Muitas são as pessoas que sofrem com pressão arterial elevada. Essa condição afeta mais de 2 milhões de brasileiros por ano e muitas vezes os sintomas passam despercebidos.
Com a facilidade e tecnologia de hoje em dia, é possível ter um aparelho digital e monitorar a pressão em casa mesmo. Ainda assim, muitas pessoas têm dificuldade em interpretar a medida da pressão arterial e acabam sem saber ao certo quando é a hora de buscar ajuda médica.
Muitas dessas pessoas adotam um valor de pressão ideal de 12×8 como sendo a medida mais saudável e adequada. Porém, não é bem assim que funciona.
Vamos entender como se deve interpretar a medida de pressão arterial e saber, por exemplo, se uma medida de pressão 15×9 é perigosa ou não. Além disso, vamos mostrar dicas do que fazer para tratar esse problema de saúde.
A pressão arterial é registrada através da medida de dois números. O número maior representa a pressão sistólica, que é a força através da qual o coração bombeia o sangue por todo o corpo. Ou seja, a pressão sistólica mede a pressão sanguínea quando o músculo do coração está contraído, expulsando o sangue.
O número menor é a pressão diastólica, que representa a resistência ao fluxo sanguíneo nos vasos sanguíneos, que é a pressão sanguínea durante o relaxamento do músculo. Ambos os números são medidos em milímetros de mercúrio (mmHg).
O guia geral de pressão arterial para adultos atualizado em 2017 é um documento que serve de orientação para profissionais da saúde lidarem com seus pacientes. Assim, ele estabelece limites em que a pressão arterial deve ser considerada baixa ou alta.
Para que alguém apresentasse hipertensão ou pressão arterial alta, era preciso que a medida fosse igual ou maior que 140/90 mmHg (14×9). Assim, até 2016, uma leitura que ficasse entre 120/80 mmHg (12×8) e 140/90 mmHg (14×9) indicava um indivíduo em grupo de risco de desenvolver hipertensão arterial e que precisava tomar medidas para controlar a pressão e evitar complicações.
Já para a pressão ser considerada baixa, era preciso que a leitura fosse igual ou menor que 90/60 mmHg (9×6).
Além disso, antes havia uma distinção entre as idades. Pessoas mais velhas podiam apresentar pressão arterial um pouco mais elevada que as mais jovens sem a necessidade de intervenção com medicamentos. Após a atualização, todos os adultos são orientados da mesma forma.
Recentemente, esses limites foram alterados com o intuito de reduzir a incidência de derrames e infartos.
Classificação | Sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) |
---|---|---|
Pressão arterial normal | Abaixo de 120 | Abaixo de 80 |
Pressão elevada | 120-129 | Abaixo de 80 |
Hipertensão estágio 1 | 130-139 | 80-89 |
Hipertensão estágio 2 | 140 ou acima | 90 ou acima |
Crise hipertensiva | Acima de 180 | Acima de 120 |
Segundo referências médicas, uma pressão arterial de 15×9 já pode ser considerada hipertensão de estágio 2, de acordo com as diretrizes mais atuais.
Antes da atualização, uma medida de 15×9 era classificada como hipertensão de estágio 1, condição em que o médico poderia indicar alterações de hábitos rotineiros para controlar a alteração da pressão.
Hoje, classificada como hipertensão de estágio 2, o profissional da saúde já pode indicar o tratamento com o uso de medicamentos, porque estudos indicam que essas pessoas podem ter um risco maior de desenvolver condições cardiovasculares perigosas para a saúde, como ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e derrames.
Isso não significa que você é hipertenso ou que corre o risco de morrer imediatamente, até porque uma pressão 15×9 é muitas vezes observada em casos isolados de muito estresse. No entanto, se essa for uma constatação recorrente, é essencial procurar um médico para indicar o melhor tratamento.
Ao apresentar pressão elevada frequentemente e sem controle, é possível que os vasos sanguíneos e órgãos como o coração, o cérebro, os rins e os olhos fiquem sobrecarregados. Se não tratada, a pressão alta persistente pode causar danos permanentes nas artérias e até em outros órgãos além do coração. Isso leva ao aumento do risco de desenvolvimento de diversas condições graves e até mesmo fatais, tais como:
Assim, se você apresenta pressão arterial alta, mesmo que seja próximo ao limite considerado ideal, é importante tomar medidas preventivas que diminuam ela, reduzindo o risco de sofrer as consequências listadas acima.
Existem mitos de que pessoas com pressão arterial elevada apresentam sintomas clássicos como nervosismo, dificuldade para dormir, rubor ou vermelhidão na face e suor excessivo. Porém, a verdade é que raramente a pressão arterial alta resulta em sintomas perceptíveis. Mesmo quando muito alta, é muito difícil observar sintomas e quando eles são observados, trata-se de uma situação de emergência.
