Fimose é o nome que se dá a um problema causado pelo excesso da pele chamada prepúcio, que recobre o pênis até a sua extremidade, dificultando ou impedindo a exposição da glande, que é a cabeça do pênis.
É bem comum os bebês nascerem com essa pele em excesso que, geralmente, se retrai sozinha e expõe a glande com o passar dos anos.
Quando essa retração não acontece naturalmente e permanece na adolescência, pode ser necessário remover o prepúcio cirurgicamente. Além da cirurgia, existem outras opções de tratamento que podem resolver alguns casos de fimose.
Veja mais detalhes sobre a fimose, os tipos, as causas, como são feitos o diagnóstico e o tratamento, e as suas possíveis complicações.
Em medicina, a fimose é classificada em duas categorias:
Nem todas as crianças que nascem com fimose necessitam de cirurgia porque, na maioria dos casos, a resolução do problema se dá de forma natural. Até os 3 anos de idade, o prepúcio se retrai facilmente em cerca de 50% dos casos. Aos 17, quase todos os casos, 99%, estão naturalmente resolvidos.
A fimose fisiológica ocorre ainda na vida fetal e resulta de uma aderência natural entre a camada interna do prepúcio com a glande, cujo grau varia de acordo com fatores genéticos.
A fimose patológica pode ser causada por episódios repetidos de infecção ou traumatismo local, em qualquer fase da vida, desde os primeiros meses até a fase adulta.
A causa mais comum da fimose patológica é a má higienização do pênis, que causa o acúmulo de secreção, suor e sujeira, que fornecem um ambiente propício para a proliferação de microrganismos. Esses fatores combinados podem causar uma inflamação chamada de balanopostite.
Algumas doenças de pele como eczema e psoríase podem provocar coceira e irritação no pênis, levando ao traumatismo local e fimose secundária.
A maior dificuldade de higienização local decorrente da fimose pode levar a complicações mais graves, como o câncer de pênis.
O diagnóstico nas crianças é feito por um exame físico, no qual o médico constata que, ao tentar retrair o prepúcio manualmente, não consegue expor a glande do pênis. Esse exame é feito no bebê recém-nascido e nas consultas com o pediatra até os 5 anos.
Na adolescência e na fase adulta, a própria pessoa pode constatar que há dificuldade em retrair a pele e expor a glande. Outros sintomas podem vir acompanhados com essa dificuldade, como vermelhidão, dor, inchaço, sangramento e ardor ao urinar, que são sinais e sintomas de inflamação e podem indicar uma infecção.
Ao notar o problema, deve-se consultar um urologista para definir qual é o melhor tratamento para a fimose secundária. Nesta consulta, além do exame físico, o médico pode solicitar exames de sangue, de urina e de cultura de bactéria, para investigar a ocorrência de uma infecção urinária, por exemplo.
A fimose é classificada em 5 graus diferentes, de acordo com o nível de dificuldade de retração da pele e exposição da glande:
Esses graus são úteis no acompanhamento do tratamento, para verificar o seu progresso, mas não são necessários para a definição da intervenção terapêutica, cuja escolha depende principalmente da idade do paciente.
Uma das primeiras escolhas de tratamento é o uso de pomadas à base de corticoides, que são anti-inflamatórias, analgésicas e antibióticas. Elas ajudam a pele a deslizar sobre a glande, dentro de um período de tratamento que dura em torno de 4 a 6 semanas.
O antibiótico ou antifúngico presente na pomada que pode ser, por exemplo, a clindamicina ou nistatina, serve para combater o microrganismo causador da fimose secundária. Quando ela ocorre por infecções decorrentes de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), o tratamento é feito com antibióticos ou antivirais por via oral.
Para as crianças acima de 5 anos, que ainda não conseguiram retrair o prepúcio, o pediatra pode indicar alguns exercícios que visam soltar a pele pouco a pouco, mas não devem ser feitos com muita força e nem causar dor, para não provocar lesões na pele. Esses exercícios devem ser feitos somente com a indicação e orientação médicas.
A cirurgia é indicada para os casos que não puderam ser resolvidos com as outras opções de tratamentos e consiste na remoção completa do prepúcio ou em cortes feitos nessa pele, para que ela não mais impeça a exposição da glande.
A Sociedade Brasileira de Medicina (SBU) recomenda que o tratamento com pomadas ou cirurgia seja feito após os 2 anos de idade, quando o pediatra consegue fazer o diagnóstico da fimose com mais segurança. Assim, é comum que a cirurgia seja feita entre os 2 e 3 anos de idade, por envolver menores riscos de complicações pós-operatórias e traumas psicológicos.
O nome da técnica cirúrgica é postectomia ou circuncisão, que é uma intervenção simples e com poucas chances de complicações. Ela é realizada com anestesia local, nos adultos, e geral, nas crianças. Recomenda-se que essas cirurgias sejam feitas ainda na infância, para prevenir problemas relacionados com a qualidade da atividade sexual e fertilidade.
Em alguns casos, por motivos culturais ou religiosos, a família opta pela circuncisão assim que o bebê nasce. Nesses casos, a cirurgia é feita ainda no período neonatal.
As complicações da fimose estão ligadas à dificuldade de higienização adequada da região, sendo elas:
A impotência sexual não é uma complicação da fimose, ou seja, não prejudica a ereção. O que pode acontecer é um desconforto durante a relação sexual, devido ao maior atrito causado pelo prepúcio recobrindo a glande.
Existe uma condição que pode ser confundida com a fimose, que é a aderência. Neste caso, a pele fica grudada à glande por uma “cola”, que cede naturalmente sem qualquer tratamento. No caso da fimose, o prepúcio não está colado à glande, mas a aperta, como se fosse um anel fibroso, não permitindo a sua exposição.
A fimose é um problema que atinge principalmente os homens, mas existem casos raros de fimose feminina. Nesse caso, a abertura vaginal fica tampada por uma aderência entre os pequenos lábios da vagina. Quando não resolvida naturalmente, a fimose feminina é tratada com o uso de pomadas com estrogênio.
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