Um Novo e Surpreendente Benefício do Consumo de Peixes

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Consumir mais peixes na sua dieta pode ajudar a aliviar as dores da artrite reumatóide (AR), de acordo com um novo estudo da Arthritis Care & Research. As pessoas com AR que comeram peixe pelo menos duas vezes por semana relataram menor inchaço e sensibilidade nas articulações do que aqueles que raramente ou nunca comeram – e as descobertas sugerem que quanto mais peixes as pessoas comiam, menos ativa era sua doença.

O estudo envolveu 176 pessoas com AR que responderam a perguntas sobre a sua dieta no ano passado. Especificamente, os autores analisaram as respostas às perguntas sobre a frequência com que elas comiam atum, salmão, sardinha e outros peixes preparados crus, cozidos, grelhados ou assados.

Eles não levaram em consideração a frequência com que as pessoas comeram peixe frito, mariscos ou peixes em pratos mistos (como camarão, por exemplo), porque essas refeições tendem a ter menores teores de ácidos graxos ômega 3 – tipo de gordura com propriedades anti-inflamatórias.

Estudos anteriores demonstraram que a adoção de suplementos de óleo de peixe (que são ricos em ômega 3) pode beneficiar pessoas com AR, mas este é um dos primeiros estudos a analisar o consumo de peixes propriamente ditos.

Os pesquisadores também analisaram as pontuações de atividade da doença dos pacientes, uma medida que leva em consideração o número de articulações inflamadas ou doloridas que elas possuem, bem como um marcador de sangue da inflamação.

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As pontuações de atividade da doença foram em média meio ponto mais baixas para as pessoas que comiam mais peixes (duas vezes por semana ou mais) do que aqueles que comiam o mínimo (uma vez por mês ou nunca).

Isso foi encontrado após os pesquisadores ajustarem uma série de fatores que de alguma forma pudessem afetar os resultados, incluindo idade, sexo, índice de massa corporal, depressão, estado civil, uso de medicação e consumo de óleo de peixe.

Esse meio ponto pode não parecer muito à primeira vista, mas uma redução de meio ponto é clinicamente significativa, dizem os pesquisadores; para a escala utilizada no estudo, uma pontuação inferior a 2,6 indica remissão, enquanto uma pontuação maior que 5,1 indica doença ativa. Sem contar que 0,5 significa cerca de um terço da quantidade de melhoria relatada em ensaios clínicos para medicamentos de metotrexato, que são considerados o padrão de tratamento para a AR.

“Com esse tipo de melhoria, geralmente esperamos que um paciente sinta melhora”, diz a autora principal Dra. Sara Tedeschi, médica associada em reumatologia na Brigham and Women’s Hospital.

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O estudo também sugere que as pessoas não precisam comer peixe duas vezes por semana para obter algum benefício, e também não precisam parar em apenas duas vezes por semana. Cada porção de peixe por semana já foi associada a menor atividade da doença.

Os autores concluíram que uma maior ingestão de peixe pode estar associada a uma menor atividade da doença em pessoas com AR, embora advirtam que o estudo – que apenas analisou o consumo de peixes e a atividade da doença em um ponto no tempo – não poderia mostrar uma relação de causa e efeito. Apesar de não poder dizer se comer peixe pode ter benefícios anti-inflamatórios para pessoas sem a artrite reumatóide, a Dra. Sara lembra uma pesquisa anterior que sugeriu um pequeno efeito protetor.

“Se nossas descobertas puderem ser replicadas em outras populações e em longos períodos de tempo, nós poderemos mostrar um motivo específico para as pessoas com AR comerem mais peixes”, diz Tedeschi. Essa é apenas uma das milhares de outras razões pelas quais comer peixe é uma escolha inteligente, ela acrescenta, tenha você artrite ou não.

Você tem ou conhece alguém que tenha artrite reumatoide? Costuma consumir bastante peixe em sua dieta frequentemente? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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