Fissura anal é um assunto delicado que pode deixar as pessoas envergonhadas em buscarem ajuda profissional. Dessa forma, acabam sofrendo em silêncio por um problema que pode ser facilmente resolvido e é, inclusive, bastante comum.
Se você já notou a presença de sangue nas fezes ou no papel higiênico, pode ser um sinal de que você tenha uma fissura anal, principalmente se sente dor durante e após a evacuação.
Na maioria das vezes, a fissura anal se resolve em alguns dias, mas é importante cuidar dessa ferida, para que ela não retorne.
Veja o que é a fissura anal, os sintomas, como é feito o diagnóstico e o tratamento.
O canal do ânus é internamente revestido por um tecido fino e úmido, a mucosa anal. A fissura anal é um pequeno rasgo nessa mucosa, que acontece com a passagem de fezes muito grandes e duras. A fissura anal pode ser acompanhada de espasmos no esfíncter anal, que é quando o músculo que controla a saída das fezes sofre uma série de contrações involuntárias.
Pode acometer pessoas de qualquer idade, mas costuma ser comum em crianças, sendo a causa mais frequente de hemorragia digestiva baixa nessa fase.
Os principais sintomas e sinais, que ajudam a reconhecer a ocorrência de uma fissura anal são:
Vários fatores podem causar a formação de uma fissura anal, alguns mais comuns e outros menos. As causas mais comuns são:
Algumas doenças como a Doença de Crohn, câncer anal, HIV e sífilis podem ocasionar a formação de fissura anal.
A maneira mais eficiente de prevenir uma fissura anal é por meio da ingestão adequada de fibras, em torno de 20 a 40 gramas por dia, acompanhada de muita água, no mínimo 2 litros, diariamente. Fazendo isso, as fezes ficarão menos ressecadas e duras, o que elimina a necessidade de fazer muita força durante a evacuação.
A prática regular de atividades físicas também ajuda no movimento intestinal, você pode começar com uma caminhada de 30-40 minutos, que ajudará o seu intestino a funcionar melhor.
Na consulta, o médico analisa a região anal, para ver se a causa da dor e sangramento é uma fissura anal.
Na fissura anal aguda, a ferida se parece com um corte fino de papel. Já na fissura anal crônica, que é aquela que persiste por mais de 8 semanas, o corte é mais profundo e pode ser acompanhado de uma pele saliente, o plicoma.
Se o médico suspeitar que a fissura anal tem relação com alguma doença, geralmente a Doença de Crohn, podem ser solicitados alguns exames para uma investigação mais detalhada:
Ao desconfiar que você está com uma fissura anal, o primeiro e mais acessível tratamento é o banho de assento. Para fazer o banho de assento é muito simples:
Limpe a região anal apenas com água, não use sabonete, pois ele resseca a mucosa, piorando a fissura anal.
Não use papel higiênico, mas caso não seja possível fazer a lavagem com água, molhe o papel higiênico antes de se limpar.
Esse tratamento envolve a aplicação de um gel contendo nitroglicerina, que atua na vasodilatação local (aumento do volume de sangue) e relaxa a musculatura do esfíncter. Essas ações combinadas promovem a cicatrização da fissura anal. Um efeito colateral muito comum desse tratamento é uma dor de cabeça intensa.
Para alívio da dor no local, são usadas pomadas, géis e cremes com anestésicos, como a lidocaína (xilocaína).
A injeção local de toxina botulínica tipo A promove o relaxamento do esfíncter, necessário para que a fissura anal cicatrize. Diferentemente da nitroglicerina, a injeção de toxina botulínica não costuma causar dor de cabeça.
A nifedipina e o diltiazen são medicamentos por via oral que podem ser administrados para promover o relaxamento do esfíncter anal.
A cirurgia é indicada para casos que não respondem ao tratamento convencional no período de 4 a 8 semanas. A técnica cirúrgica mais comumente utilizada é a esfincterotomia anal interna lateral subcutânea, que pode ser feita com anestesia local.
Nessa cirurgia é feito um pequeno corte no esfíncter anal, para reduzir os espasmos. Essa ferida cicatriza algumas horas depois da cirurgia e o paciente sente alívio imediato da dor.
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