Será que baracitinibe acaba com a queda de cabelo? Essa certamente é uma pergunta que passa pela cabeça de quem anda sofrendo com a perda dos fios. Mas, para saber se e em quais casos o medicamento é indicado, precisamos conhecê-lo melhor.
Baricitinibe é o princípio ativo do medicamento de nome comercial Olumiant, da farmacêutica Eli Lilly, que entre outras indicações, pode ser recomendado para o tratamento da alopecia areata grave em pacientes adultos.
A alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. A condição é caracterizada por uma perda de cabelo que ocorre em áreas arredondadas ou ovais do couro cabeludo ou em outras partes do corpo.
Geralmente, a condição é provocada por fatores genéticos e está associada a doenças como lúpus, vitiligo, diabetes e alergias, como a rinite. Além disso, pode haver uma participação autoimune envolvida no seu desenvolvimento.
A doença ainda pode aparecer como consequência do tratamento oncológico. Por fim, fatores emocionais, como estresse e luto, podem resultar na alopecia areata ou no agravamento da condição.
É importante frisar que a bula do medicamento, disponibilizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, deixa claro que o remédio deve ser usado nos casos em que a queda de cabelo for resultado da alopecia areata, mais especificamente da versão grave da doença em pessoas adultas.
Além disso, o medicamento é comercializado mediante a apresentação da receita médica branca comum. Portanto, antes de tomar a decisão de usar baricitinibe contra a queda de cabelo é fundamental consultar um dermatologista para confirmar se ele realmente é indicado para o seu caso em particular.
Em outras palavras, você precisa descobrir, com a ajuda de um médico especialista, a origem do seu problema de perda de cabelo, para então receber a prescrição de um tratamento adequado e seguro para o seu caso em particular.
Quando usado dentro da sua indicação e conforme as orientações médicas, o remédio pode auxiliar no controle da doença. Por outro lado, a automedicação é contraindicada.
Originalmente desenvolvido para tratar doenças autoimunes, como artrite reumatoide, o remédio tem ganhado atenção no tratamento da alopecia areata.
Baricitinibe é um medicamento que pertence à classe dos inibidores das enzimas janus quinases (JAKs), uma categoria de drogas que atuam modulando a resposta imunológica do corpo. Assim, o seu mecanismo de ação no tratamento da queda de cabelo se baseia em sua capacidade de interferir na atividade dessas enzimas.
As JAKs são cruciais para a sinalização de várias citocinas e fatores de crescimento que regulam a resposta imunológica, a inflamação e, em certo grau, o crescimento dos tecidos, incluindo os folículos capilares.
Na queda de cabelo, especialmente em condições como a alopecia areata, o sistema imunológico desencadeia uma resposta inflamatória contra os folículos capilares. Isso leva à interrupção do ciclo normal de crescimento do cabelo e, consequentemente, à queda de cabelo.
Ao inibir as enzimas JAK, o baricitinibe atenua essa resposta imune exagerada. Isso permite que os folículos capilares retornem ao seu ciclo de crescimento normal, reduzindo a queda de cabelo e, em alguns casos, estimulando o crescimento de novos fios.
Outro motivo porque o tratamento com baricitinibe só pode ser realizado sob prescrição e orientação médica é que o seu uso exige uma série de cuidados.
Por exemplo, a bula informa que o tratamento com o remédio está associado a um aumento da taxa de infecções, como infecções do trato respiratório superior. Portanto, ele deve ser usado com cautela em pacientes com infecção ativa, recorrente ou crônica clinicamente importante.
Além disso, caso o paciente desenvolva herpes-zóster (erupção cutânea com bolhas causada pelo vírus varicela-zoster), o tratamento deverá ser interrompido até que o episódio se resolva. Mas isso deve ser feito sob orientação médica.
Outro ponto de destaque é que o uso do remédio simultaneamente à aplicação de certas vacinas, as vacinas vivas atenuadas, não é recomendado. Assim, o paciente precisa informar ao profissional de saúde responsável que segue tratamento com baricitinibe antes de tomar uma vacina.
O medicamento deve ser utilizado com cautela em pacientes com fatores de risco para eventos cardiovasculares adversos maiores e em pessoas com fatores de risco para trombose venosa profunda e embolia pulmonar (TVP/EP), como idosos, obesos, pacientes com histórico de TVP/EP prévios ou que serão operados e ficarão imobilizados.
Adicionalmente, o remédio também deve ser usado com cuidado em pessoas que possam ter o risco aumentado para perfuração gastrointestinal, como pacientes com histórico de diverticulite.
Outro alerta da bula é que o medicamento pode aumentar o risco de sangramento em caso de dengue ou quando associado a outros medicamentos que aumentem o efeito hemorrágico.
No caso dos pacientes idosos, é recomendado cuidado com a dosagem e monitoramento da função renal. Da mesma forma, quem tem a função renal comprometida deve informar o médico a respeito do problema, pois também pode ser necessário um cuidado com a dosagem.
Outro cuidado fundamental é o de listar para o médico todos os outros medicamentos que já usa, para que ele verifique se não pode fazer mal usar baricitinibe ao mesmo tempo em que os remédios em questão.
Baricitinibe (Olumiant) é contraindicado nos seguintes casos:
As seguintes reações adversas já foram associadas ao uso de Olumiant (baricitinibe):
Reações muito comuns (em mais de 10% dos pacientes)
Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes)
Reações incomuns (ocorrem entre 0,1% e 1% dos pacientes)
Para conferir a lista completa de efeitos colaterais de Olumiant (baricitinibe), assim como para saber mais sobre as suas contraindicações e os cuidados que o tratamento com o remédio exige, leia a bula do medicamento na íntegra.
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