A hérnia incisional é uma saliência que surge no local da cicatriz de uma cirurgia abdominal e sua causa principal é devido ao enfraquecimento dos músculos abdominais que favorece que se formem orifícios que serão ocupados por gordura ou partes do intestino e até mesmo de outros órgãos.
Outras causas associadas à hérnia incisional são a falta de repouso adequado após a cirurgia, o tabagismo, gravidez, obesidade, esforço físico e qualquer situação que provoque pressão no abdômen.
Um dos fatores que pode favorecer o aparecimento deste tipo de hérnia seria em casos de cirurgias que exigem um tempo maior para a cicatrização e também para pacientes que tiveram infecção no local do corte da cirurgia.
Estudos apontam que pessoas submetidas a cirurgias de emergência também estão mais predispostas a desenvolver essa patologia.
É importante lembrar que trata-se de uma doença benigna, mas deve ser diagnosticada e tratada.
Sintomas e riscos da hérnia incisional
O principal sintoma da hérnia incisional é o inchaço no local ou próximo a cicatriz da cirurgia, no entanto existem pessoas que podem apresentar outros sinais, como:
- Diarreia ou intestino preso
- Febre baixa
- Náusea
- Vômito
- Dor na região
Estes são sinais de que pode estar acontecendo uma obstrução intestinal ou um estrangulamento da hérnia, que é a interrupção do suprimento sanguíneo no local.
Tanto na obstrução intestinal quanto no estrangulamento da hérnia corre-se o risco de desencadear uma infecção generalizada. Nestes casos será necessário uma cirurgia de emergência. Portanto, uma hérnia incisional não pode ser ignorada.
A hérnia incisional geralmente aparece de 3 a 6 meses após a cirurgia, mas há casos que podem surgir depois de anos.
Como é feito o diagnóstico
O médico faz o diagnóstico no próprio consultório, analisando o histórico do paciente, os sintomas relatados e realizando o exame clínico durante a consulta.
Além do exame clínico, pode ser também pedido uma tomografia computadorizada para avaliar o local exato onde se encontra a hérnia incisional.
É extremamente necessário que quando a pessoa perceber que existe algum sinal, como por exemplo um nódulo no local da cicatriz da cirurgia, procure um médico pois quando a hérnia não é devidamente tratada pode se tornar um sério problema e trazer risco inclusive de óbito para o paciente.
Tratamento da hérnia incisional
O tratamento adequado para esta patologia é a cirurgia, apesar de existirem outros métodos, mas estes servem somente para reduzir os sintomas e não resolvem o problema.
É importante que se procure um cirurgião do aparelho digestivo, pois é necessário um especialista para tratar esse tipo de hérnia.
São três tipos de cirurgia que podem ser realizadas: a aberta, laparoscópica e robótica. Veja as diferenças entre elas:
- Cirurgia aberta: é feito um corte no mesmo local da cicatriz da cirurgia anterior, os órgãos são realocados e a hérnia é corrigida. Então é inserida uma tela na parede abdominal para que fique mais firme e previna uma recidiva.
- Cirurgia laparoscópica: é menos invasiva e também faz a correção da hérnia. Nessa modalidade, são feitas até quatro pequenas incisões por onde passará uma pequena câmera para que o cirurgião possa visualizar o local e realizar o procedimento.
- Cirurgia robótica: o procedimento é semelhante a laparoscopia, porém é um robô que irá manusear os instrumentos cirúrgicos com uma visão tridimensional.
A cirurgia laparoscópica e a cirurgia robótica por serem minimamente invasivas, favorecem uma recuperação pós cirúrgica mais rápida e mais fácil.
A cirurgia aberta é indicada em casos mais graves, quando há o estrangulamento da hérnia ou nos casos de obstrução intestinal, pois permite ao cirurgião maior visualização e controle para resolver o problema emergencial.
Após a cirurgia o paciente permanece no hospital de dois a quatro dias, independente do tipo de cirurgia, e os cuidados serão intensificados em casa.
Cuidados pós cirúrgicos
Para uma boa recuperação em qualquer cirurgia, não devemos ignorar alguns cuidados e para que não ocorra uma recidiva no caso da hérnia incisional, respeitar as ordens do médico será imprescindível.
Estes cuidados incluem repouso adequado de uma semana, tomar os antibióticos e outros medicamentos rigorosamente nos horários certos, não fazer nenhum tipo de esforço físico e adotar uma dieta leve e rica em fibras.
A alimentação no pós cirúrgico merece atenção especial, pois é preciso evitar prisão de ventre. Para isso é recomendado que a alimentação seja fracionada de cinco a seis vezes ao dia, com a inclusão de frutas, legumes, verduras e grãos integrais.
Neste período é aconselhável não consumir lactose para não favorecer a formação de muitos gases. As gorduras e farinha branca também devem ser evitadas.
Segundo o Ministério da Saúde, é importante também tomar de um litro e meio a dois litros de água por dia para ajudar o intestino a trabalhar, pois a prisão de ventre pode fazer com que o paciente tenha que fazer esforço para conseguir evacuar.
Qual a chance da hérnia incisional voltar?
Com a cirurgia e a recuperação adequada, a chance de uma recidiva de hérnia incisional cai para quatro por cento.
A recidiva era mais comum antigamente, porém nos tempos atuais, os métodos cirúrgicos se tornaram mais avançados e os casos de recidiva diminuíram.
No entanto é importante salientar que deve haver um cuidado constante na vida das pessoas que passaram pela cirurgia de hérnia de qualquer tipo, para evitar fazer muita pressão abdominal, e com isso prevenir problemas futuros.
Fontes e referências adicionais
- Constipação intestinal, Ministério da Saúde. Acesso 29/03/2023
- Hernias incisionais complexas: relatos de casos cirúrgicos, Revista Relatos C.B.C.Org. Acesso 29/03/2023
- Grandes hérnias incisionais, Relatos de casos cirúrgicos. Acesso 29/03/2023
Fontes e referências adicionais
- Constipação intestinal, Ministério da Saúde. Acesso 29/03/2023
- Hernias incisionais complexas: relatos de casos cirúrgicos, Revista Relatos C.B.C.Org. Acesso 29/03/2023
- Grandes hérnias incisionais, Relatos de casos cirúrgicos. Acesso 29/03/2023