A pressão geralmente é acompanhada de perto durante a gestação e algumas mulheres podem apresentar uma alteração. Quando alta, é chamada de hipertensão e pode estar presente antes ou ser desenvolvida durante a gravidez.
A pressão alta na gravidez nem sempre é perigosa, mas como pode causar complicações graves para a saúde da mãe e do bebê em desenvolvimento, precisa ser acompanhada de perto pelo médico obstetra. Vamos abordar os sintomas, riscos e algumas dicas de como baixar a pressão.
A leitura da pressão arterial é feita analisando a pressão arterial sistólica sobre a pressão arterial diastólica.
O número superior apresentado durante a medição é a pressão sistólica. Ela é uma medida da pressão do sangue nas artérias do coração quando este está batendo ou apertando o sangue para frente através do corpo. Já o número diastólico ou inferior é uma medida da força da pressão sanguínea em seu coração quando ele está em repouso.
Uma das rotinas da gestante durante o pré-natal é acompanhar a pressão. A pressão sanguínea normal costuma estar próxima de 120/80 mm Hg, mas no início da gravidez, normalmente por volta da 5ª semana até o meio do segundo trimestre, a pressão arterial da gestante pode diminuir.
Isso ocorre porque os hormônios da gravidez podem estimular os vasos sanguíneos a se ampliarem. Como resultado, a resistência ao fluxo sanguíneo não é tão alta. Já uma pressão arterial maior que 140/90 mm Hg, ou 15 graus mais alta em relação à medição antes da gravidez, pode ser motivo de preocupação.
À medida que a gestação avança, a pressão arterial pode mudar e até voltar aos níveis anteriores à gravidez. Isso pode acontecer porque a quantidade de sangue no corpo de uma mulher grávida aumenta. A revista Circulation publicou uma matéria que diz que o volume de sangue de uma mulher aumenta em até 45% durante a gravidez.
Esta é uma quantidade extra de sangue que o coração deve bombear por todo o corpo. Outro fator está relacionado ao ventrículo esquerdo, que se torna mais espesso e maior durante a gravidez. Essa é uma condição temporária para permitir que o coração trabalhe mais para suportar o aumento do volume sanguíneo. Por fim, os rins liberam quantidades aumentadas de vasopressina, um hormônio que leva ao aumento da retenção de água.
Todas essas condições podem provocar mudanças na pressão durante a gravidez, que tende a normalizar após o nascimento do bebê.
A pressão alta ou hipertensão é caracterizada por uma pressão arterial superior a 140/90 mm Hg. Em algumas mulheres, a pressão alta está presente antes da gravidez e em outros casos, a hipertensão arterial se desenvolve durante a gravidez, o que requer um acompanhamento rigoroso. A pressão alta na gravidez pode ter vários tipos, como você verá a seguir.
Existem várias causas que podem provocar a pressão alt na gravidez. Esses incluem:
A hipertensão na gravidez pode provocar algumas complicações. Entre elas:
Os sintomas da pressão alta na gravidez estão relacionados às complicações como a pré-eclâmpsia, eclâmpsia e síndrome de HELLP. Todas elas podem apresentar sintomas distintos, mas prejudiciais.
Os possíveis sintomas de pré-eclâmpsia incluem:
Os possíveis sintomas de eclâmpsia incluem:
Esses sintomas devem ser tratados imediatamente.
Os possíveis sintomas de síndrome HELLP incluem:
A síndrome HELLP pode levar a complicações graves, incluindo:
Embora a maioria das mulheres que desenvolvem a síndrome HELLP já tenha pressão alta e pré-eclâmpsia, às vezes a síndrome é o primeiro sinal. Além disso, a síndrome HELLP pode ocorrer sem uma mulher ter pressão alta ou proteína na urina.
