O ácido tranexâmico vem ganhando cada vez mais popularidade no tratamento de problemas de pele. Com a promessa de agir como um agente contra pigmentação na pele, vem sendo muito procurado para o tratamento de melasma.
Vamos mostrar se o uso ácido tranexâmico para melasma é bom e funciona mesmo, além de destacar como ele atua na pele e se existem efeitos colaterais associados com o seu uso.
O ácido tranexâmico é um medicamento da classe dos antifibrinolíticos que atuam como inibidores da fibrinólise, processo importante na coagulação sanguínea para evitar que coágulos eventualmente formados no sangue continuem obstruindo a passagem de sangue na região. Ele também é um remédio comumente prescrito em casos de hemorragia e para diminuir o fluxo sanguíneo em sangramentos anormais na menstruação, por exemplo.
Além dessas funções, o ácido tranexâmico pode ser usado para clareamento sistêmico da pele como coadjuvante em distúrbios pigmentares na pele de diversas origens, incluindo o melasma.
O melasma é um problema de pele adquirido que pode ser causado por diversos fatores, tais como:
Tal condição é mais comum em pessoas com tons de pele mais escuros, mas também pode ocorrer em peles mais claras. Também é bem mais comum em mulheres do que em homens.
Por serem as regiões do corpo mais expostas ao sol, o melasma costuma aparecer no rosto e no pescoço, mas também pode ocorrer em outras partes do corpo.
O potencial do ácido tranexâmico para melasma foi descoberto por acaso em 1979 no Japão quando o cientista Nijor observou o efeito benéfico para o melasma em um tratamento de hemorragia. Ele observou que o ácido tranexâmico é capaz de atacar o componente vascular do melasma e reduzir de forma significativa a intensidade de um melasma em um período de duas a três semanas.
A exposição ao raios ultravioletas do sol aumenta a produção de uma substância chamada plasminogênio no organismo. Tal substância é naturalmente convertida em plasmina. A plasmina, por sua vez, é uma protease que aumenta a liberação de substâncias como ácido araquidônico e hormônio alfa estimulador de melanócito nas células.
Esses compostos atuam no estímulo a um processo chamado de malanogênese pelos melanócitos, que desempenham um papel muito importante no surgimento de melasma, hiperpigmentação induzida por raios ultravioletas do sol e outros tipos de hiperpigmentação na pele.
O ácido tranexâmico é um derivado do aminoácido lisina que bloqueia a conversão do plasminogênio em plasmina através de um processo inibidor, impedindo a formação de plasmina e, portanto, diminuindo e revertendo a formação de melasma.
O uso de ácido tranexâmico para melasma já foi testado e aprovado através da aplicação tópica na pele, uso oral e uso intradérmico. Em todos os casos, poucos efeitos colaterais foram observados.
Os principais benefícios do uso de ácido tranexâmico para a pele incluem:
De acordo com diversas evidências científicas, o ácido tranexâmico é seguro e funciona no tratamento de melasma, apesar de não ser oficialmente indicado para esse fim.
O ácido tranexâmico parece ser a única substância até hoje testada no tratamento de melasma que é capaz de impedir a ativação dos melanócitos quando expostos à radiação solar ou influências hormonais.
Porém, o tempo que o medicamento leva para fazer efeito ainda não é bem definido. Por isso que algumas pessoas usam o remédio e não observam resultados por não utilizar a substância por tempo suficiente.
A seguir, selecionamos alguns estudos científicos que comprovam a eficácia do ácido tranexâmico para melasma:
Muitos estudos sobre o uso de ácido tranexâmico para melasma já foram realizados.
Uma pesquisa feita em 2012 pelo Departamento de Dermatologia de um Hospital Universitário em Nepal, comparou o tratamento de 260 pacientes que foram divididos em dois grupos. O primeiro grupo foi tratado com tratamento tópicos de rotina e ácido tranexâmico de uso oral administrado em doses de 250 miligramas 2 vezes ao dia, enquanto o segundo grupo foi tratado apenas com o tratamento de rotina sem administração de ácido tranexâmico. O estudo foi conduzido por um período de 3 meses e foi observado que os indivíduos que usaram o ácido tranexâmico apresentam uma resposta mais rápida quanto ao melasma.
Outro estudo publicado em 2014 pelo Journal of Research in Medical Sciences comparou dois tipos de tratamento para melasma. Um grupo de mulheres foi tratado com ácido tranexâmico enquanto o outro foi tratado com uma mistura de hidroquinona com dexametasona. Não foram observadas diferenças significativas quanto aos métodos, indicando que ambos funcionam bem para o tratamento. Porém, o uso de ácido tranexâmico resultou em menos efeitos colaterais, o que sugere que é um método mais eficaz de seguro para tratar a pele.
O maior estudo realizado até hoje sobre o assunto foi feito em Singapura. Nesse estudo, 561 pacientes com melasma foram tratados com ácido tranexâmico.
