Apesar dos casos de AVC serem mais frequentes entre pessoas com mais de 60 anos, o problema tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens com menos de 45 anos de idade.
O acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil, voltou a ser a maior causa de morte no Brasil em 2022.
Daí, a necessidade de reconhecer os sinais e sintomas de AVC, visando o rápido acesso à emergência para preservação da vida e diminuição das sequelas.
Veja quais são os principais sintomas de AVC em jovens, como são feitos o diagnóstico e os tratamentos desse problema de saúde, e saiba por que os casos de AVC em jovens aumentaram nos últimos anos.
Os sintomas de AVC em jovens aparecem de forma súbita e são praticamente os mesmos daqueles que ocorrem em idade mais avançada, que são:
Apesar dos sintomas de AVC em jovens serem semelhantes aos presentes nos idosos, o problema em pessoas com menos de 60 anos está mais relacionado com a formação de coágulos sanguíneos em outras partes do corpo, que acabam se desprendendo e obstruindo artérias cerebrais.
O AVC causado pela redução do fluxo sanguíneo que chega ao cérebro por uma obstrução no vaso é chamado de AVC isquêmico. Mas há também o AVC hemorrágico, que é causado pelo rompimento de algum vaso sanguíneo no cérebro, provocando um sangramento no tecido cerebral. Este tipo de AVC é menos comum e tende a ser mais grave.
Os sintomas listados são decorrentes da falta de oxigenação no tecido cerebral causada ou pelo estreitamento dos vasos sanguíneos ou pelo seu rompimento.
Na presença desses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata, ligando para o SAMU (192). Quanto mais rápido for o socorro, maiores as chances de não haver sequelas, como dificuldade de locomoção e prejuízos funcionais, que surgem devido à falta de suprimento sanguíneo a partes específicas do cérebro. Veja quais são as principais sequelas de um AVC e como tratá-las.
Quanto mais jovem for a pessoa acometida pelo AVC, maiores as chances de recuperação, pois conta com a neuroplasticidade, que é a capacidade de adaptação do sistema nervoso central e de reaprendizagem das funções perdidas.
Ao chegar ao pronto atendimento, a equipe médica fará exames para confirmar a ocorrência de um AVC, o que pode ser feito com exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
A partir da confirmação do diagnóstico, a pessoa com AVC é prontamente submetida ao tratamento, que pode ser feito com a desobstrução da artéria afetada (angioplastia) ou com a drenagem do sangue para aliviar a pressão intracraniana.
Segundo dados da Central Nacional de Informações do Registro Civil, os casos de AVC em jovens contribuíram para 17,2% dos óbitos por AVC em 2019, 18,5% em 2020 e 20% em 2021, com tendência de crescimento nos próximos anos.
Uma revisão sistemática com meta-análise de dados de 603.838 indivíduos publicada na revista The Lancet indicou que longas jornadas de trabalho estavam relacionadas com o aumento dos riscos de doenças coronarianas e AVC.
No estudo, foi observado que pessoas em idade ativa que trabalhavam 55 horas ou mais por semana apresentavam um risco 1,3 vezes (33%) maior de terem um AVC do que pessoas que trabalhavam entre 35 e 40 horas semanais.
O problema é agravado quando esse excesso de trabalho é acompanhado de:
Esses fatores de risco costumam ser mais prevalentes em jovens que têm uma longa jornada de trabalho, pois geralmente têm menos tempo disponível para se exercitar e se alimentar adequadamente. Além disso, o estresse contribui para o aumento da pressão arterial e de doenças crônicas, como o diabetes.
Esses fatores também aumentam os riscos de AVC por ateroma, que é a aterosclerose causada pelo acúmulo de placas de gordura e/ou depósitos de cálcio no interior dos vasos, que levam à sua obstrução.
Além destes fatores, a recente pandemia de COVID-19 está ligada ao aumento dos riscos de formação de coágulos nas artérias, que podem desprender do seu local de origem e obstruir um vaso sanguíneo no cérebro, causando um AVC, ou nos pulmões, onde podem causar uma embolia pulmonar.
Por fim, o crescente número de diagnósticos de AVC em jovens também recebe influência do avanço da medicina, com relação aos exames de imagem. Com as novas tecnologias, é possível identificar pequenos AVCs muito antes deles manifestarem qualquer sintoma, que pode ocorrer somente em uma fase mais avançada da vida.
A prevenção é a melhor estratégia para evitar o AVC enquanto jovem e, também, em idades mais avançadas.
Hábitos como a prática regular de exercícios físicos e alimentação balanceada ajudam a preservar a boa saúde dos vasos sanguíneos, prevenindo problemas como hipertensão arterial e aterosclerose, que são importantes fatores de risco para o AVC.
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