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Conjuntivite bacteriana: como se pega e quais os sintomas?

Publicado por
Dr. Haroldo Vieira Junior

Quem já acordou com os olhos grudados por uma secreção amarelada, grossa e grudenta, logo se lamenta por ter pego uma conjuntivite. A conjuntivite bacteriana é altamente contagiosa e pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum em crianças.

As conjuntivites bacterianas leves se resolvem sozinhas, dentro de 1 a 2 semanas, sem a necessidade de um tratamento específico.

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Mas, se feito um tratamento com antibióticos, a recuperação é bem mais rápida, com a resolução dos sintomas em 2 a 3 dias, permitindo que a pessoa retorne às suas atividades sem o risco de transmissão às outras pessoas. 

Veja o que é conjuntivite bacteriana, os sintomas, como se pega e o tratamento.

O que é conjuntivite bacteriana?

A conjuntivite bacteriana é quando a inflamação da conjuntiva, que é a mucosa que recobre o interior das pálpebras e o branco dos olhos, é causada por uma bactéria.

A conjuntiva é responsável por manter os olhos lubrificados e pela sua proteção contra corpos estranhos, que podem ser poeira, vírus ou bactérias. 

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A conjuntivite bacteriana se diferencia da viral e da alérgica.

Causas da conjuntivite bacteriana

A maioria das conjuntivites bacterianas são causadas por bactérias que podem ser transmitidas ao tocar os olhos com as mãos contaminadas.

Outra forma de contrair esse tipo de conjuntivite é através da infecção das mucosas dos olhos por bactérias que já estejam infectando a mucosa nasal ou os seios nasais. 

Alguns casos mais raros de conjuntivite bacteriana são causados por bactérias sexualmente transmissíveis, que causam a gonorreia e a clamídia, e requerem maior atenção, pois são mais sérios e difíceis de tratar. 

Quais são os sintomas da conjuntivite bacteriana?

Olhos avermelhados são sintomas característicos da conjuntivite bacteriana

Os sintomas leves mais comuns geralmente começam em um olho e depois se espalham para o outro:

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  • Olhos avermelhados
  • Queimação e coceira
  • Sensação de areia nos olhos
  • Secreção espessa, pegajosa e amarelada
  • Olhos grudados ao acordar
  • Pálpebras inchadas ou avermelhadas
  • Inchaço dos linfonodos localizados na frente dos ouvidos (íngua)

Quando esses sintomas leves não se resolvem sozinhos após 14 dias ou com o uso do medicamento prescrito pelo médico, é recomendável procurar um oftalmologista para avaliar se você ficou com alguma complicação da conjuntivite. Outro fator que chama atenção para uma investigação mais profunda é quando a pessoa apresenta os seguintes sintomas graves:

  • Dor intensa
  • Vermelhidão extrema dos olhos
  • Incapacidade de abrir os olhos.
  • Sensibilidade severa à luz
  • Visão embaçada, mesmo após limpar as secreções.

Como se pega conjuntivite bacteriana?

A conjuntivite bacteriana passa de uma pessoa infectada para outra, quando boas práticas de higiene não são seguidas. Para diminuir as chances de você pegar conjuntivite bacteriana, siga as orientações: 

  • Evite contato com pessoas infectadas.
  • Lave as mãos com frequência, usando água e sabão. Você também pode usar álcool em gel, na falta de água e sabão.
  • Evite tocar os olhos.

Se você estiver com conjuntivite bacteriana, também existem ações que evitam a transmissão para outras pessoas que estejam compartilhando o mesmo ambiente que você: 

  • Lave as mãos com frequência, usando água e sabão.
  • Lave as mãos antes e depois de tocar os olhos ou pingar colírio.
  • Não compartilhe objetos de uso pessoal com outras pessoas.
  • Troque, diariamente, as roupas de cama.
  • Afaste-se das atividades escolares e profissionais, até que os sintomas sejam resolvidos.
  • Evite usar maquiagens durante os sintomas, se não você terá que descartá-las, para evitar uma reinfecção.
  • Não use lentes durante os sintomas. Após a resolução da conjuntivite bacteriana, use novos pares de lentes e descarte as antigas.

Fatores de risco

  • Não higienizar as lentes de contatos
  • Compartilhar cosméticos contaminados
  • Ambientes muito cheios e com pouca ventilação
  • Doenças oculares: olho seco, blefarite e anormalidades na superfície dos olhos e pálpebras.
  • Cirurgia ocular recente
  • Uso crônico de medicamentos tópicos
  • Sistema imunológico debilitado por comorbidades associadas ou por medicamentos quimioterápicos.

Tratamento da conjuntivite bacteriana

É importante seguir o tratamento feito em casa para aliviar os desconfortos

A conjuntivite bacteriana leve desaparece, naturalmente, em 1 a 2 semanas. O tratamento é feito em casa e serve para aliviar os sintomas e desconfortos: 

  • Limpe, suavemente, os olhos com lenços de papel descartáveis ou algodão embebido em água.
  • Aplique colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais, de 2 a 6 vezes por dia. Se você estiver com apenas um olho infectado, não use o mesmo colírio no outro olho. Tome cuidado para não encostar a ponta do frasco nos olhos, a fim de evitar uma reinfecção.
  • Aplique compressa fria nos olhos, para aliviar o inchaço e a coceira.
  • Não esfregue e nem coce os olhos.
  • Não use lentes de contato, enquanto estiver com os sintomas.

Quando a conjuntivite bacteriana não se resolve naturalmente ou quando há sintomas mais graves, o médico pode prescrever pomadas ou colírios com antibióticos. Em casos de conjuntivite bacteriana causada por bactérias sexualmente transmissíveis, o tratamento é feito com antibióticos orais ou injetáveis. 

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Complicações

Na maioria dos casos, não ocorrem complicações após um quadro de conjuntivite bacteriana. Mas, em casos graves, alguns problemas podem ocorrer após a resolução da conjuntivite: 

  • Úlceras na córnea
  • Danos à visão
  • Infecção no ouvido
Fontes e referências adicionais

Você já teve conjuntivite bacteriana? Quais foram os sintomas que mais incomodaram? Comente abaixo!

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Dr. Haroldo Vieira Junior

Dr. Haroldo Vieira de Moraes Junior é Oftalmologista - CRM 380377 RJ. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1981. Em seguida concluiu Mestrado em Oftalmologia pela UFRJ em 1986 e Doutorado em Oftalmologia pela UFRJ em 1994. Pós-Doutorado no National Eye Institute do National Institutes of Health (NIH/NEI) durante 1998/1999 e Livre Docente em Oftalmologia pela UNIFESP (2001), atualmente é Professor Titular de Oftalmologia da UFRJ. Para mais informações, entre em contato com ele.

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