Será que roncar faz mal mesmo ou é uma condição natural? Talvez roncar seja seu alarme interior, dizendo que algo não vai bem. Anteriormente, acreditava-se que roncar ocasionalmente não fazia mal, que não deveria ser motivo de grandes preocupações, mas com regularidade poderia interferir na qualidade do sono e do bem estar no dia seguinte – provocar irritação, fadiga e prejudicar a saúde de outras formas. Isso tudo além de causar problemas de relacionamento com o companheiro.
Estudos mais recentes acreditam que roncar faz mal, de fato. Essa condição, que interrompe a respiração enquanto dormimos, foi considerada perigosa por também estar associada à pressão arterial alta, a derrames e ataques do coração.
Há especialistas que afirmam, no entanto, que roncar, de certa forma, fortalece o coração e o cérebro, por causa das paradas constantes no suprimento de oxigênio e sangue aos órgãos. Em outras palavras, o corpo estaria mais preparado para reagir na ocorrência de problemas de pressão, derrame ou ataque no coração.
Porém, o ato de roncar pode ser confundido com a apneia do sono, um outro distúrbio, que representa risco potencial de vida.
O primeiro acontece quando a passagem do ar através do nariz e garganta fica obstruída durante o sono. Com isso, a língua se posiciona de forma que também interfere na passagem do ar, os tecidos ao redor vibram, e assim é produzido o conhecido som do roncar. Mais de 80% dos adultos que sofrem desse distúrbio o desconhecem, segundo a American Academy of Sleep Medicine.
Já a apneia do sono é um distúrbio sério, em que a respiração é interrompida centenas de vezes durante a noite. Roncar normalmente não interfere na qualidade do sono, diferente da apneia. Por isso, é fundamental que se saiba o que está realmente acontecendo.
Portanto, fique atento aos sintomas, se você está sofrendo de fadiga e sonolência durante o dia, isso pode ser um problema mais sério do que roncar.
Se você apresentar uma das manifestações abaixo, há a hipótese de que você não está simplesmente roncando, mas sofrendo com alguma condição mais séria como a apneia do sono. Conheça os casos pelos quais o excesso do hábito de roncar faz mal:
– Constituição Física
Os homens possuem passagens de ar mais estreitas do que as mulheres, por isso têm mais propensão a roncar. Existem também causas hereditárias, em que a garganta é estreita, as adenóides são maiores, dentre outras manifestações físicas.
– Problemas nasais
Quando as vias aéreas estão bloqueadas, certamente elas dificultam a inspiração, ao criarem um vácuo na garganta, e isso provoca o ronco.
– Peso corporal
Os tecidos com acúmulo de gordura e com tônus muscular fracos interferem no sono, e você pode roncar por isso. Bastante peso corporal ou excesso de peso são a causa desse distúrbio.
– Idade
A partir da meia idade, a garganta começa a estreitar, e o tônus muscular diminui. O que é possível fazer para amenizar essa condição são exercícios com a garganta, mudar seu estilo de vida e mudar as posições para dormir.
– Posição ao dormir
Deitar de costas pode fazer com que a pele da garganta relaxe, e com isso, impeça a passagem do ar.
– Álcool
O consumo de álcool pode aumentar o relaxamento dos músculos.
– Fumar
O consumo de cigarros pode, também, prejudicar seu sono. Da mesma forma que o álcool, pode fazer com que a musculatura relaxe mais do que o normal.
– Remédios
Alguns tranquilizantes como Valium e Ativan.
– Na saúde
Os médicos recomendam oito horas de sono para que o corpo possa desempenhar bem suas funções. Se passarmos uma ou duas noites com sono interrompido pelo ronco, ou se apresentarmos fadiga no dia seguinte, podemos sobreviver com isso. Porém, se esse quadro se repete por meses ou anos, podemos dizer que roncar faz mal para nossa saúde em geral. Os principais riscos são obesidade, diabetes, pressão alta e doenças do coração, além de ansiedade e depressão, e o prejuízo do sistema imunológico.
– No corpo
A falta de sono afeta diretamente o equilíbrio hormonal, porque é durante a noite que o hormônio do crescimento fica ativo. O metabolismo como um todo e o metabolismo da glicose também ficam prejudicados, interferindo no apetite, ocasionando um desejo por alimentos.
