Seria um passo além na luta contra a obesidade? Um novo experimento realizado nos Estados Unidos apontou que a ablação endoscópica da mucosa promete auxiliar na perda de peso.
A técnica consiste em queimar parte do revestimento do estômago com um aparelho clássico de endoscopia, reduzindo a produção do hormônio grelina, responsável por provocar a fome.
O estudo foi realizado em 10 mulheres com obesidade, que foram acompanhadas durante seis meses. De acordo com o gastroenterologista Christopher McGowan, autor da técnica, as pacientes perderam 7,7% do peso corporal, além de apresentarem uma redução em mais de 40% na produção de grelina.
Além disso, as pacientes passaram a sentir menos fome após realizarem a ablação e, em testes de capacidade gástrica, foi notado que o estômago diminuiu cerca de 42%.
“A obesidade é uma doença crônica, que dura a vida toda. O seu efeito na saúde geral, na qualidade de vida e nos gastos globais de saúde é enorme. Precisamos de tantas opções de tratamento quanto possíveis”, analisou o profissional, em comunicado enviado à imprensa.
Os resultados serão apresentados no Congresso Digestive Disease Week, realizado em Washington, O médico apontou outros benefícios da ablação, como o fato de ser um procedimento relativamente rápido e ambulatorial, ou seja, sem necessidade de internação.
Algumas voluntárias notaram mudanças nas preferências alimentares após o procedimento, como o desejo por chocolates ser substituído por vontade de comer saladas e vegetais.
A norte-americana Brooke Nelson, uma das 10 participantes da pesquisa, perdeu 26 kg em seis meses. Ela foi uma das que substituiu o desejo por alimentos ultraprocessados por comidas saudáveis.
“A minha fome diminuiu drasticamente. Ainda há momentos em que quero um biscoito de chocolate, mas há muitos outros em que me pego querendo algo como verduras”, relatou ao programa Good Morning America.
À atração, o médico Christopher McGowan completou: “Temos pacientes que realizaram o procedimento há um ano ou mais, e o que estamos vendo é que elas continuam a ter uma diminuição da fome e continuam a relatar maior controle sobre a alimentação”.
Os médicos inserem um aparelho de endoscopia no estômago do paciente e injetam um fluido para proteger os tecidos estomacais.
Passado isso, os profissionais usam um pequeno dispositivo para remover ou queimar uma parte do revestimento da porção superior do estômago, conhecido como fundo gástrico (região onde a grelina é produzida).
Deixe um comentário