De acordo com um novo estudo realizado pelo Instituto Karolinska, na Suécia, as pessoas que usam ansiolíticos, sedativos ou antidepressivos podem ter uma probabilidade ligeiramente maior de desenvolver esclerose lateral amiotrófica (ELA).
A investigação foi feita por meio de um acompanhamento a hábitos de saúde de 9 mil voluntários diagnosticados com ELA entre 2015 e 2023 na Suécia (1.057), tendo ainda um grupo controle de cinco pessoas sem a doença para cada uma que foi diagnosticada.
De todos os avaliados, o risco aumentou 34% para os que usavam ansiolíticos com frequência, 21% para hipnóticos e sedativos e 26% para antidepressivos.
O uso de pelo menos duas prescrições de remédios psiquiátricos antes do diagnóstico de esclerose elevou a chance de ter a doença, fazendo com que o risco subisse cerca de 60%.
Apesar dos números alarmantes, os especialistas ressaltam que, mesmo entre as pessoas que usam remédios psiquiátricos, a prevalência ainda é de uma doença rara, com cerca de nove casos para cada 100 mil pessoas.
“O aumento do risco é pequeno em termos absolutos, mas essas ligações podem melhorar nossa compreensão da ELA e suas relações com a química do cérebro”, diz o estudo.
A neurologista Susannah Tye, da Universidade de Queensland, publicou uma análise comentando os resultados. Ela não participou do estudo e alerta que, embora os números indiquem uma coincidência, eles não provam causalidade.
“Os próprios transtornos psiquiátricos estão ligados a estresse crônico e inflamação do cérebro, fatores que também podem contribuir para a ELA. Ignorar sintomas psiquiátricos pode ser mais prejudicial do que o risco observado”, explicou.
A profissional também ressaltou que cuidar dos problemas de saúde mental adequadamente pode ter efeito neuroprotetor. “Medicamentos bem administrados, junto de terapia e mudanças no estilo de vida, podem reduzir a carga biológica do estresse”, concluiu.
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