Por mais que tenha algumas controvérsias quanto a seu consumo excessivo e certos grupos de pessoas de pessoas não poderem consumir, o café tem benefícios comprovados por meio de diversas pesquisas. Agora, uma nova pesquisa apontou que a bebida influencia positivamente na saúde dos rins.
O levantamento buscava saber se o café podia provocar ou agravar a doença renal crônica (DRC). Embora pesquisas anteriores tenham mostrado resultados contraditórios, anotações mais recentes concluíram que a bebida dificilmente causa a doença.
Um dos levantamentos, por exemplo, apontou que o consumo diário de uma xícara de café reduz em 15% a probabilidade de desenvolver lesões renais. Para quem bebe de duas a três xícaras por dia, o risco chega a cair 23%.
Em um relatório recente, conduzido por diferentes centros de pesquisa na China e pelas universidades de Groningen e Wageningen, nos Países Baixos, chegou a conclusões semelhantes. Foram analisados os dados de 78.346 participantes sem doença renal crônica, durante três anos e meio, com o objetivo de investigar se o consumo de café estaria associado a mudanças na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe). O acompanhamento envolveu uma população ampla, composta por 58% de mulheres e 42% de homens.
Os pesquisadores descobriram que o café tinha relação inversa, tanto com a variação anual da TFGe, quanto com o risco de DRC. No período da análise, os consumidores de café apresentaram um declínio mais lento da função renal em comparação aos que não consumiam a bebida. Também foi notada uma associação entre o consumo de café e a redução do risco de DRC, principalmente entre pessoas com diabetes.
Ademais, os estudos reforçam os demais benefícios, como ser um neuromodulador que afeta o sistema nervoso central, estimula a dopamina e contribui para melhorar a memória executiva, a atenção e a concentração. O café também tem alto teor de antioxidantes (polifenóis), associados à menor incidência de câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.
No caso de pessoas que já convivem com a DRC, o potássio pode ser prejudicial e o consumo excessivo de café pode trazer, sim, efeitos adversos. Entretanto, em doses controladas, a bebida é considerada uma boa fonte do mineral, já que sua concentração é relativamente baixa.
No entanto, não é válido trocar a água pelo café. Cada xícara está associada a uma redução no risco de danos renais, mas esse efeito positivo se limita a um máximo de quatro por dia.
O consumo excessivo do café tem contraindicações. A bebida dilata os vasos sanguíneos, o que pode ser útil em práticas esportivas, mas também eleva a pressão arterial em algumas pessoas. Além disso, pode estimular a produção de ácido estomacal.
Os autores do estudo destacam que ainda são necessárias mais pesquisas para compreender a relação causal entre os diversos componentes do café e a função renal. Mesmo assim, afirmam que o consumo regular da bebida está diretamente associado a menor risco de desenvolver doença renal crônica e pode fazer parte de uma dieta saudável e benéfica para os rins.
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