Em tempos recentes, a esporotricose, uma doença de pele causada pelo fungo Sporothrix sp., tem chamado a atenção por sua rápida propagação em nosso território. Originário do solo e de vegetais, este fungo vem causando preocupações, principalmente no que se refere à saúde de crianças e adolescentes.
De acordo com especialistas em infectologia, a esporotricose está aumentando sua presença no Brasil de forma alarmante. A micose causa danos à pele e tem se espalhado por certas regiões do Brasil, além de ter ocorrências notificadas na Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile.
Um exemplo desse crescimento é o estado do Rio de Janeiro, onde os casos da doença registraram um aumento de 260% em dez anos. Os dados revelam um aumento de 579 casos em 2013 para 1.518 até o final de 2022. Notavelmente, em jovens menores de 15 anos, o aumento foi ainda mais acentuado, saltando de 26 casos em 2013 para 196 em 2022.
No Brasil, a principal forma de transmissão é através de cães e gatos contaminados pelo fungo, que podem passar a infecção para seus tutores e outros pets. Adicionalmente, o fungo pode ser contraído pela pele, através de feridas como arranhões, ou ao entrar em contato com objetos infectados, como pedaços de madeira, farpas ou espinhos.
A esporotricose pode se manifestar de diferentes maneiras:
Nos nossos amados pets, os sintomas mais frequentes são feridas na pele e espirros constantes. Já nos humanos, após a contaminação, a lesão se assemelha à picada de um inseto. Se o fungo chega aos pulmões, os sintomas incluem tosse e falta de ar. Se atingir ossos e articulações, pode causar inchaço e dor ao movimentar.
Apesar dos gatos serem um vetor importante, não são os responsáveis pela disseminação da esporotricose. A ausência de políticas públicas eficazes e a degradação ambiental são apontados como os principais fatores que contribuíram para a propagação da doença.
Para proteção, o Ministério da Saúde recomenda o uso de luvas, roupas de manga longa e calçados durante atividades que envolvam contato com o solo. Além disso, ao identificar qualquer lesão suspeita, é essencial buscar orientação médica imediatamente.
A boa notícia é que, apesar de seu avanço, a esporotricose tem cura. Com o uso de medicamentos antifúngicos e acompanhamento médico, o tratamento pode durar de três a seis meses, ou até um ano, garantindo a recuperação do paciente.
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