Saúde

Novo estudo revela causas ocultas de infartos em adultos mais jovens, principalmente mulheres

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Equipe MundoBoaForma

Pesquisadores da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, publicaram um estudo que mostra que grande parte dos infartos abaixo dos 65 anos são provocados por motivos diferentes do entupimento das artérias – causa considerada mais tradicional. 

No trabalho publicado na revista científica Journal of the American College of Cardiology, 32%, quase 1 em cada 3, foram por outros fatores. Entre aa mulheres, o percentual foi de 53% dos casos considerados não tradicionais. Entre os homens, por sua vez, o percentual foi de 25% dos casos.

Foram analisados os dados de 2.780 participantes acompanhados de janeiro de 2003 a março de 2018 – ou seja, por mais de 15 anos – que tiveram um infarto. 

Os participantes faziam parte do Rochester Epidemiology Project, uma pesquisa que reúne informações médicas de milhares de habitantes de Olmsted Country, no estado norte-americano de Minnesota. 

Os resultados mostraram que a maior parte dos infartos em mulheres com menos de 65 anos foram causas como dissecação espontânea da artéria coronária, embolia e outras condições não relacionadas à placa que entope as artérias. 

A incidência de ataques cardíacos foi menor nas mulheres, de 48 ocorrências a cada 100 mil pessoas-ano, contra 137 entre homens. Mas, quando elas sofriam infartos, “as causas subjacentes frequentemente eram diagnosticadas de forma equivocada”.

A dissecação espontânea da artéria coronária, também conhecida como DEAC, por exemplo, foi quase seis vezes mais comum em mulheres do que  homens na análise. 

O quadro, que geralmente afeta mulheres mais jovens e saudáveis, foi frequentemente não identificado e classificado incorretamente como um ataque cardíaco típico devido ao acúmulo de placa no período do estudo. 

O diagnóstico ocorre quando há uma ruptura na parede de uma artéria cardíaca, capaz de diminuir ou bloquear o fluxo sanguíneo para o coração. É uma condição de emergência e geralmente não associada a fatores de risco cardíacos, como pressão alta, colesterol alto ou diabetes.

“Esta pesquisa lança luz sobre causas de ataque cardíaco que historicamente têm sido pouco reconhecidas, especialmente em mulheres. Quando a causa raiz de um ataque cardíaco é mal compreendida, isso pode levar a tratamentos menos eficazes, ou até prejudiciais”, alerta Claire Raphael, cardiologista intervencionista da Mayo Clinic e primeira autora do estudo, em comunicado.

Os pesquisadores envolvidos na pesquisa explicam que um caso de DEAC diagnosticado incorretamente pode levar à colocação desnecessária de um stent, aumentando o risco de complicações. 

No geral, infartos causados por fatores como anemia ou infecção foram a segunda causa mais comum e mais letal, com taxa de mortalidade em cinco anos de 33%, mesmo quando esses pacientes apresentavam níveis mais baixos de dano cardíaco. Já casos verdadeiramente inexplicáveis foram raros, representando menos de 3% dos casos.

Rajiv Gulati, chefe da Divisão de Cardiologia Intervencionista e Doença Cardíaca Isquêmica da Mayo Clinic e autor sênior do estudo, acredita que os resultados apontam caminhos que podem modificar a forma como ataques cardíacos são diagnosticados e manejados em adultos mais jovens. 

“Nossa pesquisa destaca a necessidade maior de repensar como abordamos ataques cardíacos nessa população, especialmente em mulheres adultas jovens. Clínicos precisam aumentar sua atenção para condições como DEAC, embolia e gatilhos relacionados ao estresse, e os pacientes devem buscar respostas quando algo não parece certo. Entender por que um ataque cardíaco ocorreu é tão importante quanto tratá-lo. Isso pode significar a diferença entre recuperação e recorrência”, defende, por fim.

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