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Hérnia incisional: o que é, sintomas, causas e tratamento

Publicado por
Dr. Lucio Pacheco

A hérnia incisional é uma saliência que surge no local da cicatriz de uma cirurgia abdominal e sua causa principal é devido ao enfraquecimento dos músculos abdominais que favorece que se formem orifícios que serão ocupados por gordura ou partes do intestino e até mesmo de outros órgãos.

Outras causas associadas à hérnia incisional são a falta de repouso adequado após a cirurgia, o tabagismo, gravidez, obesidade, esforço físico e qualquer situação que provoque pressão no abdômen.

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Um dos fatores que pode favorecer o aparecimento deste tipo de hérnia seria em casos de cirurgias que exigem um tempo maior para a cicatrização e também para pacientes que tiveram infecção no local do corte da cirurgia.

Estudos apontam que pessoas submetidas a cirurgias de emergência também estão mais predispostas a desenvolver essa patologia.

É importante lembrar que trata-se de uma doença benigna, mas deve ser diagnosticada e tratada.

Sintomas e riscos da hérnia incisional

O principal sintoma da hérnia incisional é o inchaço no local ou próximo a cicatriz da cirurgia, no entanto existem pessoas que podem apresentar outros sinais, como:

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  • Diarreia ou intestino preso
  • Febre baixa
  • Náusea
  • Vômito
  • Dor na região

Estes são sinais de que pode estar acontecendo uma obstrução intestinal ou um estrangulamento da hérnia, que é a interrupção do suprimento sanguíneo no local.

Tanto na obstrução intestinal quanto no estrangulamento da hérnia corre-se o risco de desencadear uma infecção generalizada. Nestes casos será necessário uma cirurgia de emergência. Portanto, uma hérnia incisional não pode ser ignorada.

A hérnia incisional geralmente aparece de 3 a 6 meses após a cirurgia, mas há casos que podem surgir depois de anos.

Como é feito o diagnóstico

O médico faz o diagnóstico no próprio consultório, analisando o histórico do paciente, os sintomas relatados e realizando o exame clínico durante a consulta.

Além do exame clínico, pode ser também pedido uma tomografia computadorizada para avaliar o local exato onde se encontra a hérnia incisional.

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É extremamente necessário que quando a pessoa perceber que existe algum sinal, como por exemplo um nódulo no local da cicatriz da cirurgia, procure um médico pois quando a hérnia não é devidamente tratada pode se tornar um sério problema e trazer risco inclusive de óbito para o paciente.

Tratamento da hérnia incisional

O tratamento adequado para esta patologia é a cirurgia, apesar de existirem outros métodos, mas estes servem somente para reduzir os sintomas e não resolvem o problema.

É importante que se procure um cirurgião do aparelho digestivo, pois é necessário um especialista para tratar esse tipo de hérnia.

São três tipos de cirurgia que podem ser realizadas: a aberta, laparoscópica e robótica. Veja as diferenças entre elas:

  • Cirurgia aberta: é feito um corte no mesmo local da cicatriz da cirurgia anterior, os órgãos são realocados e a hérnia é corrigida. Então é inserida uma tela na parede abdominal para que fique mais firme e previna uma recidiva.
  • Cirurgia laparoscópica: é menos invasiva e também faz a correção da hérnia. Nessa modalidade, são feitas até quatro pequenas incisões por onde passará uma pequena câmera para que o cirurgião possa visualizar o local e realizar o procedimento.
  • Cirurgia robótica: o procedimento é semelhante a laparoscopia, porém é um robô que irá manusear os instrumentos cirúrgicos com uma visão tridimensional.

A cirurgia laparoscópica e a cirurgia robótica por serem minimamente invasivas, favorecem uma recuperação pós cirúrgica mais rápida e mais fácil.

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A cirurgia aberta é indicada em casos mais graves, quando há o estrangulamento da hérnia ou nos casos de obstrução intestinal, pois permite ao cirurgião maior visualização e controle para resolver o problema emergencial.

Após a cirurgia o paciente permanece no hospital de dois a quatro dias, independente do tipo de cirurgia, e os cuidados serão intensificados em casa.

A hérnia incisional provoca dor na região, além de diarreia ou intestino preso

Cuidados pós cirúrgicos

Para uma boa recuperação em qualquer cirurgia, não devemos ignorar alguns cuidados e para que não ocorra uma recidiva no caso da hérnia incisional, respeitar as ordens do médico será imprescindível.

Estes cuidados incluem repouso adequado de uma semana, tomar os antibióticos e outros medicamentos rigorosamente nos horários certos, não fazer nenhum tipo de esforço físico e adotar uma dieta leve e rica em fibras.

A alimentação no pós cirúrgico merece atenção especial, pois é preciso evitar prisão de ventre. Para isso é recomendado que a alimentação seja fracionada de cinco a seis vezes ao dia, com a inclusão de frutas, legumes, verduras e grãos integrais.

Neste período é aconselhável não consumir lactose para não favorecer a formação de muitos gases. As gorduras e farinha branca também devem ser evitadas. 

Segundo o Ministério da Saúde, é importante também tomar de um litro e meio a dois litros de água por dia para ajudar o intestino a trabalhar, pois a prisão de ventre pode fazer com que o paciente tenha que fazer esforço para conseguir evacuar.

Qual a chance da hérnia incisional voltar?

Com a cirurgia e a recuperação adequada, a chance de uma recidiva de hérnia incisional cai para quatro por cento.

A recidiva era mais comum antigamente, porém nos tempos atuais, os métodos cirúrgicos se tornaram mais avançados e os casos de recidiva diminuíram.

No entanto é importante salientar que deve haver um cuidado constante na vida das pessoas que passaram pela cirurgia de hérnia de qualquer tipo, para evitar fazer muita pressão abdominal, e com isso prevenir problemas futuros.

Fontes e referências adicionais

Você conhece alguém que acabou tendo uma hérnia incisional? Foi necessária cirurgia para remoção? Comente abaixo!

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Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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