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Bartolinite: o que é, sintomas e tratamentos

Publicado por
Dra. Akemi Martins

Bartolinite é a inflamação das glândulas de Bartholin, duas aberturas próximas à vagina que produzem e liberam um muco que contribui para a lubrificação vaginal. A obstrução do ducto por onde esse muco é liberado causa a inflamação, ou a bartolinite. 

As glândulas de Bartholin são bem pequenas, geralmente menores do que 1 cm. Elas podem ter seus ductos bloqueados pela formação de cistos, chamados de cistos de Bartholin. Esses cistos geralmente são indolores e não causam maiores problemas, sendo resultados de um simples inchaço da glândula, que leva à obstrução do ducto. 

Porém, quando esses cistos infeccionam, há a formação de um abscesso, em cujo interior existe pus. A infecção ocorre pela ação de bactérias, principalmente das espécies: Escherichia coli, presente na microbiota intestinal, Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, espécies sexualmente transmissíveis. 

É raro, mas a bartolinite também pode ocorrer devido a uma câncer, o carcinoma vulvar, que afeta, com mais frequência, mulheres após a menopausa.

Veja mais detalhes sobre a bartolinite, os principais sintomas e como a condição é diagnosticada e tratada.

Bartolinite: o que é?

Dor pélvicaDor pélvica
A dor e inchaço do local são sintomas característicos da bartolinite

A bartolinite é uma inflamação da glândula de Bartholin e de seu ducto, por onde sai o muco que lubrifica a vagina e a vulva. Essa inflamação pode evoluir para um abscesso, com pus em seu interior. 

A origem dessa inflamação é a obstrução do ducto, que impossibilita a saída do muco. O acúmulo desse material no ducto leva à formação de um cisto que, em geral, é indolor e não causa maiores problemas. 

O problema é que o acúmulo de muco no local facilita a proliferação de bactérias, que podem causar uma infecção e formar um abscesso cheio de pus. 

Existem alguns fatores de risco que aumentam as chances de bactérias se desenvolverem na região genital feminina, que são:

  • Estar em idade reprodutiva.
  • Ter relações sexuais com múltiplos parceiros.
  • Não usar preservativos.
  • Ter histórico de infecção sexualmente transmissível, como clamídia e gonorreia.

Sintomas da bartolinite

A bartolinite, diferentemente dos cistos de Bartholin, causa alguns sintomas, como:

  • Dor no local, que pode variar desde um desconforto até uma dor extrema.
  • Dificuldade para caminhar e sentar.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Muita dor ao toque.
  • Vermelhidão.
  • Inchaço, devido à formação de uma massa avermelhada.
  • Sensação de que o local está mais quente, como uma febre.
  • Formação de pus.
  • Febre.

Diagnóstico da bartolinite

A bartolinite é diagnosticada com um exame físico, em que o médico ou médica ginecologista verifica se as glândulas de Bartholin estão inflamadas e inchadas. 

Em alguns casos, podem ser solicitados exames de cultura bacteriana, com esfregaço em lâmina, e de urocultura, para identificar a espécie de bactéria causadora da infecção. 

Entretanto, não é necessário esperar o resultado desses exames, para dar início à antibioticoterapia (antibióticos de amplo espectro). 

Tratamentos da bartolinite

Alguns antibióticos podem ser prescritos para o tratamento

Como a bartolinite resulta de uma infecção bacteriana, o tratamento é feito com o uso de antibióticos. Normalmente, os antibióticos prescritos são a doxiciclina, ofloxacina, levofloxacina ou metronidazol por via oral, de 12 em 12 horas, por 14 dias. 

Se houver a formação de abscesso, é preciso drenar o cisto cirurgicamente, por meio de uma pequena incisão (1,5 a 3 cm) na face interna do pequeno lábio.

Se o cisto for bem pequeno, ele pode se romper e drenar espontaneamente com banhos de assento em água morna, feitos de 3 a 4 vezes ao dia, durante 15 minutos. A imersão da região genital em água morna ajuda também a aliviar a dor e o desconforto causados pela inflamação. 

Porém os banhos não são capazes de eliminar a bactéria causadora da infecção, que só pode ser combatida com antibióticos. Se o cisto for grande, os banhos de assento também não são suficientes para promover a sua drenagem, devendo ser feita a cirurgia. 

Se o problema for muito recorrente, ou seja, ocorrer com frequência, pode ser necessária uma cirurgia para retirada das glândulas de Bartholin (bartolinectomia) ou para aumentar o ducto por onde sai a secreção. 

A marsupialização é uma das técnicas cirúrgicas utilizadas para tratar casos recorrentes de bartolinite. Nessa procedimento, o médico ou médica cirurgiã abre as glândulas e une suas bordas à pele, para impedir que o muco volte a se acumular. 

A lubrificação vaginal não é prejudicada com a remoção das glândulas de Bartholin, pois outras glândulas também secretam muco, como as glândulas Skene. 

Você já teve um quadro de cisto de Bartholin ou de bartolinite? Teve que fazer cirurgia ou o problema foi resolvido com antibióticos? Comente abaixo!

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Dra. Akemi Martins

Dra. Akemi Martins Higa é bióloga, formada pela Universidade Federal de São Carlos em 2011. Doutora na área de Medicina Tropical e Saúde Internacional, com ênfase em doenças neurodegenerativas, pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de nanotecnologia e imunologia aplicada ao diagnóstico de neuromielite óptica e esclerose múltipla. Para mais informações, entre em contato.

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