A gravidez é um período de muitas mudanças. Não só as alterações hormonais e emocionais tomam conta do corpo das grávidas, mas também há mudanças no funcionamento do sistema imunológico.
Essa fragilidade temporária do sistema imune das gestantes deve ser tratada com atenção e, assim, qualquer tipo de doença deve ser tratada com muito cuidado.
Mesmo uma simples gripe pode deixar as grávidas ansiosas e preocupadas com os riscos que isso pode trazer para a saúde delas e do bebê. Vamos esclarecer se ter gripe na gravidez é perigoso mesmo e o que se deve fazer para tratar os sintomas sem prejudicar a saúde do feto e da mãe.
A gripe é uma doença causada por vírus que é facilmente transmitida de pessoa para pessoa, principalmente durante o inverno.
Todo o corpo da mulher muda quando um bebê está chegando. Ocorrem alterações no sistema imunológico, nos pulmões e no coração, além de mudanças hormonais e estruturais para comportar uma nova vida.
Uma gripe mal tratada durante a gravidez pode causar complicações sérias como a pneumonia e é importante não ignorar a infecção.
Além das alterações no sistema imune, no coração e nos pulmões, o corpo da grávida está sob estresse constante, já que precisa fornecer nutrientes e oxigênio o tempo todo não só para ela, mas também para o bebê. Isso significa que todos os seus órgãos estão trabalhando por dois. Todo esse estresse corporal pode aumentar o risco de a gestante contrair doenças como a gripe.
Estudos mostram que ter gripe na gravidez é perigoso por aumentar o risco de aborto espontâneo, parto prematuro e baixo peso do bebê ao nascer. Assim, é muito importante tomar os devidos cuidados para cuidar não só da sua saúde, mas também para evitar riscos para a saúde do bebê.
Os sintomas da gripe são comuns para todas as pessoas. No entanto, as grávidas podem ter alguns sintomas mais evidentes do que as outras pessoas devido às alterações no sistema imunológico. Elas podem sentir falta de ar e fadiga excessiva, por exemplo.
Já os sintomas comuns a todas as pessoas podem incluir:
A gripe na gravidez deve sim ser tratada com cautela. Isso porque durante a gestação, as mulheres estão com o sistema imunológico mais fraco, o que significa que qualquer infecção pode ser mais difícil de combater.
Essa dificuldade em lutar contra infecções pode dificultar a vida da grávida durante uma gripe. Dentre as complicações mais comuns relacionadas à gripe na gravidez incluem a bronquite e a pneumonia, sendo que uma pode evoluir para outra.
Outras complicações menos comuns, mas que também podem acontecer, são:
O sintoma mais grave relacionado à gripe é a febre alta. A febre na gestação está associada a defeitos congênitos e outros danos à saúde do bebê.
Deixar de tratar a gripe durante a gravidez por achar que ela vai embora sozinha é um grande erro de mulheres grávidas que se esquecem que seu sistema imunológico está comprometido durante a gestação. Para evitar que essas complicações surjam e que partos prematuros ou até mesmo natimortos aconteçam, é importante se prevenir e tratar a gripe ainda nos primeiros sintomas.
Ainda que a gripe seja perigosa para a gestante, não é preciso se desesperar. Desde que você trate os sintomas e procure um médico para prescrever um antiviral ou qualquer outro medicamento que for preciso, tudo ficará bem.
Sintomas que merecem atenção especial e que podem representar uma situação de emergência são os seguintes:
Nos casos acima, é importante buscar ajuda médica imediatamente.
Ao sentir os primeiros sintomas de gripe, é importante contatar seu médico para que ele possa prescrever os medicamentos seguros para você e para o feto. A identificação precoce dos sintomas é muito importante para se livrar o mais rápido possível da infecção, já que é durante as primeiras 48 horas após o surgimento dos sintomas que a doença é tratada mais facilmente.