– No cérebro
Alternância dos estados de humor, às vezes euforia, e níveis de energia reduzidos. A sonolência durante o dia impede a concentração da pessoa, que cai no sono por alguns segundos, colocando-a em risco de acidentes. O Dr. Simon Kyle relata pesquisas feitas nessa área em que se observou problemas na memória, fala e alucinações eventuais.
Existem medidas que você pode tomar, como mudança de hábitos ao dormir e mudanças no estilo de vida. Você também pode fazer exercícios com a garganta. Estes são os melhores tratamentos, porque mais simples de serem realizados. Ou tratamentos médicos, porém, são mais invasivos.
– Eleve o travesseiro
Experimente colocar o travesseiro cerca de quatro centímetros acima da posição costumeira, para facilitar a respiração. Você também pode adquirir travesseiros desenhados exclusivamente para se parar de roncar, que lhe colocam numa posição em que os músculos ao redor do pescoço ficam relaxados.
– Durma de lado
Evite dormir de costas, porque nessa posição você estará mais propenso a roncar.
– Experimente um aparelho para parar de roncar
Estes tipos de aparelhos foram desenhados para se colocar na boca, semelhante aos utilizados pelos lutadores de boxe, auxiliando a passagem do ar. A cada dia, surgem novos desses aparelhos, mas ainda não foram completamente aprovados pela ciência.
Sabemos que não existem técnicas, aparelhos, ou tratamentos que funcionam para todas as pessoas. Por isso, deixar de roncar requer paciência e disposição para experimentar novas soluções.
– Limpe as passagens nasais
Use um descongestionante nasal, ou medicação anti-alérgica, se for o caso.
– Mantenha o quarto úmido
O ar seco pode irritar as membranas da garganta e do nariz. Você pode experimentar o uso de um umidificador de ambiente.
– Perca peso
A redução dos tecidos gordurosos na garganta pode acontecer com o mínimo de peso que você perca, e pode fazer com que você pare de roncar.
– Pare de fumar
Os fumantes têm mais propensão a roncar. O cigarro irrita as membranas do nariz e garganta, que podem bloquear a passagem do ar.
– Evite sedativos e álcool
Alguns medicamentos conduzem a um sono mais profundo, que pode piorar o ronco. Essas substâncias relaxam os músculos da garganta e interferem na respiração.
– Alimentação antes de dormir
O que também pode agravar a condição de roncar são as refeições pesadas antes de ir para a cama, como por exemplo, o consumo de laticínios.
– Exercícios Físicos
Mesmo que você não tenha conseguido perder peso, os exercícios em si podem reduzir o ronco. Isso acontece porque quando você tonifica vários músculos do corpo, a garganta também se beneficia. Além dos exercícios para o corpo, você pode fazer exercícios específicos para a garganta.
Pesquisas comprovam que os músculos do sistema respiratório podem ser fortalecidos de formas específicas para se reduzir o ronco, através de exercícios com a garganta, a língua e com a pronúncia de certos sons vocálicos.
Existem muitos avanços nessa área, e aparelhos que estão se tornando mais eficazes e confortáveis. Consulte um clínico ou um otorrinolaringologista para encontrar uma solução para o seu caso. Aqui estão algumas alternativas para parar de roncar:
– Pressão do Ar Positiva e Contínua (CPAP)
Através de uma máquina ao lado da cama, o ar fica pressurizado numa máscara, que é colocada no nariz ou no rosto, ajudando a manter a passagem de ar aberta.
– Uvulopalatoplastia assistida a Laser (LAUP)
A úvula é encurtada através do laser, também são feitos cortes pequenos no palato mole, em ambos os lados. Quando o corte cicatriza, os tecidos circundantes enrijecem, evitando as vibrações que desencadeiam o ronco.
– Implantes no Palato
São colocados pequenos implantes plásticos no palato mole, que evitam a mecânica do ronco. Também chamado de procedimento Pillar.
– Sonoplastia
Utiliza calor com níveis baixos de radiofrequência para remover os tecidos da úvula e do palato mole, que vibram durante o ronco. O procedimento dura cerca de trinta minutos, sob anestesia local.
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