O corpo humano é um sistema bastante complexo, no qual ocorrem reações químicas que garantem um estado de equilíbrio perfeito, que mantém todos os órgãos funcionando da maneira correta. Mudanças, ainda que muito pequenas, nessas reações químicas podem causar efeitos danosos. Um exemplo de desequilíbrio químico prejudicial ao nosso corpo é a alcalose metabólica.
Por se tratar de um termo médico não muito popular, podemos pensar que é uma condição rara. Mas, problemas comuns em nosso cotidiano, como vômitos excessivos, uso de medicamentos diuréticos, laxantes e deficiência de potássio podem causar a alcalose metabólica.
Veja o que é a alcalose metabólica, as causas, sintomas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.
Uma substância é considerada ácida, neutra ou alcalina (básica) de acordo com uma escala de pH que vai de 0 a 14. Quanto menor o valor, mais ácida ela é e, de forma inversa, quanto mais alto, maior é a alcalinidade da substância.
A água é uma substância neutra, pois seu pH é 7. A faixa de pH considerada normal para o nosso sangue é de 7,35-7,45, ou seja, levemente alcalino. A alcalose metabólica é um problema que acontece quando o pH do sangue fica muito alcalino, acima de 7,45.
A alcalose metabólica ocorre como consequência de duas possíveis situações:
O contrário da alcalose é a acidose metabólica. Nenhuma dessas situações é boa para o organismo que, na maioria das vezes, está equilibrado, com o pH do sangue dentro da faixa normal de 7,35-7,45.
Porém, quando ocorre alcalose ou acidose metabólica, o organismo promove ações de compensação, para ajustar o pH do sangue, a fim de deixá-lo normal. Essa compensação é feita pelos pulmões e pelos rins, que controlam a eliminação de gás carbônico e de íons bicarbonato.
A compensação pelos pulmões é a primeira e mais rápida resposta do organismo, para reverter a alcalose metabólica. Ao modular a frequência de respiração, deixando-a mais rápida ou mais lenta, os pulmões podem aumentar ou diminuir a concentração de íons bicarbonatos alcalinos.
Para diminuir a alcalose metabólica, os pulmões diminuem a taxa de respiração, concentrando mais gás carbônico no sangue, que é ácido, compensando a condição alcalina.
Esse não é um sistema muito comum de compensação, pois é mais complexo do que aquele realizado pelos pulmões. Na compensação pelos rins, ocorre a excreção de íons bicarbonato em excesso na urina. Mas, isso pode levar à desidratação e perda de outros eletrólitos, por isso não é um mecanismo comumente usado na compensação.
Quando esses mecanismos naturais do corpo não são suficientes para normalizar o pH do sangue, são necessários tratamentos médicos.
A escolha do tratamento depende do tipo de alcalose metabólica e das causas envolvidas.
Como a principal causa da alcalose metabólica cloro-resistente é a deficiência de potássio, o tratamento consiste em aumentar os níveis de potássio no sangue, que pode ser feito de duas formas:
Esse tipo de alcalose pode ser tratada por meio de:
A alcalose metabólica pode ser causada por diversos fatores:
A condição de alcalose metabólica não causa sintomas específicos, ou seja, os desconfortos e as reclamações estão diretamente ligadas às causas do problema. Então, numa situação de alcalose metabólica, a pessoa pode se queixar de:
Quando o fígado está envolvido no problema da alcalose metabólica, os sintomas podem ser mais graves:
Em casos de suspeita de alcalose metabólica, são feitos exames de sangue arterial (gasometria) e de urina. O sangue arterial é coletado e passa por um aparelho chamado gasômetro, que mede o pH e os gases sanguíneos: o gás carbônico, o oxigênio e o bicarbonato de sódio. O exame de urina é usado para avaliar os níveis dos íons cloreto e de potássio.
Quando esses gases e eletrólitos estão fora da faixa normal, o paciente sofre uma variação brusca do pH sanguíneo. O cenário ideal é que todos esses componentes estejam em equilíbrio químico, monitorado pela parte metabólica do organismo (rins) e pela parte respiratória (pulmões).
Como alguns quadros de alcalose metabólica podem estar associados a problemas em órgãos vitais, como coração, rins e pulmões, é importante que o médico seja consultado, para uma investigação mais detalhada do problema, e para o tratamento da causa da alcalose metabólica.
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