O termo “lipossarcoma” não define uma única condição médica, mas inclui várias formas de tumores, que vão de benignos a malignos, sendo estes mais suscetíveis a reaparecer após o tratamento (recidiva) e de sofrerem metástase, que é o espalhamento para outras partes do corpo.
Sarcomas são tumores que atingem as partes moles, como nervos, músculos e cartilagens. O lipossarcoma atinge, especificamente, as células de gordura. Os sarcomas são raros, representando apenas 1% dos tumores em adultos. Segundo o Manual de Condutas Diagnósticas e Terapêuticas em Oncologia, estima-se que surjam 3500 novos casos de lipossarcoma no Brasil, a cada ano.
Veja com detalhes o que é lipossarcoma, os sintomas, como é feito o diagnóstico, os tipos e o tratamento.
Lipossarcoma é um tipo de tumor que se desenvolve nas células que formam o tecido adiposo, que é a gordura. É mais comum entre adultos na faixa etária de 40 a 60 anos e raro em crianças, principalmente menores de 10 anos.
Como o nome sugere, pode atingir qualquer célula formadora de gordura, mas os locais mais comuns são as regiões profundas dos braços e das pernas, principalmente nas coxas.
Normalmente, o lipossarcoma começa a se desenvolver após uma lesão nessas regiões. E, como são locais com maior acúmulo de gordura, o crescimento lento e indolor do lipossarcoma não é notado durante muito tempo. Isso atrasa o diagnóstico, pois o paciente busca ajuda quando o lipossarcoma já é um nódulo grande o suficiente para ser percebido.
Outro local onde o lipossarcoma pode se desenvolver é na cavidade abdominal, entre os órgãos. Nesse caso, o diagnóstico é ainda mais difícil, porque o abdômen tem capacidade de acomodar uma massa tumoral de modo imperceptível por mais tempo. Geralmente, o lipossarcoma é percebido, quando ele passa a afetar o funcionamento de outros órgãos, como a bexiga e o intestino.
Outros locais menos comuns em que o lipossarcoma podem se desenvolver são:
Lipossarcoma não é o mesmo que lipoma, e não há evidências científicas de que um lipoma possa evoluir para lipossarcoma.
Quando o lipossarcoma se desenvolve nos membros superiores ou inferiores, os sintomas mais comuns são:
Já no abdômen, os sintomas mais comuns incluem:
Na maior parte dos casos, as pessoas chegam ao consultório médico preocupadas com a presença de uma massa indolor em algum local. O médico faz um exame físico de palpação dessa massa, cujas características variam de acordo com seu tempo de desenvolvimento.
As características que indicam que a massa é um lipossarcoma são:
Após o exame físico, são feitos exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética, para visualização do tumor. Esses exames podem, ou não, ser conclusivos, pois dependem do grau de desenvolvimento do tumor. Quando o tumor é recente, ele ainda se parece com as células de gordura normais, dificultando o diagnóstico.
A biópsia é o exame que resulta em diagnóstico definitivo, pois ela consiste na análise de uma amostra do tumor em laboratório. Trata-se de um procedimento cirúrgico, em que um fragmento do tumor é aspirado com uma agulha ou através de uma incisão.
Há quatro tipos de lipossarcoma reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS):
Conhecer o tipo de lipossarcoma, o estágio, o grau e o local é essencial para o planejamento terapêutico eficiente, que tem como base essas características.
O principal e mais eficiente tratamento do lipossarcoma é a remoção cirúrgica do tumor e dos tecidos ao redor do tumor, para evitar recidivas. Em algumas situações, são feitas sessões de quimioterapia ou radioterapia para diminuir o tamanho do tumor, facilitando a sua remoção.
Quando a cirurgia remove apenas o tumor e os tecidos ao redor, ela é conservadora, pois mantém o membro. Essa é a melhor opção, quando ela garante cura e um melhor funcionamento do membro do que seria com uma prótese pós-amputação. Esses dois pontos são considerados, porque os tecidos ao redor do tumor podem ser nervos, tendões e músculos importantes para a movimentação e acabam sendo removidos na cirurgia com amputação.
Em algumas situações, pode-se optar pela cirurgia com amputação, onde remove-se o tumor e alguns tecidos saudáveis, e normalmente é a alternativa viável quando não existe a possibilidade de se fazer a cirurgia de salvamento de membro. Neste cenário, os pacientes necessitam de próteses e de reabilitação física com uma equipe multidisciplinar.
O objetivo do tratamento é sempre manter o máximo de articulações e estruturas possíveis, para garantir a melhor função motora do paciente, juntamente com a cura e prevenção de recidivas.
Após a cirurgia, os pacientes continuam com acompanhamento médico, fazendo exames periódicos de imagem, para investigar se estão ocorrendo recidivas no local ou metástases.
Não há como prevenir o lipossarcoma, já que as causas não são bem conhecidas. O que se sabe é que o lipossarcoma pode ser resultado de mutações em genes que fazem as células de gordura se multiplicarem descontroladamente.
Pessoas que já passaram por tratamentos de radioterapia parecem apresentar algum fator de risco para o desenvolvimento de lipossarcoma. Outra relação que já foi feita é com algumas substâncias químicas presentes em plásticos.
A predisposição genética também parece exercer influência no desenvolvimento de lipossarcomas.
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