Você sabia que a exposição prolongada a certos agentes químicos, como poeira de sílica e substâncias do cigarro, pode provocar fibrose pulmonar? No dia a dia, não percebemos o quanto estamos expostos a esses e a outros agentes, que podem acarretar em sérios problemas de saúde, com o passar dos anos.
Dificuldade para respirar, tosse seca ou com secreção, falta de ar e perda de peso sem causa aparente são alguns dos sintomas mais comuns que os portadores de fibrose pulmonar apresentam.
Esses sintomas ocorrem porque a fibrose pulmonar deixa o pulmão mais rígido, dificultando os movimentos de expansão e contração necessários para fazer o ar entrar e sair dos pulmões.
Veja o que é fibrose pulmonar, quais são as causas, os sintomas e como tratar.
A fibrose pulmonar é uma doença grave, que possui alta taxa de mortalidade. Ela causa a destruição progressiva do pulmão formando cicatrizes, cujo termo técnico é fibrose. Como consequência, o pulmão fica cada vez mais rígido, perdendo sua capacidade de expansão e encolhimento durante a respiração.
A fibrose pulmonar também causa o endurecimento dos tecidos dos alvéolos pulmonares, estruturas importantes para a troca gasosa entre os pulmões e o sangue. É nessa estrutura que o sangue recebe o oxigênio do ar inspirado e retira o gás carbônico, para ser expelido. Ao afetar essa estrutura, ocorre a piora da falta de ar.
Na maioria das vezes, a causa da fibrose pulmonar é desconhecida, o que recebe o termo médico de fibrose pulmonar idiopática.
Porém, existem alguns fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, como a exposição prolongada a certas toxinas e poluentes, algumas doenças autoimunes e o uso prolongado de alguns medicamentos.
Veja a lista dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de fibrose pulmonar, em longo prazo:
Uma curiosidade sobre a fibrose pulmonar é que ela tem a probabilidade de acometer mais os homens do que as mulheres, possivelmente por causa da maior prevalência de homens atuando em trabalhos como mineração, indústrias, construções e transportes.
A evolução dos sintomas leva de meses a alguns anos e varia de paciente para paciente. Algumas pessoas apresentam o agravamento rápido dos sintomas, caracterizando uma exacerbação aguda da doença. Nesse caso, o paciente pode necessitar de ventilação mecânica, para fazer o ar chegar até os seus pulmões.
Os principais sintomas da fibrose pulmonar são:
Até o momento, não existe cura para a fibrose pulmonar, pois os danos que essas cicatrizes causam são irreversíveis. Existem, porém, alguns tratamentos que servem para conter o avanço da doença, diminuir a intensidade dos sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa.
Antes de iniciar o tratamento de fibrose pulmonar, o pneumologista investigará sua história clínica e familiar, verificará os seus sintomas, perguntará qual é a sua exposição à poeira e a outros produtos químicos, principalmente relacionados com a sua profissão, e solicitará alguns exames.
Um simples raio-X de tórax mostra uma imagem dos pulmões, que permite ao médico analisar a situação do tecido pulmonar, para verificar se há cicatrizes ou não. Porém, nem sempre o resultado da imagem é conclusivo, nesse caso há necessidade de exames adicionais.
A tomografia computadorizada do tórax é um exame de imagem não invasivo, que conecta o equipamento de raio-X a computadores programados para produzir imagens de alta resolução dos órgãos internos de nosso corpo. Esse exame é muito importante para avaliar a extensão dos danos causados pela fibrose pulmonar.
O pneumologista também pode pedir exames de sangue, para complementar o diagnóstico. Esses exames ajudam o médico a avaliar as condições do fígado e dos rins, importantes para iniciar o tratamento medicamentoso.
A biópsia é o recolhimento de um pequeno pedaço do tecido pulmonar com uma agulha fina. Esse tecido é extraído para ser analisado em laboratório, cujo resultado ajuda o médico a concluir se há fibrose pulmonar ou não.
As amostras do tecido pulmonar podem ser extraídas por meio de duas técnicas:
Após a conclusão do diagnóstico, o médico pode prescrever alguns medicamentos para retardar a progressão da fibrose pulmonar. Porém, eles podem causar alguns efeitos colaterais como náuseas, diarreia e erupções cutâneas.
Além das medicações, o médico pode recomendar reabilitação pulmonar, para melhorar a qualidade de vida do paciente, aliviando os sintomas e retardando, ao máximo, as possíveis complicações.
A reabilitação pulmonar consiste em alguns tratamentos, como exercícios físicos para a melhora da condição respiratória, técnicas de respiração para o aumento da capacidade pulmonar e um processo de ensino sobre a doença e como conviver com ela.
Mesmo com o tratamento clínico, há cuidados necessários que a pessoa deve seguir e que auxiliam em seu tratamento, como parar de fumar, se vacinar contra a gripe, praticar exercício físico, ter uma alimentação saudável, dormir adequadamente e seguir o plano de tratamento estabelecido pelo médico.
Quando os outros tratamentos não têm eficácia, o médico pode indicar o transplante pulmonar. Esse tratamento é mais delicado e envolve maiores riscos, por isso, deve ser avaliado com calma pelo médico, juntamente com o paciente e sua família.
A fibrose pulmonar é a causa mais comum de transplante pulmonar e, nos últimos anos, o aumento desse procedimento foi considerável, em comparação às outras décadas.
Porém, o transplante de pulmão tende a ter menos sucesso, quando comparado ao transplante de outros órgãos, como fígado, rim e coração. O primeiro ano após a cirurgia é o período mais crítico, quando há maior mortalidade causada pela falência do enxerto, infecção e complicações cardiovasculares.
Mas, existem casos com resultados surpreendentes, nos quais a expectativa de vida sobe para 10 anos, sendo que a média, sem o transplante, é de 2 a 4 anos.
A indicação do transplante pulmonar é feita para aqueles pacientes que apresentam quadro respiratório irreversível e com muitas complicações, incluindo a chance de óbito nos próximos dois anos.
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