Os riscos provocados pela pressão alta na gravidez são muitos e por esse motivo as mulheres que apresentam essa condição precisam ser acompanhadas prontamente por seus médicos, além da atenção ao surgimento de sintomas, que podem evidenciar complicações. Veja os riscos que a hipertensão na gravidez apresenta:
Se essa é uma condição presente na gravidez, é fundamental medir com frequência, seja em um aparelho portátil em casa ou em um local especializado. Outro cuidado importante é tomar corretamente a medicação, se foi recomendado pelo médico. Outros hábitos benefícios para o gerenciamento da pressão também podem ser adotados; veja abaixo:
1. Diminua a ingestão de sal
O sal faz parte da nossa alimentação e o organismo precisa dele para funcionar adequadamente, mas o consumo em excesso pode aumentar a pressão sanguínea. Um estudo publicado na revista Electrolytes & Blood Pressure em 2014 relacionou a diminuição da ingestão de sal com a redução de mortes por hipertensão, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.
Controvérsias existem: por exemplo, outro estudo, este publicado pela McMaster University em 2016, descobriu que dietas com baixo teor de sal podem aumentar o risco de doença cardiovascular e morte em comparação com o consumo médio de sal. Ele diz que as únicas pessoas que precisam se preocupar com a redução de sódio em sua dieta são aquelas com hipertensão e alto consumo de sal.
Durante a gravidez é recomendado controlar a ingestão de sal para manter a pressão arterial sob controle. Isso significa que é mais saudável usar ervas e especiarias para adicionar sabor ao prato no lugar do sal. Os alimentos processados, fast food, enlatados e bebidas esportivas, que são ricas em sódio, também devem ser evitados.
2. Faça um exercício de respiração
A respiração profunda é uma técnica de relaxamento popular que ajuda a reduzir os níveis de estresse e estabilizar a pressão arterial. Além disso, toda vez que respiramos profundamente o sangue bem oxigenado é liberado para cada célula do corpo e fornece energia.
Para realizar o exercício, é necessário deitar-se confortavelmente de costas, colocar as mãos no peito e abaixo da caixa torácica e inspirar lentamente o ar pelo nariz até sentir o estômago se mover. Expire lentamente pela boca contando até 5, enquanto mantém os músculos abdominais apertados. Repita 10 vezes e mantenha a respiração regular e lenta. Pratique a respiração profunda durante 10 minutos, 2 ou 3 vezes por dia, para controlar a pressão arterial e manter o coração saudável.
3. Invista na caminhada
O sedentarismo eleva o risco de pressão alta na gravidez. A caminhada é um dos melhores exercícios cardiovasculares para mulheres grávidas, além de ser uma atividade segura para realizar durante toda a gestação. Comece com uma caminhada lenta e aumente gradualmente o ritmo, assim como a duração, de 20 a 60 minutos. Caminhar regularmente também ajuda a manter o corpo forte e resistente para o momento do parto.
4. Inclua alimentos ricos em potássio na dieta
O fato de ele ajudar a equilibrar os fluidos e eletrólitos torna o potássio um mineral essencial durante a gravidez. Ele também ajuda na transmissão de impulsos nervosos, contração de seus músculos e liberação de energia de carboidratos, gordura e proteína e uma quantidade adequada de potássio colabora com o controle da pressão arterial.
Uma mulher grávida deve comer entre 2.000 a 4.000 mg de potássio por dia e alimentos ricos em potássio como batata doce, tomate, suco de laranja, batata, banana, feijão, ervilha, melão, melão e frutas secas, como ameixas e passas, podem ajudar a garantir os níveis recomendados.
5. Coma alimentos ricos em magnésio
Um estudo publicado em 2011 no Jornal da Associação Médica Indiana descobriu que os pacientes com hipertensão gestacional tinham níveis médios significativamente baixos de magnésio. Esse é um motivo relevante para incluir mais alimentos com magnésio na dieta diariamente, pois além de ajudar a reduzir a pressão o mineral, evita que o útero se contraia prematuramente, além de colaborar com a construção de dentes e ossos fortes em seu bebê.
O magnésio está presente em amêndoas, abacates, bananas, feijão, sementes de abóbora, tofu, leite de soja, castanha de caju, batata (com a casca), iogurte, melaço, grãos integrais e vegetais de folhas verdes.
Pode não ser um problema, mas se não for tratada, a hipertensão na gravidez prejudica o bebê e a mãe. Procure ter assistência de um médico para tratar a condição, não falte as consultas de pré-natal para acompanhar o desenvolvimento do bebê e procure seguir todas as recomendações passadas pelo obstetra em relação a medicação e alimentação neste período.
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