corantes e saborizantes.

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O suco de caixinha faz mal porque as substâncias encontradas nesses produtos podem causar alergias e também trazem uma sobrecarga aos rins e ao fígado, que precisam trabalhar mais na metabolização e na excreção desses componentes.

O suco de caixinha engorda? 

Se ele vier lotado de açúcar, o suco de caixinha faz mal também por estimular o aumento de peso. Isso porque o consumo excessivo do ingrediente está associado à elevação do peso.

Quando existe muito açúcar no organismo, o fígado, que é o órgão que armazena a substância, fica com a sua capacidade excedida. Com isso, o açúcar a mais é transformado em ácidos graxos, que são enviados para a corrente sanguínea.

Da corrente sanguínea, esses compostos seguem para outras partes do corpo e são armazenados em forma de gordura em regiões como a barriga, as mamas, os quadris e o bumbum.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que o consumo de açúcar não deve ultrapassar 10% da quantidade total de calorias ingeridas diariamente.

Para uma pessoa que consome 2 mil calorias diariamente, isso corresponde a 50 gramas de açúcar, que correspondem a ¼ de xícara ou a cinco colheres de sopa do ingrediente.

Outros problemas do açúcar 

Não é somente em relação à elevação do peso que o suco de caixinha faz mal quando apresenta uma quantidade elevada de açúcar. Uma ingestão exagerada do ingrediente também causa outros problemas para a saúde.

O excesso do ingrediente pode sobrecarregar e danificar o fígado, aumentar os níveis de ácido úrico (muito ácido úrico é fator de risco para doenças no coração e nos rins) e causar a síndrome metabólica, que inclui sintomas como pressão alta, elevação dos níveis de açúcar, aumento das taxas de triglicerídeos, redução do colesterol bom (HDL) e aumento do colesterol ruim (LDL).

Por isso, vale a pena verificar o teor de açúcar presente no suco de caixinha, e em todos os outros produtos que compra, para tomar o cuidado de não exagerar no consumo do açúcar e colocar-se em risco de sofrer com esses problemas.

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Pesquisa do Idec mostrou que alguns sucos de caixinha traziam baixas quantidades de fruta

Para piorar a situação, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) descobriu, por meio de uma pesquisa, que alguns néctares vendidos em caixinhas não apresentavam a quantia da fruta ou polpa que é exigida por lei.

Segundo o site do próprio Idec, foram testadas em laboratórios 31 produtos de diferentes sabores de sete marcas (Activia, Camp, Dafruta, Del Valle, Fruthos, Maguary e Sufresh). Desses 31, 10 produtos foram aprovados no que se refere ao teor de fruta ou polpa que deveriam apresentar.

Enquanto Maguary teve três produtos na lista dos reprovados, Camp Dafruta, Fruthos e Sufresh tiveram dois reprovados cada uma e Activia e Del Valle tiveram, cada uma, um de seus néctares reprovados.

O Idec informou que o percentual exigido da fruta nesses produtos varia entre 20% até 40%, variando de acordo com o sabor. A nutricionista do órgão, Ana Paula Bortoletto, alertou ainda para o fato das pessoas confundirem o néctar vendido em caixinhas com um suco.

Segundo Bortoletto, a confusão ocorre porque os néctares são vendidos em embalagens com que apresentam imagens de frutas em destaque. O Idec ainda explicou que para ser considerado suco, o produto precisa ser composto quase que somente de fruta, ainda que deva apresentar água, em alguns casos.

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Já o néctar pode trazer somente uma parcela da fruta e também carrega corantes, aditivos químicos, corantes e antioxidantes. As informações são da edição de fevereiro do ano de 2014 da Revista do Idec.

Por outro lado, a Abir contestou os resultados do experimento realizado pelo Idec, alegando que a metodologia utilizada pelo laboratório contratado na pesquisa não era reconhecida ou homologada por órgãos competentes no país.

De olho na embalagem

É aconselhado dar uma boa olhada na ordem dos ingredientes apresentados no rótulo do produto. Ela explicou que se o açúcar aparece em primeiro lugar, até mesmo antes das frutas, isso significa que o suco de caixinha em questão apresenta um teor maior de açúcar do que da fruta.

Além disso, a especialista alertou que quanto maior o número de ingredientes contidos na descrição da embalagem do suco de caixinha, mais aditivos químicos ela necessita para que seja padronizada e conservada.

Você já imaginava que o suco de caixinha faz mal para a saúde e boa forma? Tem o costume de consumir suco de caixa em casa por conta da praticidade? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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