Os sintomas que surgem em situações emergenciais, chamadas de crises hipertensivas, incluem:
Ao observar os sintomas mencionados acima, significa que a pressão arterial está bem mais alta do que 15×9 e é preciso buscar ajuda médica imediatamente.
Se ignorada, a pressão arterial alta pode resultar em um aumento do risco de ataques cardíacos e derrames, por exemplo. Desta forma, é importante saber o que fazer. A seguir, listamos algumas dicas de como agir nessas situações:
Uma medida isolada de 15×9 pode significar apenas um estresse repentino no corpo. Se for esse o caso, beba um pouco de água, deite e descanse um pouco e meça a pressão novamente quando estiver mais calmo e relaxado.
Uma boa dica é lidar melhor com situações estressantes que podem aumentar a pressão arterial. Procure atividades que relaxam e te dão prazer. Pode ser ouvir uma música, tirar uma soneca, dar uma volta pelo bairro, meditar, praticar algum exercício físico, dentre outras possibilidades.
Algumas mudanças de hábitos podem contribuir para o controle da pressão arterial e para o bem-estar geral. Alguns deles são: manter um peso adequado, reduzir a ingestão de sal para menos de 2 gramas por dia, limitar o consumo de substâncias como a cafeína e o álcool, evitar situações estressantes e praticar atividades físicas com frequência.
Manter uma alimentação saudável é um dos melhores caminhos para reduzir a pressão alta. Foque na redução do sódio e do colesterol e no aumento da ingestão do potássio e alimentos nutritivos.
Os alimentos mais saudáveis para o coração incluem frutas como maçãs, bananas e laranjas, vegetais como cenoura e brócolis e outros alimentos como arroz ou pães integrais e fontes de gorduras saudáveis como os peixes ricos em ômega 3.
Além disso, é bom evitar alguns alimentos que não são tão saudáveis, como a carne vermelha, alimentos ricos em açúcar e gorduras não saudáveis.
Os exercícios aeróbicos como caminhadas, corridas leves, andar de bicicleta e dançar são muito importantes para melhorar a circulação sanguínea e fortalecer o sistema cardiovascular. O indicado é praticar algum tipo de atividade aeróbica pelo menos por 30 minutos 5 vezes por semana.
A hipertensão é uma doença silenciosa. Desta forma, cada vez mais os médicos sugerem que as pessoas verifiquem a pressão com frequência, seja na farmácia, no posto de saúde ou em consultas de rotina.
Para um monitoramento mais eficaz, é recomendado a qualquer pessoa, especialmente aquelas que com histórico familiar de doenças cardíacas, tenham um aparelho digital medidor de pressão em casa. Isso facilita o monitoramento da pressão arterial para notar alterações que possam representar um risco para a saúde.
Se as alterações na dieta e rotina não forem suficientes para reduzir a pressão, pode ser necessário usar algum medicamento.
Atualmente, existem várias classes de medicamentos para tratar a hipertensão, que incluem diuréticos, alfa-bloqueadores, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e inibidores da enzima conversora da angiotensina.
No entanto, nunca se automedique. Procure um médico que irá indicar o melhor tipo de remédio para o seu caso.
Se você verificar que a sua pressão está medindo 15×9 em diversas leituras ao longo do dia, o ideal é consultar um médico para que ele possa fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir ou não o uso de medicamentos.
Geralmente, o uso de medicamentos só é aplicado em pessoas com hipertensão de estágio 1 quando há um histórico familiar ou pessoal de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral. Na ausência de problemas, apenas alterações no estilo de vida são o suficiente para normalizar a pressão arterial.
Já nos casos de hipertensão de estágio 2, que é o caso da medida de 15×9, o médico deve fazer uma avaliação e um acompanhamento mais aprofundado para verificar se as alterações no estilo de vida serão suficientes ou não, e neste caso se será preciso administrar remédios para controle da pressão arterial sanguínea.
O mais importante é seguir as recomendações médicas e continuar monitorando a pressão diariamente, evitando assim o risco de complicações na saúde.
Confira mais informações importantes sobre a pressão alta nos vídeos abaixo!
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Durante essa semana, por três vezes minha pressão oscilou entre 14/9 e 15/9. Sintomas, dor de cabeça na parte superior e nuca, enjôo, visão embaçada, também pontadas no peito... Tenho histórico familiar de doenças cardiovascular e AVC, meu pai sofreu infarto e minha mãe teve um AVC, os dois foram a óbito em.decorrencia dessas doenças. Sou fumante e estou passando por muitas situações de estresse...
Muita satisfatória as explicações. Parabéns.
Muito explicativa matéria. Tenho picos de pressa o 15x9 e, ao consultar o médico, me foi receitado medicamento apropriado, além de mudanças no meu hábito alimentar.
O farmaceutico na hora como nunca tive alteração arterial me acoselhou tomar dipirona e descansar por 2 horas e medir novamente e procurar um medico o mais rápido