A curetagem é um procedimento ginecológico realizado para a retirada de material da cavidade uterina.
Em casos de aborto incompleto, isto é, quando a mulher não elimina todo o conteúdo do útero no sangramento, ou após um parto normal, que deixa algum fragmento de placenta, se faz necessária a retirada cirúrgica do conteúdo intrauterino.
A curetagem pode ser feita de duas formas: através de raspagem uterina com uma cureta ou por meio de sucção à vácuo, que é uma técnica mais moderna e segura.
Entenda, com mais detalhes, o que é a curetagem, quando é indicada, como é feita, como é a recuperação, quais são os possíveis riscos e quando a mulher fica apta a engravidar novamente.
A curetagem é um procedimento realizado para retirar restos placentários de um aborto ou de um parto normal, por meio da raspagem da cavidade uterina.
Apesar de não ser comum atualmente, a curetagem também pode ser usada em um processo diagnóstico, para investigar a causa de um sangramento uterino anormal (SUA). Neste contexto, a curetagem recebe o nome de curetagem endocervical semiótica.
Hoje em dia, a histeroscopia, um exame de imagem realizado com uma câmera, é mais indicada para essa finalidade.
A curetagem geralmente é feita em um caso de aborto espontâneo, para retirada dos restos ovulares, que são originados do embrião ou feto, e dos tecidos da gravidez. A retirada do conteúdo residual é importante para evitar infecções e complicações, que podem prejudicar a fertilidade da mulher.
Produtos da concepção, especialmente membranas que envolvem a placenta, também podem ficar retidos após um parto normal, sendo necessária a sua retirada com a curetagem.
Além dessas situações mais comuns, a curetagem também pode ser indicada em outros casos, como:
A curetagem é feita com raquianestesia ou sedação, para que a mulher não sinta dor durante o procedimento.
Normalmente, a curetagem é guiada por ultrassonografia, para diminuir os riscos de lesões e para auxiliar o médico ou médica ginecologista a retirar todo o conteúdo da cavidade intrauterina, sem deixar nenhum material remanescente.
Existem duas formas pela qual a curetagem pode ser realizada. A primeira é feita com um tipo específico de colher, a cureta, com a qual se raspa o interior do útero. A cureta é inserida por via transvaginal, sem necessidade de qualquer corte.
Para este procedimento, pode ou não ser necessária a dilatação do canal cervical, depende do tamanho do conteúdo a ser retirado. Também pode ser necessária a administração de um remédio que estimula a contração uterina, facilitando a retirada do material, comum em casos de aborto após a 12ª semana de gestação.
Uma forma menos invasiva de se fazer a retirada do conteúdo intrauterino é com a aspiração manual intrauterina (AMIU), que requer apenas uma sedação. Nesta abordagem, os restos placentários são sugados com uma cânula de aspiração. Esta técnica é mais utilizada atualmente porque gera menos riscos de lesões no endométrio.
Porém, nos casos em que a gestação passou de 12 semanas, nem sempre é possível utilizar somente a AMIU, porque a placenta é maior e, por isso, é mais difícil de passar pela cânula. Assim, muitos profissionais optam pela abordagem mista, ou seja, usam as duas técnicas, para não ser necessário utilizar tanto a cureta, diminuindo os riscos de lesões.
A recuperação é rápida, com a liberação da paciente no mesmo dia, em média, 6 horas após o procedimento. Caso a mulher tenha sofrido um sangramento muito intenso durante o aborto, pode ser que ela precise ficar em observação por mais tempo, após a curetagem.
É importante contar com uma pessoa acompanhante, porque após a sedação ou anestesia, a mulher pode ficar sonolenta ou com dor de cabeça.
Após um procedimento de curetagem, é normal a mulher observar um sangramento leve após 24 a 48 horas do procedimento, por isso deve ficar em repouso durante esse período.
Entretanto, é importante ficar atenta a esse sangramento, observando se ele fica mais intenso, com coágulo e com cheiro forte, e se provoca cólicas muito fortes. Nesse caso, é preciso retornar ao médico ou médica que acompanha o caso, para verificar a situação.
A curetagem é um procedimento seguro, mas não deixa de ser invasivo e isso implica em alguns riscos:
A formação de aderências uterinas, ou sinéquias, é um risco bastante preocupante, que os médicos e médicas ginecologistas tentam evitar ao máximo, porque dificulta uma futura gravidez.
Como forma de evitar ou tratar precocemente este problema, muitos profissionais realizam uma revisão da cavidade uterina com histeroscopia após um procedimento de curetagem. Por este motivo, também, é que a aspiração manual intrauterina (AMIU) é a técnica de preferência, quando sua aplicação é possível, pois gera menos riscos de lesões no útero e, consequentemente, de formação de aderências.
Sempre que possível, também, os profissionais tentam tratar um quadro de abortamento de maneira conservadora, ou seja, tentam fazer com que a mulher elimine espontaneamente, ou com a ajuda de medicações, o conteúdo da cavidade uterina.
Após 4 ou 6 semanas da curetagem, a mulher volta a menstruar, e isso significa que ela está ovulando normalmente.
Mas, não é aconselhável engravidar neste primeiro ciclo, dado o procedimento invasivo que foi realizado no útero.
Somente o médico ou médica que fez o procedimento e acompanha o caso é capaz de afirmar após quantos ciclos a mulher pode engravidar. Esse período pode se estender até 6 meses, dependendo do quão invasiva foi a curetagem.
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