Anfepramona emagrece mesmo?

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A anfepramona é um remédio que vem sendo bastante utilizado no Brasil e no mundo, seja porque ele emagrece, ou por seus outros efeitos, como estimulante.

Entretanto, seu uso é alvo de várias controvérsias entre a comunidade médica, uma vez que se trata de um medicamento que pode trazer sérios riscos para a saúde.

Assim, a seguir vamos conhecer melhor este remédio, seus efeitos e possíveis reações adversas, além de descobrir se a anfepramona emagrece mesmo ou não.

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A anfepramona

Também conhecida como dietilpropiona, a anfepramona é um medicamento da classe dos anorexígenos, chamados de inibidores de apetite, e é utilizada no tratamento da obesidade.

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Este medicamento está no mercado brasileiro há mais de trinta anos, e é alvo de polêmicas, uma vez que apesar de seus efeitos sobre o peso corporal, possui muitos efeitos colaterais, alguns deles muito perigosos.

A anfepramona é aprovada pela Anvisa?

Anfepramona
A anfepramona já foi um medicamento proibido pela Anvisa

Em 2011 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia proibido a comercialização da anfepramona e outros medicamentos semelhantes. Porém, um projeto de lei contrário a esta medida foi aprovado no Senado em setembro de 2014, permitindo que esses remédios fossem vendidos novamente.

Entretanto, atualmente ainda há grupos contrários ao uso do medicamento, e sua comercialização está sendo questionada novamente.

Isso se deve ao fato de que diversos estudos demonstram que a anfepramona apresenta resultados insatisfatórios no médio e longo prazo, além de trazer efeitos colaterais que incluem risco de dependência, aumento da hipertensão arterial e problemas psiquiátricos, bem como outros danos ao cérebro e ao sistema cardiovascular.

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Como funciona?

A anfepramona é um medicamento que diminui o apetite, devendo ser utilizado junto a dietas de restrição calórica e a prática regular de atividade física, para assim atingir a perda de peso desejada.

Ela age diretamente no sistema nervoso central, estimulando a produção dos neurotransmissores noradrenalina e dopamina, que são responsáveis, entre outras coisas, pela sensação de fome. 

Entretanto, o medicamento pode causar dependência, além de provocar alterações psíquicas, uma vez que faz parte dos fármacos derivados da anfetamina. 

Por isso, a anfepramona deveria ter papel somente coadjuvante no tratamento da obesidade, e seu uso só deve ser feito com acompanhamento próximo de um médico, pelo menor tempo possível.

Indicações

O uso da anfepramona deve ser feito sempre com prescrição médica, e está indicado para quadros de obesidade resistente aos tratamentos convencionais, ou seja, que não melhoraram com a realização de exercício físico e dieta.

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Mas é importante lembrar que este é apenas um tratamento auxiliar, que deve ser usado por um tempo limitado e sempre associado a mudanças no estilo de vida.

Uso recreativo e malefícios

Assim como a cocaína, a anfepramona causa sensação de bem-estar e euforia, além de diminuir sensação de sono, cansaço e fome, o que acaba tornando atraente seu consumo sem indicação médica

Isso acontece principalmente entre pessoas mais jovens e mulheres buscando emagrecimento, em situações como:

  • Festas, geralmente consumida com bebidas alcoólicas
  • Épocas de provas, pelo seu efeito estimulante
  • Para acelerar a perda de peso, em casos onde não há indicação de uso de medicamentos desse tipo.

A anfepramona emagrece mesmo?

Sim, o uso da anfepramona realmente leva à perda de peso, ainda que seus efeitos sejam grandemente potencializados quando o tratamento para obesidade envolve a adoção de novos hábitos alimentares e comportamentais, além da prática de exercícios físicos. 

Além disso, o efeito do medicamento foi demonstrado por estudos científicos, que evidenciaram uma perda que normalmente varia entre 9,7 e 17,5 kg.

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Por isso, seu consumo é maior nos meses precedentes ao verão aqui no Brasil, atingindo o pico máximo de venda em outubro. Isto ocorre porque as pessoas querem emagrecer rapidamente e sem esforço, e muitas vezes recorrem indiscriminadamente a medicamentos como este, sem perceberem os riscos que correm.

Como usar?

A anfepramona deve ser tomada com um pouco de água, sem mastigar ou partir os comprimidos. Além disso, a forma de usar vai depender da dosagem:

  • Comprimidos de 25 mg: tomar 1 comprimido 3 vezes ao dia, cerca de uma hora antes das principais refeições.
  • Comprimidos de 75 mg, de liberação prolongada: tomar 1 comprimido ao dia, pela manhã.

Importante: Como o medicamento pode causar insônia, é recomendado utilizá-lo no início ou no meio da manhã, no caso do comprimido de 75 mg, ou, no caso do comprimido de 25 mg, tomar a última cerca de 4 a 6 horas antes de deitar.

Contraindicações

Devido aos riscos trazidos pelo uso da anfepramona, ela deve ser utilizado com cautela por pessoas com:

Além disso, crianças, idosos, pessoas que fazem uso crônico de álcool, pessoas com propensão para abuso de drogas, gestantes e mulheres que estejam amamentando não devem utilizar o medicamento.

Efeitos colaterais mais comuns

Insônia
A insônia é um dos mais comuns efeitos colaterais do medicamento

A anfepramona é um medicamento que pode causar muitos efeitos colaterais, alguns deles bastante perigosos, como:

  • Insônia
  • Boca seca
  • Tremores
  • Fraqueza
  • Cansaço
  • Dor de cabeça
  • Aumento da pressão arterial
  • Vertigem
  • Nervosismo e irritabilidade
  • Náuseas e vômitos
  • Diarreia ou constipação
  • Aceleração dos batimentos cardíacos
  • Disfunção sexual
  • Dependência
  • Alterações de humor, como sintomas depressivos.

Além disso, a anfepramona ainda poderá induzir resultados positivos nos testes de doping, e, portanto, deve ser evitada por esportistas.

Fontes e referências adicionais

Você tem vontade de experimentá-la, ou a anfepramona foi devidamente indicada por um médico para que você consiga perder peso? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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