Apesar do termo ser relativamente estranho, a espasticidade é um distúrbio de ordem neurológica que afeta a capacidade de controle muscular.
O quadro é caracterizado por um aumento do tônus muscular, que pode levar a rigidez e movimentos involuntários. O problema tende a estar associado a lesões cerebrais como acidente vascular cerebral (AVC), lesões na medula espinhal, esclerose múltipla e paralisia.
Uma pessoa afetada pela espasticidade pode ter a qualidade de vida comprometida, afinal, o problema impacta na realização de atividades simples do dia a dia, como caminhar e falar. No entanto, existem diversas maneiras de lidar com o quadro e melhorar a qualidade de vida. Tratamentos como fisioterapia, medicamentos e até mesmo técnicas como a acupuntura podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a mobilidade.
Quando a pessoa entra em um quadro de espasticidade, os músculos perdem a capacidade de relaxar e se mantêm contraídos o tempo todo. A incidência da espasticidade está diretamente ligada a doenças correspondentes. Por isso não há dados epidemiológicos sobre o quadro. No entanto, acredita-se que o problema atinja milhões de pessoas em todo o mundo.
A espasticidade é dividida em níveis. Essa diferenciação será feita com base na escala de Ashworth modificada (EAM), considerada padrão ouro para mensuração clínica do tônus muscular, que divide seu estado com relação ao tônus de um indivíduo normal.
Neste sentido, a espasticidade é classificada em cinco grupos de gravidade crescente. São eles:
A espasticidade pode ser percebida a partir de uma série de sintomas. Os principais estão relacionados a movimentos involuntários do corpo, como espasmos, incapacidade de realizar alguns movimentos com os músculos e reações musculares indesejáveis. Além disso, os músculos ficam contraídos e passam a ter menos capacidade de relaxamento, ficando mais fracos com o tempo.
Como consequência disso a pessoa pode ter dificuldades para realizar movimentos simples, como esticar o cotovelo, abrir e fechar as mãos e até levantar o braço. Pode ainda ser mais suscetível a quedas e sentir fortes dores ao se movimentar.
Ao desencadear a espasticidade, a pessoa passa a ter seus reflexos comprometidos, bem como se manter em uma postura incomum. Pode ainda sentir um encurtamento dos músculos e sofrer com dores ao tentar permanecer na mesma posição por muito tempo.
A presença de clônus – uma série de contrações musculares, rítmicas e involuntárias, em que o espasmo e o relaxamento se sucedem alternadamente – também é comum em casos de espasticidade.
Além dos sinais citados, a pessoa pode apresentar aumento do tônus muscular, diminuição das amplitudes articulares e alteração do posicionamento dos membros superiores e inferiores.
O primeiro passo para o diagnóstico da espasticidade é a análise de uma anamnese detalhada do paciente. O médico irá observar os movimentos do paciente, verificar a presença de rigidez muscular e avaliar a amplitude de movimento das articulações. Após essa avaliação é realizado o exame físico, onde o médico estuda o nível do quadro de acordo com a escala de Ashworth modificada.
Para facilitar o diagnóstico, o especialista pode solicitar exames de imagem, como a ressonância magnética. Além disso, outros testes costumam ser realizados para descartar condições que possam apresentar sintomas semelhantes à espasticidade, como a rigidez muscular causada por doenças neurológicas degenerativas.
É importante ressaltar que o diagnóstico precoce da espasticidade é essencial para que o paciente receba um tratamento adequado e para que seja feito o controle dos sintomas. O tratamento pode incluir fisioterapia, medicamentos e até mesmo cirurgia, dependendo da gravidade da condição.
Não existe uma cura específica para a espasticidade. Contudo, o quadro pode trazer uma série de sintomas que impactam seriamente a vida de uma pessoa. A boa notícia é que o tratamento correto pode melhorar a qualidade de vida de uma pessoa. Neste sentido, muitas são as abordagens de tratamento para o quadro, que incluem desde terapia ocupacional, até mesmo intervenções cirúrgicas.
O objetivo do tratamento é reduzir a rigidez muscular e melhorar a mobilidade da pessoa. Os métodos utilizados podem incluir exercícios para fortalecer os músculos, técnicas de relaxamento muscular, medicação oral ou injetável, e cirurgia para aliviar a tensão muscular.
Em alguns tratamentos, pode-se ser utilizada a combinação de remédios que diminuam a transmissão de estímulo para o músculo. Em outros, é indicada a injeção de toxina botulínica – a mesma utilizada no botox -, a fim de reduzir a rigidez muscular.
Sessões de fisioterapia também costumam ser indicadas com o objetivo de preservar as articulações do paciente. Podem-se ainda ser indicados procedimentos como a crioterapia, que funciona a partir da aplicação de frio e calor na região afetada. Em outros casos a estimulação elétrica feita com pequenos choques também é uma saída.
Por fim, alguns casos podem ser passíveis de cirurgia. Estas tendem a ser minimamente invasivas, feitas com o intuito de proteger a anatomia do paciente e preservar ao máximo todo o seu corpo.
O tratamento adequado da espasticidade é importante para melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzindo a dor, melhorando a mobilidade e facilitando a comunicação. Portanto, ao perceber sintomas do quadro, é extremamente importante a avaliação de um profissional de saúde para melhor diagnóstico e tratamento.
Deixe um comentário