O HGH é o hormônio responsável pelo crescimento no ser humano, sendo produzido naturalmente pela hipófise, glândula situada no hipotálamo no Sistema Nervoso Central. A deficiência em sua produção é responsável pelos casos de nanismo, isto é, pela estatura muito baixa de algumas pessoas.
A partir dos 21 anos, o Hormônio do Crescimento tem sua liberação reduzida e, acima dos 40 anos, apenas menos de um terço dele estará disponível no organismo, com declínio progressivo de aproximadamente 14% por década. Aos 60 anos, a produção diária de HGH é reduzidíssima, sendo apenas cerca de 25% da quantidade liberada por homens e mulheres aos 20 anos.
Depois de produzido, este hormônio é levado pela corrente sanguínea para o fígado, que o utiliza para produzir os chamados fatores de crescimento. Ao longo do dia, o HGH é liberado em maior quantidade em diversas doses, durante a fase de movimentos rápidos dos olhos e em picos menores, durante o jejum e após exercícios físicos. Já nas primeiras fases do sono, sua produção ocorre em picos com maior intensidade.
O declínio fisiológico do Hormônio do Crescimento, com a idade, está diretamente associado aos muitos dos sintomas do envelhecimento, tais como rugas, cabelos cinza, diminuição nos níveis de energia e função sexual, aumento no percentual de gordura corporal e doenças cardiovasculares, osteoporose, etc.
A produção diminuída do HGH com a idade é comum em outros hormônios, tal como o estrogênio, progesterona, testosterona, melatonina e DHEA. Mas se diferencia, pois enquanto os outros agem principalmente de forma preventiva, detendo o avanço do envelhecimento, o Hormônio do Crescimento age principalmente revertendo alguns efeitos do envelhecimento, além de retardar o ritmo da evolução do processo de envelhecimento. Por isso se costuma dizer que o HGH atua atrasando o relógio biológico, motivo reconhecido por autores simpatizantes das terapias hormonais.
Mas essa substância também continua tendo diversas funções anabólicas e metabólicas essenciais à saúde, mesmo quando paramos de crescer. Dos 25 anos em diante, o HGH continua sendo importante para garantir uma boa densidade óssea e para a manutenção da massa muscular, além de ser um dos responsáveis pela queima de gordura. O hormônio também estimula a síntese de proteínas e a renovação dos tecidos, o que faz que tenha uma função importante para manter a juventude da pele.
Atualmente, vivemos um momento do culto exagerado ao corpo e à estética: triplicaram as cirurgias plásticas no país, observa-se um aumento crescente dos frequentadores de academias de ginástica e nunca se vendeu tantos cosméticos e produtos para emagrecer.
Agravando o consumo exagerado de substâncias, um novo mito incorpora-se às práticas esportivas, o de que substâncias diversas estão disponíveis para ganho de massa muscular e melhora do rendimento e desempenho físico. Em especial, o desenvolvimento de hormônios sintéticos de crescimento humano, em 1985.
Neste período o órgão do governo norte-americano, responsável por controlar os alimentos e medicamentos, através de diversos testes e pesquisas (Food and Drug Administtration – FDA), aprovou essas substâncias.
Entre elas o HGH, para uso na medicina em crianças, como com problemas de baixa estatura, e adultos, a exemplo de tratamentos que visam recompor o processo de construção do organismo dos adultos que sofreram trauma de crânio, cirurgia na hipófise ou por radiação.
Já o uso desta droga para o aumento muscular não procede. Segundo os especialistas, o efeito do HGH sobre o desempenho atlético é desconhecido. Para idosos em determinadas condições, indica-se a reposição do hormônio do crescimento, mas seu uso antienvelhecimento não é aprovado pela FDA, bem como com fins de ganho muscular. Portanto, para os atletas essa indicação não existe, a não ser nos casos raros de hipopituitarismo em que detecta-se deficiência de HGH.
O benefício do uso do HGH para melhorar o desempenho atlético é desconhecido. Seu uso antienvelhecimento não é aprovado pelo FDA
Infelizmente a substância injetável tem sido adquirida para fins off-label (utilizações para as quais não foi aprovado pelo FDA) através da internet e clínicas antienvelhecimento. Ressalta-se que devido ao seu tamanho, complexidade e configuração estereoscópica, não pode ser tomado por via oral, somente por injeções.
Uma nova geração de HGH, denominada Pro-HGH, é uma combinação poderosa que ativa a produção do HGH para um padrão mais jovem, já sob a forma de comprimidos e sprays. Estudos publicados no “New England Journal of Medicine” considerou esta nova geração como um produto que, normalizando os níveis do HGH, pode prevenir e pode retroceder os sinais e sintomas de envelhecimento biológico. D
e acordo com o farmacologista americano Prof. James J. Jamison, esta nova versão de Pro-HGH é cerca de 6 vezes mais potente que a primeira versão na estimulação da liberação do Pro-HGH endógeno. As empresas que comercializam estes produtos alegam inúmeros benefícios relacionados à substância.
No entanto, a Comissão Federal de Comércio tem visto nenhuma evidência confiável para apoiar a alegação de que estes produtos têm os mesmos efeitos que a prescrição HGH, que é sempre dada por injeção. Tomados por via oral, HGH é digerido pelo estômago antes de poder ser absorvido pelo corpo.
Se um atleta ou uma pessoa jovem receberem uma quantidade fisiológica de hormônio de crescimento, a hipófise vai parar de produzi-lo, uma vez que ela funciona como um reostato de geladeira. Esfriou demais, o motor desliga e só volta a ligar quando a temperatura subir novamente.
Assim, ao receber uma injeção de HGH, o organismo dessas pessoas não reconhece se a substância foi produzida por ele mesmo ou se veio de fora e avisa a hipófise para suspender a produção.
Em especial os jovens têm adotado superdoses suprafisiológicas, ou seja, muito acima da necessidade do organismo. Alguns indicados por personal trainer, o que é mais grave ainda. Os possíveis sintomas deste uso abusivo são:
Além disso, se você receber a droga ilícita, você pode não saber o que está realmente recebendo. Se você não está recebendo HGH do seu médico, você pode estar recebendo um produto não aprovado para consumo.
Em 2007, Sylvester Stallone foi condenado a pagar mais de R$ 20 mil em multas e custos por um tribunal na Austrália por posse de hormônio do crescimento. Em 2010, o ex-médico de Tiger Woods Anthony Galea foi acusado de posse de hormônio do crescimento e administrá-lo a clientes.
Por fim, estudos de adultos saudáveis que tomam hormônio de crescimento humano são limitados. Embora pareça que o HGH pode aumentar a massa muscular e reduzir a quantidade de gordura corporal em adultos idosos saudáveis, o aumento no músculo não se traduz em maior resistência.
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