As escaras são ferimentos que podem afetar qualquer parte do corpo, principalmente em pessoas que estão com a pele fragilizada ou que perderam a mobilidade física por algum motivo.
A escara é muito comum em idosos que têm dificuldade de locomoção e em pessoas que mantêm a mesma posição por muito tempo, seja por causa de uma hospitalização ou devido a algum tipo de doença ou paralisia.
Embora sejam incômodas, as escaras podem ser tratadas e aqui vamos mostrar o que são escaras, como deve ser feito o tratamento e como prevenir a formação de feridas como essas na pele.
Conhecidas também como úlcera de pressão, as escaras ocorrem quando há uma pressão ou fricção sobre uma parte do corpo. Nada mais são do que lesões que atingem a pele e seus tecidos subjacentes.
Trata-se de uma condição muito comum em pessoas que não se movimentam com grande facilidade. Pacientes hospitalizados que ficam muito tempo na mesma posição em uma cadeira ou em uma cama, por exemplo, podem colocar pressão extra em apenas uma parte do corpo, o que pode resultar em escaras.
As escaras podem ser observadas em qualquer parte do corpo, mas são mais comuns em regiões ósseas como ao redor dos cotovelos, dos calcanhares, dos joelhos, dos tornozelos e do cóccix.
Elas são feridas que se formam ao redor desses locais e que podem prejudicar outros tecidos quando não tratadas. A maioria delas cicatriza bem com o tratamento adequado, mas algumas nunca cicatrizam por completo e isso tem a ver com o estágio da escara e com os cuidados tomados pelo paciente.
Existem 4 estágios de acordo com o grau de gravidade da escara.
Alguns sintomas comuns que indicam o surgimento de uma escara são:
Pessoas que ficam muito tempo sentadas, como aquelas que usam uma cadeira de rodas, por exemplo, são mais propensas a desenvolver úlceras de pressão em locais como as nádegas, os ombros, a espinha e a parte de trás dos braços ou das pernas.
Já aquelas que ficam muito tempo em uma cama podem desenvolver escaras com facilidade em regiões como as costas, os lados da cabeça, os ombros, os tornozelos, a parte detrás dos joelhos, o cóccix e os quadris.
Agora que já vimos o que são escaras e entendemos que elas se formam como resultado de uma pressão sobre o corpo que acaba limitando a circulação sanguínea para a pele, podemos entender melhor suas principais causas.
Pessoas que não conseguem mudar de posição correm o risco de desenvolver escaras, pois a pressão sobre um local só no corpo pode interromper a circulação sanguínea, causando danos aos tecidos.
Segundo o Johns Hopkins Medicine, uma úlcera de pressão pode se desenvolver se o suprimento de sangue for interrompido no local por mais de 2 a 3 horas.
Os modos pelos quais uma escara pode surgir são:
– Pressão contínua
Uma pressão contínua em um apenas um local do corpo pode prejudicar o fluxo sanguíneo no local, o que danifica os tecidos subjacentes.
A ausência de uma circulação sanguínea adequada pode prejudicar a chegada de oxigênio e de outros nutrientes até os tecidos da pele já que é o sangue que transporta essas substâncias. Assim, a falta de nutrientes danifica a pele e os tecidos ao redor, formando as escaras.
– Cisalhamento
Em alguns casos, a pele pode se mover para um lado enquanto o osso subjacente se move para o lado oposto, causando o risco de cisalhamento. Isso pode fazer com que as paredes celulares e os vasos sanguíneos se estiquem e se rompam, causando uma lesão na pele.
Um exemplo disso é quando a cama em que o paciente está é levemente inclinada, o que pode fazer com que a pessoa fique deslizando para baixo. Nesse deslizamento, o cóccix se move para baixo, enquanto a pele sobre o osso nem sempre acompanha o movimento, podendo se manter no mesmo lugar ou puxar na direção oposta, o que aumenta o risco de escaras.
– Fricção ou atrito
A fricção na pele de algumas pessoas que apresentam a pele mais fina e mais sensível aliada a uma má circulação podem ser suficientes para surgir uma escara.
Geralmente, o atrito se dá quando a pele esfrega contra as roupas de cama ou até mesmo contra a própria vestimenta do paciente. Se a pele estiver úmida, o risco de lesões como as escaras é ainda maior.
As escaras são mais comuns entre aqueles que estão imobilizados por causa de uma lesão ou doença ou em pessoas que têm lesões na medula espinhal.
Alguns outros fatores que podem aumentar o risco de uma escara incluem:
Se o tratamento da escara não for feito, as escaras podem causar complicações de saúde como:
Quando identificamos e entendemos o que são escaras logo no início, o tratamento é muito mais fácil e o risco de complicações é reduzido.
As feridas mais leves são mais fáceis de tratar e geralmente são curadas em algumas semanas após o início do tratamento. É o caso das escaras no estágio 2. Feridas mais graves podem demorar vários meses até a total cicatrização.
O tratamento inicial de uma escara consiste nas seguintes etapas:
Normalmente, as escaras podem ser tratadas em casa pelo próprio paciente. Em outros casos, pode ser necessário visitar um médico para que ele limpe a ferida e aplique o curativo.
Se a escara infeccionar, o tratamento pode ser mais complicado já que além da escara será preciso tratar a infecção.
Quando o indivíduo sente muita dor, pode ser recomendado o uso de anti-inflamatórios não esteroides como o naproxeno sódico ou o ibuprofeno. Analgésicos de uso tópico também podem ser usados diretamente sobre a ferida.
Em casos de infecção, antibióticos de uso tópico ou oral podem ser prescritos por um médico.
Em um desses procedimentos feitos por uma equipe médica, um tubo de sucção é conectado à escara. Esse tubo que funciona por meio de um sistema à vácuo suga a umidade presente na escara para acelerar o tempo de cicatrização e diminuir o risco de infecção. Com essa técnica, as escaras mais graves tendem a ser curadas em cerca de 6 semanas.
A cirurgia pode ser necessária se a escara for muito grave. Nesse caso, o objetivo do procedimento é limpar a ferida, removendo todo o fluido em excesso e os tecidos mortos. Depois disso, é inserido um pedaço de pele, músculo ou outro tecido do corpo do próprio paciente para cobrir a ferida e proteger a estrutura óssea afetada de mais danos.
A prevenção sempre é mais fácil do que o tratamento. Algumas dicas de prevenção incluem:
Auxiliando a pessoa que está com dificuldades de se locomover por si só:
Cuidando da pele:
Outros cuidados:
Além de seguir as dicas mencionadas nesse artigo, movimente-se o máximo que puder e peça orientações específicas para o seu médico para evitar úlceras de pressão e para tratá-las quando elas surgirem, evitando complicações e desconfortos.
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