10 sintomas de AVC em jovens

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Apesar dos casos de AVC serem mais frequentes entre pessoas com mais de 60 anos, o problema tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens com menos de 45 anos de idade. 

O acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, segundo dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil, voltou a ser a maior causa de morte no Brasil em 2022. 

Daí, a necessidade de reconhecer os sinais e sintomas de AVC, visando o rápido acesso à emergência para preservação da vida e diminuição das sequelas. 

Veja quais são os principais sintomas de AVC em jovens, como são feitos o diagnóstico e os tratamentos desse problema de saúde, e saiba por que os casos de AVC em jovens aumentaram nos últimos anos. 

Sintomas de AVC em jovens

Dor de cabeça
A dor de cabeça intensa e súbita é um dos principais sintomas do AVC em jovens

Os sintomas de AVC em jovens aparecem de forma súbita e são praticamente os mesmos daqueles que ocorrem em idade mais avançada, que são:

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  1. Perda ou redução da força muscular do braço ou da perna de um lado do corpo, gerando dificuldade para levantar o braço ou caminhar.
  2. Boca torta ou rosto assimétrico.
  3. Sensação de formigamento/dormência no braço ou na perna de um lado do corpo ou em um lado da face. 
  4. Dificuldade para articular as palavras e para sorrir, provocando mudanças de fala e, também, dificuldade para entender a fala de uma outra pessoa.  
  5. Dificuldades para se movimentar.
  6. Lapsos de memória.
  7. Perda ou alteração da visão.
  8. Dor de cabeça intensa e súbita.
  9. Crises epilépticas.
  10. Tontura.

Apesar dos sintomas de AVC em jovens serem semelhantes aos presentes nos idosos, o problema em pessoas com menos de 60 anos está mais relacionado com a formação de coágulos sanguíneos em outras partes do corpo, que acabam se desprendendo e obstruindo artérias cerebrais. 

O AVC causado pela redução do fluxo sanguíneo que chega ao cérebro por uma obstrução no vaso é chamado de AVC isquêmico. Mas há também o AVC hemorrágico, que é causado pelo rompimento de algum vaso sanguíneo no cérebro, provocando um sangramento no tecido cerebral. Este tipo de AVC é menos comum e tende a ser mais grave. 

Os sintomas listados são decorrentes da falta de oxigenação no tecido cerebral causada ou pelo estreitamento dos vasos sanguíneos ou pelo seu rompimento.  

Na presença desses sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata, ligando para o SAMU (192). Quanto mais rápido for o socorro, maiores as chances de não haver sequelas, como dificuldade de locomoção e prejuízos funcionais, que surgem devido à falta de suprimento sanguíneo a partes específicas do cérebro. Veja quais são as principais sequelas de um AVC e como tratá-las.

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Quanto mais jovem for a pessoa acometida pelo AVC, maiores as chances de recuperação, pois conta com a neuroplasticidade, que é a capacidade de adaptação do sistema nervoso central e de reaprendizagem das funções perdidas. 

Diagnóstico e tratamento de AVC em jovens

Ao chegar ao pronto atendimento, a equipe médica fará exames para confirmar a ocorrência de um AVC, o que pode ser feito com exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. 

A partir da confirmação do diagnóstico, a pessoa com AVC é prontamente submetida ao tratamento, que pode ser feito com a desobstrução da artéria afetada (angioplastia) ou com a drenagem do sangue para aliviar a pressão intracraniana. 

Por que os casos de AVC em jovens aumentou

Segundo dados da Central Nacional de Informações do Registro Civil, os casos de AVC em jovens contribuíram para 17,2% dos óbitos por AVC em 2019, 18,5% em 2020 e 20% em 2021, com tendência de crescimento nos próximos anos. 

Uma revisão sistemática com meta-análise de dados de 603.838 indivíduos publicada na revista The Lancet indicou que longas jornadas de trabalho estavam relacionadas com o aumento dos riscos de doenças coronarianas e AVC. 

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No estudo, foi observado que pessoas em idade ativa que trabalhavam 55 horas ou mais por semana apresentavam um risco 1,3 vezes (33%) maior de terem um AVC do que pessoas que trabalhavam entre 35 e 40 horas semanais. 

Medindo a pressão
A hipertensão, comum hoje entre jovens, contribui para o maior número de AVCs

O problema é agravado quando esse excesso de trabalho é acompanhado de:

  • Sedentarismo: grande parte dos jovens nos dias atuais tem a possibilidade de trabalhar remotamente ou de realizar serviços que exigem pouca movimentação. 
  • Hipertensão arterial: a pressão arterial elevada danifica a parede dos vasos sanguíneos, deixando-a mais frágil e suscetível a rompimentos e obstruções. 
  • Diabetes, colesterol alto e obesidade: são problemas que normalmente resultam de maus hábitos alimentares e favorecem o acúmulo de placas de gordura dentro dos vasos sanguíneos. 
  • Tabagismo e uso de drogas ilícitas: fumantes e usuários de drogas ilícitas têm risco até 2 vezes maior de desenvolver AVC, segundo a Hcor, a Associação Beneficente Síria.  

Esses fatores de risco costumam ser mais prevalentes em jovens que têm uma longa jornada de trabalho, pois geralmente têm menos tempo disponível para se exercitar e se alimentar adequadamente. Além disso, o estresse contribui para o aumento da pressão arterial e de doenças crônicas, como o diabetes. 

Esses fatores também aumentam os riscos de AVC por ateroma, que é a aterosclerose causada pelo acúmulo de placas de gordura e/ou depósitos de cálcio no interior dos vasos, que levam à sua obstrução. 

Além destes fatores, a recente pandemia de COVID-19 está ligada ao aumento dos riscos de formação de coágulos nas artérias, que podem desprender do seu local de origem e obstruir um vaso sanguíneo no cérebro, causando um AVC, ou nos pulmões, onde podem causar uma embolia pulmonar

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Por fim, o crescente número de diagnósticos de AVC em jovens também recebe influência do avanço da medicina, com relação aos exames de imagem. Com as novas tecnologias, é possível identificar pequenos AVCs muito antes deles manifestarem qualquer sintoma, que pode ocorrer somente em uma fase mais avançada da vida. 

A prevenção é a melhor estratégia para evitar o AVC enquanto jovem e, também, em idades mais avançadas. 

Hábitos como a prática regular de exercícios físicos e alimentação balanceada ajudam a preservar a boa saúde dos vasos sanguíneos, prevenindo problemas como hipertensão arterial e aterosclerose, que são importantes fatores de risco para o AVC. 

Fontes e referências adicionais

Você conhece algum caso de AVC em uma pessoa jovem? Essa pessoa apresenta alguma comorbidade associada, por exemplo obesidade e pressão alta? O que você pode mudar no seu dia a dia para evitar esse problema de saúde? Comente abaixo!

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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