A inteligência artificial está tomando conta do mundo e, consequentemente, está se tornando uma aliada para a ciência e a saúde. Prova disso é que uma dieta personalizada pode reduzir o risco de demência.
O modelo alimentar foi batizado de Modern (sigla em inglês para Intervenção Dietética Otimizada com Aprendizado de Máquina contra o Risco de Demência) e desenvolvido por cientistas da Universidade Fudan, da Universidade de Zhejiang, na China, e de outros institutos internacionais.
“Nosso estudo foi motivado pela necessidade urgente de estratégias eficazes de prevenção da demência, especialmente à luz das opções limitadas de tratamento disponíveis atualmente”, afirmou o professor Jintai Yu, autor do artigo, em comunicado. Os resultados foram publicados na revista Nature Human Behavior.
Os pesquisadores analisaram dados alimentares e de saúde de mais de 185 mil pessoas no Reino Unido, por meio do UK Biobank, um dos maiores bancos de dados biomédicos do mundo. A equipe utilizou algoritmos de aprendizado de máquina para identificar padrões alimentares associados á proteção cerebral.
“Entre os algoritmos que testamos, incluindo XGBoost e Random Forest, o LightGBM demonstrou desempenho superior”, explicou o professor Jia You, coautor do artigo.
Por meio dessa análise, os cientistas criaram uma pontuação alimentar prática, que incentiva o consumo moderado de alimentos benéficos para o cérebro, como folhas verdes e frutas vermelhas, e restringe itens prejudiciais, como bebidas açucaradas.
O estudo mostrou que a dieta Modern teve efeitos mais protetores do que outros padrões alimentares já conhecidos, como a dieta MIND, voltada á prevenção de doenças neurodegenerativas.
“Em três coortes independentes de validação externa, os participantes do grupo com a dieta MODERN com maior pontuação apresentaram um risco 36% menor de demência do que aqueles do grupo com a menor pontuação”, afirmou a pesquisadora Sijia Chen, primeira autora do artigo.
A profissional ressaltou que análises biológicas indicaram mecanismos neuroprotetores plausíveis, incluindo maior integridade estrutural do cérebro e menor inflamação neurológica.
Agora, os autores pretendem testar a dieta em ensaios clínicos randomizados para confirmar seus efeitos e, futuramente, incluí-la em diretrizes de saúde pública. “No futuro, pretendemos validar a dieta em diversas populações. Nosso objetivo de longo prazo é desenvolver uma estrutura alimentar unificada e baseada em evidências, projetada especificamente para promover a saúde do cérebro e prevenir doenças neurológicas”, disse o professor Yu, por fim.
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