Chef Bruno Salomão perdeu mais de 70 kg após abandonar bebidas alcoólicas

Bruno Salomão, então com 32 anos, decidiu mudar de vida após ouvir de um médico que teria que passar por um transplante de fígado caso mantivesse os hábitos nada saudáveis.

O chef de cozinha bebida destilados e refrigerantes todos os dias. “Estava pesando 168 kg e tomava duas garrafas de destilado por dia. Estava no fundo do poço”, contou ele à GQ Brasil.

O participante do ‘Chef de Alto Nível’, competição da TV Globo, conseguiu eliminar mais de 70 kg após vencer a batalha contra o alcoolismo e a obesidade. “Quem trabalha com gastronomia leva uma vida dura. Em restaurante, então, a escala é normalmente de 6 por 1 [de dias na semana trabalhados] e pelo menos de 12 a 14 horas em pé. Normalmente, as pessoas desenvolvem algum vício, seja em droga, álcool, sexo ou comida”, refletiu.

Desde a infância o chef enfrentou problemas com o sobrepeso. Na adolescência, aos 12 anos, começou a beber e, desde então, tinha altos e baixos. “Durante a pandemia comecei a investir no YouTube. Gravava todos os dias e tinha uma procura alta de patrocinadores, então recebia muita comida e bebida. Foi quando entrei num ciclo vicioso e tudo desandou”, recordou.

No final de 2021, Bruno teve outra experiência marcante que serviu como um incentivo para a mudança. Mas, desta vez, o chamado veio através da religião, o Candomblé. “As entidades me perguntaram o que estava fazendo no terreiro pedindo sorte, se o meu futuro, do jeito que estava vivendo, era a morte. Foi quando prometi para elas e para mim mesmo que mudaria.”

Os três primeiros meses do processo de emagrecimento foram os mais radicais para Bruno. “Passei no nutricionista, que me receitou Ozempic, e me tranquei em casa porque não podia fazer academia. Estava tão pesado que mal conseguia subir as escadas. Quase enlouqueci”, admitiu.

A primeira fase também envolveu uma dieta rigorosa e resultou em 20 kg a menos. Após essa etapa, Bruno começou a se dedicar aos treinos. Ele passou a frequentar a academia duas vezes ao dia e tinha o apoio de um personal. “Foi quando mudei completamente a minha vida e comecei a cuidar realmente de mim. No dia 10 de janeiro de 2023, um ano depois, estava com 89 kg”, celebrou.

Salomão precisou fazer cirurgias corretivas no corpo e no rosto, como lipoaspiração e abdominoplastia, e chegou a eliminar 8 kg de pele do peito e da barriga.

Focos nas proteínas

Com especialização em churrasco e cozinha brasileira, Bruno focou em proteínas para perder peso. Na primeira etapa, fez jejum intermitente e se alimentou à base de carne. “Emagreci comendo churrasco todos os dias. Como tinha a medicação, consumia de 200 a 300g de carne com vegetais e multivitamínico… junto a 16, 18 horas de jejum”, explicou.

Após entrar na academia, Salomão trocou o objetivo para o ganho de massa muscular, voltando a incluir carboidratos e gordura. “Hoje levo uma dieta de montanha-russa, porque tenho uma propensão a engordar de novo. Se eu largo duas semanas, engordo 10 kg. Não deixei de ser obeso. A obesidade é uma doença também psicológica”, detalhou.

Atualmente com um peso que varia de 110 a 115 kg, o chef de 36 anos alterna a alimentação a cada dois meses. Em fase de bulking, consome quase 4.000 calorias de gordura, proteína, carboidrato, açúcar, sem restrição. E depois, nos outros dois, passa em cutting: com consumi de até 1.200 calorias por dia.

“O que tento passar para as pessoas é que podemos ter o prazer na comida boa, sem a necessidade de se matar”, declarou. Os treinos passaram a ser uma vez ao dia, seis dias na semana. Musculação e cardio fazem parte de sua planilha de exercícios.

Ele indica como está sua relação com a bebida agora: “Agora tenho uma relação muito diferente com o álcool porque o principal motivo de beber daquele jeito era para esquecer o quão gordo, depressivo, envergonhado eu estava”.

O fígado de Bruno se recuperou 100%. Ele voltou a consumir bebida alcoólica de maneira controlada, segundo ele. “Quero mostrar para as pessoas que tem como se libertar disso trabalhando o psicológico, com um acompanhamento médico correto”, concluiu.

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