O médico irá analisar a gravidade dos sintomas e prescrever um antiviral seguro para a saúde da mãe e do bebê. Além disso, será necessário beber bastante líquido e descansar para que o corpo se recupere bem.
Dentre os remédios mais indicados pelos médicos para tratar a gripe durante uma gestação estão: o paracetamol ou acetaminofeno para dor e febre, o dextrometorfano ou a guaifenesina para a tosse e antivirais para combater a infecção.
Se estiver com febre, a grávida deve tomar um antitérmico como o paracetamol que é seguro durante a gravidez.
De acordo com o CDC, o antiviral oseltamivir (Tamiflu) é seguro para as gestantes e ajuda a aliviar os sintomas, a reduzir a chance de complicações graves e a fazer a gestante melhorar mais rapidamente.
Outros remédios que são seguros durante a gestação em doses orientadas pelo médico incluem anti-histamínicos como o Claritin e o Benadryl, alguns sprays nasais, soluções salinas para o nariz e remédios para a tosse como o expectorante Mucinex e os supressores da tosse Vicks44 e Robitussin.
Nunca se automedique quando estiver grávida, especialmente nos 3 primeiros meses da gestação, já que essa é a etapa mais sensível da gravidez e muitos remédios trazem efeitos colaterais que podem causar muito mal para o bebê.
Além da medicação prescrita pelo médico, é essencial descansar e beber bastante água para evitar a desidratação. Manter uma dieta saudável e equilibrada rica em nutrientes como vitamina C e zinco também ajudam a deixar o sistema imune mais forte para combater a infecção. Exemplos de alimentos ricos em vitamina C incluem brócolis, couve, espinafre, tomate, laranja, abacaxi, amora, kiwi e framboesa.
Já os alimentos que contêm bastante zinco são a carne vermelha, o frango, os ovos, o grão de bico, os cereais, o brócolis, o espinafre, a couve e a abóbora.
É sempre melhor buscar meios de prevenir do que remediar uma doença. Como o sistema imune da grávida está mais frágil do que o normal, é essencial tomar cuidados simples e eficazes para evitar o risco de contrair gripe.
Algumas dicas são:
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a vacinação anual contra a gripe é a maneira mais segura e eficaz de prevenir a doença durante a gravidez. Além disso, é comprovado que a vacina é totalmente segura tanto para a grávida quanto para o feto.
A grávida pode ser vacinada em qualquer etapa da gravidez sem nenhum problema. No entanto, é importante tomar a vacina tradicional na agulha, já que versões já disponíveis em sprays nasais que contêm o vírus vivo não são aprovadas para mulheres grávidas.
Especialistas indicam que os anticorpos produzidos pela mãe em reação à vacina são transmitidos para o feto através da placenta e que isso é capaz de proteger o bebê por até 6 meses depois do nascimento. Há estudos que sugerem que o crescimento do feto pode ser beneficiado por essa decisão da mãe de se vacinar durante a gestação.
Assim como as grávidas, as mulheres que estão amamentando também podem se vacinar. Nesse caso, os anticorpos também são transmitidos para o bebê por meio do leite materno.
Mesmo que você tenha uma saúde de ferro, é bom lembrar que durante a gravidez o corpo muda muito e se torna mais frágil do que era antes. Isso significa que é muito mais fácil você contrair uma doença como a gripe grávida do que antes da gestação.
Uma gripe normalmente inofensiva para a maioria das pessoas pode avançar muito rápido durante uma gestação e é essencial tratar a infecção ao observar os primeiros sintomas.
Por isso, não cuidar de uma gripe na gravidez é perigoso, e para evitar colocar a sua saúde e a saúde do feto em risco sem necessidade, a melhor coisa a fazer é tomar a vacina. Ela é a melhor forma de se manter protegida da gripe durante a gestação e é um método totalmente seguro. Se não foi possível se vacinar e você contraiu gripe, siga as orientações de descanso e hidratação e obtenha o tratamento adequado imediatamente para não deixar a gripe progredir para algo mais grave.
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