Sangue e Circulação

Linfócitos altos ou baixos demais – O que significa?

Publicado por
Dr. Lucio Pacheco

Se deparar com linfócitos baixos ou altos demais ao receber um exame de sangue pode trazer uma série de dúvidas e receios, especialmente para quem não está habituado a esses nomes.

Se eles estão fora da “faixa de normalidade” que aparece no laudo do laboratório, será que isso significa que há algum problema de saúde?

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Calma, como veremos neste artigo, as causas dos linfócitos baixos ou altos podem ser bem variadas, bem como os tratamentos disponíveis. 

Veja também: Exame de sangue de rotina – O que deve conter?

O que são os linfócitos?

A contagem de linfócitos é apresentada em exames de sangue completos

Os linfócitos são um tipo de célula de defesa do organismo e pertencem ao grupo dos glóbulos brancos ou leucócitos. Além dos linfócitos, existem outros glóbulos brancos, como os eosinófilos, basófilos, monócitos e neutrófilos.

Produzidas na medula óssea, essas células estão envolvidas na defesa do corpo contra microrganismos invasores, além de atuarem em alguns tipos de câncer, nas inflamações e doenças autoimunes.

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Por isso, a contagem de linfócitos é comumente usada no diagnóstico de doenças, e costuma ser solicitada pelo médico, juntamente com outros marcadores nos exames de sangue.

Existem dois tipos bem conhecidos de linfócitos:

  • Linfócitos T, ou células T, que agem na identificação de organismos invasores e no combate direto a eles. Além disso, eles podem ainda ser divididos em CD4 e CD8.
  • Linfócitos B, ou células B, que são os responsáveis pela produção de anticorpos.

Há ainda os linfócitos do tipo natural killers ou NK, que são células grandes que fazem parte da defesa imediata do organismo e agem especialmente contra células cancerígenas e infecções virais.

Valor de referência dos linfócitos

No geral, o valor de referência dos linfócitos fica entre 900 a 4000/µL (microlitro) em homens e mulheres.

Entretanto, a quantidade normal de linfócitos e de outros glóbulos brancos pode ter diferenças conforme a idade e o sexo da pessoa. Para crianças, os valores variam bastante de acordo com a idade, e os resultados dos exames devem ser avaliados sempre por um pediatra.

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Além disso, cada laboratório pode apresentar uma forma diferente de medir os linfócitos, portanto, os valores de referência também podem variar de acordo com o local onde o exame é feito.

Mas, antes de conhecer o que linfócitos baixos ou altos podem significar é importante lembrar que o médico não fecha um diagnóstico apenas com base nas taxas dessas células.

Nesses casos em que os linfócitos estão alterados, o médico também leva em conta os sintomas do paciente, o seu histórico de saúde, os demais exames, entre outros fatores, antes de dar um diagnóstico e indicar algum tratamento.

Portanto, ao receber um exame com linfócitos baixos ou altos, não vale a pena tirar conclusões precipitadas. O ideal é passar por uma avaliação médica para saber com certeza o que pode estar acontecendo.

Linfócitos baixos

Os linfócitos baixos, ou linfopenia, são um quadro que ocorre quando a contagem de linfócitos no sangue está abaixo do normal. 

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Quando os linfócitos estão abaixo do valor de referência, pode ser que a imunidade esteja sendo afetada por algum problema de saúde, o que deixa o organismo mais vulnerável a infecções.

1. Principais causas

A diminuição do número de linfócitos pode estar ligada a uma série de causas, e muitas vezes pode ser difícil para o médico identificá-las. Mas, em geral, temos:

  • Diminuição na produção dos linfócitos, seja por algum problema genético, seja pela desnutrição
  • Doenças autoimunes, em que o próprio organismo atua contra o sistema imunológico, como no caso do lúpus eritematoso sistêmico (LES)
  • Situações relacionadas à medula óssea, como anemia aplástica ou leucemia
  • Uso de alguns medicamentos, como ocorre na quimioterapia utilizada no tratamento do câncer
  • Infecções, como no caso do HIV, tuberculose ou hepatite
  • Infecções severas, como a sepse
  • Doenças genéticas raras
  • Pós-operatório
  • Consequência da COVID-19

Além disso, existem casos onde essa redução no número de linfócitos não possui uma causa identificável.

2. Tratamento

O tratamento para linfócitos baixos vai depender inteiramente do que está causando o problema. Por isso, é importante passar por uma avaliação médica, em que o profissional identificará a causa do problema, quando possível, e determinará o tratamento mais adequado.

Além disso, para prevenir a linfopenia causada pela má nutrição, é importante manter uma dieta balanceada, que inclua uma quantidade adequada de proteínas, carboidratos e gorduras, além dos micronutrientes, como vitaminas e minerais.

Outro ponto importante é que, em casos em que há algum tipo de linfopenia genética na família, é aconselhável procurar um geneticista para avaliar o risco de transmitir o problema para os filhos.

Linfócitos altos

Alta quantidade de linfócitos visto de microscópio

O aumento no número de linfócitos, também conhecido como linfocitose, normalmente ocorre quando há algum tipo de infecção, mas outras doenças também podem causar essa elevação.

1. Principais causas

As possíveis causas da linfocitose, ou linfócitos altos, podem incluir:

  • Alguma infecção viral, como a mononucleose, hepatites, rubéola, varicela, adenovírus, gripe, caxumba
  • Alguma infecção bacteriana, como tuberculose
  • Alguns tipos de câncer, como mieloma múltiplo, leucemia linfoide e linfoma
  • Intoxicação por certas substâncias, entre elas, chumbo e benzeno
  • Distúrbios metabólicos, como acidose diabética ou urêmica
  • Tabagismo
  • Cirurgia para remoção do baço, também conhecida como esplenectomia
  • Doença autoimune.
  • Doenças inflamatórias, como a doença de Crohn, colite ulcerativa e vasculite
  • Hipertireoidismo
  • Anemia perniciosa
  • Diabetes
  • Obesidade
  • Alergia
  • Carências nutricionais, como deficiência de vitamina C, vitamina D ou cálcio

2. Tratamento

De forma semelhante ao que ocorre com a linfopenia, não existe um tratamento específico para os linfócitos altos.

Desta forma, o médico irá avaliar cada caso e identificar o agente causador do problema, e a partir daí iniciar o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de antibióticos, antivirais, entre outras estratégias.

Fontes e referências adicionais

Você já foi diagnosticado com linfócitos altos ou baixos demais a partir de um exame de sangue? Comente abaixo!

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Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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  • Meus linfoticos tipicos deram 44% ,o medico ao olhar o hemograma disse que ta normal,vai saber.?!

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