Dentre os pacientes que tomaram o ácido por via oral durante um período de 4 meses, 90% apresentam melhora significativa no melasma. Os efeitos colaterais foram observados apenas em 7% dos pacientes, sendo que os mais comuns foram inchaço abdominal e dor. Apenas 1 paciente desenvolveu trombose venosa profunda, mas foi verificado posteriormente que esse paciente já tinha pré-disposição à doença antes do início do tratamento com ácido tranexâmico.
O ácido tranexâmico está disponível em cremes, comprimidos ou injeções. Para o tratamento do melasma, o jeito mais eficaz de obter bons resultados é através do uso de injeções orais ou aplicações intradérmicas que devem ser aplicadas por um profissional da saúde em doses adequadas.
O ácido tranexâmico também pode ser encontrado na composição de cremes cosméticos. Como ele é solúvel em água, é facilmente incorporado em cremes comerciais e soros lipossômicos em uma dosagem de no máximo 2%.
Também existem tratamentos combinados que usam técnicas de peeling como a microdermoabrasão e tratamentos da laser com ácido tranexâmico para potencializar os efeitos.
O uso em dosagens baixas é muito aplicado para tratamento preventivos. Doses mais altas podem ser eficazes mas têm maior risco de causar efeitos adversos e irritações na pele.
A grande maioria dos estudos clínicos realizados com ácido tranexâmico indica a dose oral de 250 miligramas duas vezes ao dia, não ultrapassando o limite máximo diário de 500 miligramas por um período não superior a 6 meses. Porém, a dosagem ideal e a frequência de administração deve ser indicada por um dermatologista com base na condição de cada um. Para o uso tópico em cremes, o ideal é aplicar o produto na pele limpa e seca pela manhã e à noite antes de dormir.
Embora muitos estudos indiquem que seu uso é seguro e que o ácido funciona, é importante usar o produto com cautela e sempre com orientação de um dermatologista.
O ácido tranexâmico, quando usado na dose adequada, não costuma causar efeitos colaterais. Porém, podem ser observados alguns efeitos colaterais como náusea e diarreia, que são os mais comuns. Outros efeitos menos comuns são distúrbios gástricos e palpitações.
Quando a aplicação é feita diretamente na pele, os efeitos adversos podem ser vermelhidão, ardência e manchas temporárias.
Na aplicação intradérmica, pode ser observado um leve desconforto na região, acompanhado ou não de queimação e vermelhidão.
Apesar de ser considerado seguro, o uso por tempo prolongado não é indicado devido a suas propriedades anti-hemorrágicas que podem resultar em efeitos adversos indesejados como tromboembolismo venoso, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e embolia pulmonar. Além disso, ele é contraindicado para mulheres grávidas e gestantes devido ao risco de causar problemas no desenvolvimento do bebê ou feto e também não é indicado para pessoas sensíveis à substância.
O melasma pode ser tratado através de diversos outros métodos. Dentre eles, destacam-se:
É importante lembrar que qualquer tratamento de melasma deve estar associado ao uso diário de protetor solar.
O tratamento com ácido tranexâmico para melasma pode ser usado sozinho ou como um complemento a outros tratamentos e destaca-se por ser um tratamento recente que mostra resultados mais eficazes do que os mencionados acima. Além disso, tratamentos que irritam muito a pele podem até piorar a condição e estimular a produção de melanina, acentuando o melasma na pele.
A principal prevenção em relação ao melasma é usar filtro solar regularmente. O indicado é usar um protetor solar com fator de proteção solar de no mínimo 50 e que contenha bloqueadores físicos em sua composição como óxido de zinco e dióxido de titânio. Se possível, use roupas que protejam a pele no dia a dia e adote o uso de bonés ou chapéus e óculos escuros para evitar exposição excessiva do rosto ao sol.
Veja Todos Comentários
Oi Jéssica, tudo bem?
Gostaria de saber por quanto tempo sua mãe usou flavonid e não voltou as manchas? Se puder me responde ficarei muito feliz.
Tudo bem. Qse uma ano após ela começar a tomar. Mas ela tem problemas de circulação, foi indicado pelo angiologista p tratar os problemas c as varizes. Se vc nao tiver problemas como o dela, nao deve tomar.
Gente , minha mãe tinha melasma desde que me entendo por gente(tenho 30 anos). Eram manchas enormes no rosto marrom. E apos ela tomar o remédio Flavonid - para circulação, as manchas desapareceram! O rosto dela está limpíssimo.
Olá Jessica por quanto tempo sua mãe fez uso deste medicamento?
Estou fazendo uso do ácido tranexamico por 2 meses e estou amando o resultado, já está bem mais claro meu melasma.
pode me dizer qual a dosagem e como você toma, melhor horário, quantas vezes ao dia?
Qual o nome do produto que está usando? Tópico ou oral?
Olá Cátia! O seu tratamento é via oral ou tópico?
Comecei a usar mi sinto horrível com essas manchas.
Ñ sei mais que fazer
Tentei de tudo
Gastei dinheiro e só piorou
Agora estou tentando o creme e as capisulas de ácido tranxenamico.