Como destaca o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos, as bebidas energéticas são produtos amplamente divulgados como capazes de aumentar o alerta e melhorar a performance física e mental. Lembra da propaganda que diz “Red Bull te dá asas”?
Segundo a instituição, ao lado dos multivitamínicos, as bebidas energéticas são os suplementos alimentares mais populares entre os adolescentes e os jovens adultos americanos.
Já por aqui no Brasil, a estimativa é de que em um ano foram consumidas mais de 390 milhões de latas de energéticos, informou uma matéria publicada ma internet, que também apontou que o mercado brasileiro de bebidas energéticas é considerado um dos maiores do mundo.
Para sabermos se o energético tira o sono, é importante que conheçamos primeiramente a composição desse tipo d produto, não é mesmo?
O Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos informa que uma bebida energética de aproximadamente 700 ml pode conter 500 mg de cafeína – o que corresponde a mais ou menos quatro ou cinco xícaras de café.
As bebidas energéticas também podem apresentar guaraná, vitaminas do complexo B, açúcares, taurina, ginseng, glucuronolactona, ioimbina, carnitina e laranja amarga, de acordo com a instituição.
Quando um energético contém guaraná, o seu teor de cafeína ganha um complemento porque o guaraná possui a cafeína na sua composição, informou a organização americana.
Já sabemos que a cafeína é uma substância estimulante e que muita gente recorre ao café quando precisa ficar mais acordado. Tanto que o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos destaca que o uso da cafeína pode estar associado a problemas no sono.
A organização também alerta que o uso excessivo de bebidas energéticas perturba o padrão de sono de adolescentes, além de poder servir de estímulo para comportamentos arriscados.
Isso já poderia começar a indicar que é possível afirmar que o energético tira o sono, apesar de não ser suficiente para uma conclusão.
Por isso, recorremos a um artigo do PhD e psicólogo clínico Michael Breus. Na publicação, o psicólogo afirmou que a ingestão de bebidas energéticas pode impactar bastante o sono e ressaltou que “essas bombas de energia” (como ele se refere a essas bebidas) trabalham contra o sono.
Entretanto, Michael destacou que as bebidas energéticas vão além dos efeitos associados ao sono. “Essas bombas de energia fazem mais do que trabalhar contra o sono; elas podem fazer com que você se sinta ansioso, nervoso, ligado e cansado ao mesmo tempo. Se você é viciado nelas (nas bebidas energéticas), talvez seja hora de fazer um balanço e cortar isso”, completou o psicólogo clínico.
Como se não bastasse, um estudo realizado por um pesquisador de New Jersey, nos Estados Unidos, avaliou as interações entre o consumo de bebidas energéticas e problemas no sono e as suas associações com o uso de álcool entre adolescentes.
A pesquisa teve a participação de 127 adolescentes de 13 anos de idade e indicou que o consumo de bebidas energéticas interagiu com a insônia inicial e a fadiga no período diurno.
O estudo também apontou que os adolescentes que ingeriam as bebidas energéticas e experimentaram a insônia inicial e a fadiga diurna tinham um risco elevado de usar o álcool.
O site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos apresentou uma pesquisa que analisou o consumo de bebidas energéticas e a sua associação com problemas de sono.
A pesquisa foi feita com membros do sexo masculino do Exército e fuzileiros navais americanos de pelotões de combate implantados no Afeganistão. Cerca de 1 mil participantes responderam a perguntas sobre a quantidade de bebidas energéticas que ingeriam diariamente, sobre o seu uso de medicamentos para dormir, a quantidade média de horas que dormiam por dia, suas preocupações sobre a falta de sono, interrupções do sono e o prejuízo ao trabalho associado à sonolência.
O tal estudo apontou que aqueles que consumiam três ou mais bebidas energéticas diariamente eram mais propensos a responder que dormiam quatro horas ou menos, em média, por noite do que os entrevistados que tomavam de zero a dois energéticos por dia.
Além disso, a pesquisa indicou que participantes que tomavam três ou mais bebidas energéticas por dia eram significativamente mais propensos do que os outros grupos a relatar a interrupção do sono e mais de metade das noites nos últimos 30 dias por conta de estresse associado ao combate, estresse associado à vida pessoal e doenças.
Esses entrevistados que consumiam três ou mais energéticos diariamente também eram significativamente mais propensos a responder que às vezes ou com frequência pegavam no sono enquanto sentados ou durante serviço de segurança, mas não enquanto estavam em comboios.
Não é somente porque o energético tira o sono que ele deve ser utilizado com cautela. O Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos destaca outros perigos associados ao consumo da bebida.
De acordo com a organização, as bebidas energéticas podem ser perigosas porque doses elevadas de cafeína, como as que costumam ser encontradas nesses produtos, podem causar sérios problemas relacionados ao ritmo cardíaco, ao fluxo sanguíneo e à pressão arterial.
Além disso, o uso da cafeína está associado a problemas como palpitações, problemas digestivos e desidratação, informa a organização. A instituição alerta ainda que, em crianças, a cafeína pode prejudicar os sistemas cardíaco e nervoso, que ainda estão sendo desenvolvidos nos pequenos.
Você certamente já viu ou ouviu falar que algumas pessoas misturam as bebidas energéticas como o Red Bull com bebidas alcoólicas. Pois saiba que isso é perigoso. Segundo o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos, os jovens adultos que ingerem essa mistura podem não ser capazes de dizer o quão intoxicados se encontram.
Outro problema refere-se ao teor de açúcar das bebidas energéticas – de acordo com o Centro Nacional de Saúde Complementar e Integrativa dos Estados Unidos, muitos energéticos contêm um teor de 25 g a 50 g de açúcares simples, o que representa problemas para as pessoas diabéticas ou com pré-diabetes.
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