A espironolactona é um medicamento que atua como diurético e anti-hipertensivo, o que significa que ela aumenta a eliminação de água através da urina e diminui a pressão arterial.
Com isso, o remédio pode ser indicado no tratamento da hipertensão essencial (aumento da pressão arterial sem causa determinada) e como auxiliar em casos de hipertensão maligna (tipo grave de pressão arterial elevada).
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Ele ainda pode ser prescrito no tratamento de distúrbios relacionados ao inchaço, como:
Além disso, o médico pode indicar a espironolactona na prevenção da hipopotassemia (diminuição dos níveis sanguíneos de potássio) e hipomagnesemia (diminuição dos níveis sanguíneos de magnésio) em pacientes que tomam diuréticos.
O medicamento pode ser usado ainda no diagnóstico e tratamento do hiperaldosteronismo primário (aumento dos níveis sanguíneos de aldosterona, um hormônio renal, sem causa aparente) e no tratamento pré-operatório de pacientes com a condição.
Mas, além de todos esses usos, é possível encontrar quem recomende ou utilize a espironolactona para pele e cabelo. Vamos conhecer em que casos isso pode ocorrer, quais podem ser os efeitos e os cuidados que devem ser tomados.
Há médicos que indicam a espironolactona em casos de alopecia androgenética ou calvície padrão, que é uma queda de cabelos progressiva e padronizada. A genética e os androgênios (um grupo de hormônios sexuais) fazem parte desse processo de perda de cabelos.
Um desses hormônios é a testosterona, que embora seja um hormônio masculino, também é necessária para regular certas funções do corpo feminino, ainda que em quantidade bem menor que nos homens.
Mas, o que isso tem a ver com a alopecia androgenética? A chave para entender a relação é uma enzima chamada 5-alfa-redutase, que converte a testosterona em outro hormônio: o dihidrotestosterona (DHT), que é quem causa a perda de cabelo.
Aos poucos, o DHT age contra as células que produzem cabelo e com o passar do tempo, os fios ficam cada vez menores e mais finos, até chegar o dia em que caem por completo, caso não se faça nada para impedir que isso ocorra.
Tudo isso para dizer que é justamente em função das suas propriedades antiandrogênicas que a espironolactona é indicada por alguns médicos para tratar a alopecia androgenética e também a acne.
Quando se trata da alopecia androgenética, o medicamento atrapalha a vida dos hormônios que contribuem com a doença. Como a espironolactona possui uma composição muito parecida com a da testosterona em sua estrutura molecular, ela atua como um antagonista do receptor do hormônio, o que bloqueia a sua recepção, controlando a ação do DHT nos fios.
O tratamento com o remédio pode ser indicado em todas as fases da calvície enquanto não ocorreu a perda completa dos fios, porém o ideal é que se inicie o quanto antes para ter resultados melhores.
Outra das vantagens associadas ao uso da espironolactona é a diminuição da oleosidade da pele, o que ajudaria a melhorar a acne. Tanto que alguns médicos receitam o medicamento para tratar a condição.
No caso da acne, a espironolactona também é escolhida por atuar no bloqueio dos receptores de hormônios andrógenos, suprimindo a produção de sebo e reduzindo assim o aparecimento da acne.
Vale destacar que um dos mecanismos do surgimento da acne é justamente o aumento da produção de sebo, algo que é regulado pelos hormônios sexuais. As glândulas sebáceas têm receptores para esses hormônios, que podem sinalizar a produção de mais sebo.
Por sua vez, a espironolactona atua como uma bloqueadora desses receptores, reduzindo essa sinalização.
A indicação do medicamento para tratar a acne e a alopecia androgenética não constam na bula do remédio e, portanto, configuram o chamado uso off label da espironolactona dentro da dermatologia.
É importante notar que o uso da espironolactona para pele e cabelo se refere a casos bem específicos que precisam ser avaliados por um dermatologista.
Isso significa que quem se interessa pelo uso dermatológico do medicamento precisa consultar o profissional de saúde, para saber se ele é realmente a melhor escolha para tratar o que está causando a sua alopecia ou acne.
Caso o médico te indique a espironolactona para tratar a sua acne ou alopecia androgenética é fundamental que você siga todas as instruções do profissional quanto à dosagem, tempo de uso e demais aspectos do tratamento, para evitar problemas.
Até porque o medicamento pode provocar efeitos colaterais, como:
O remédio não pode ser usado por pessoas que têm hipersensibilidade à espironolactona ou a qualquer componente da fórmula do remédio, fazem uso concomitante de eplerenona ou sofrem com as seguintes condições:
Além disso, as mulheres grávidas ou que amamentam também precisam ter cuidado com a espironolactona e não devem utilizar o medicamento sem orientação médica.
No caso das gestantes, a bula alerta que é necessário que o médico faça uma avaliação quanto aos benefícios e os riscos que o remédio pode trazer para a mãe e seu bebê. Assim, a paciente que engravidar durante ou após o tratamento com espironolactona deve avisar o médico.
Sobre as mulheres que amamentam, a bula do remédio alerta que se o uso de espironolactona for considerado essencial durante o período do aleitamento, será preciso encontrar um método alternativo de alimentação para a criança. Com isso, se o médico prescrever o medicamento, a paciente precisa informar a ele se estiver amamentando.
Para saber mais sobre os cuidados que o medicamento exige, acesse e leia a bula de espironolactona na íntegra.
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