Dieta na Mídia

9 Mentiras Sobre Alimentos Que a Mídia te Contou

Publicado por
Dra. Patricia Leite

Basta ligar a televisão, abrir o jornal ou entrar em um site de notícias da internet para encontrar diversas matérias e artigos relacionadas a saúde e alimentação. Se por um lado é excelente ter tanta informação sobre o tema à disposição, por outro o excesso de reportagens pode deixar as pessoas um pouco confusas, sem conseguir identificar o que é realmente verdade ou não.

E é justamente aí que mora o perigo. Sem poder determinar que informação deve ser levada a sério ou não, o leitor, telespectador ou internauta pode cair em alguns mitos relacionados à dieta que a mídia – mesmo sem querer, em alguns casos – acaba propagando. Alguns deles você confere na lista a seguir:

1.  Carboidratos são um vilão que deve ser evitado

A fama dos carboidratos não é nem um pouco boa, tanto que existem até algumas dietas que reduzem drasticamente o consumo do nutriente na alimentação, como a dieta Atkins. Como não poderia ser diferente com a imprensa, os meios de comunicação também não têm os carboidratos em boa conta e uma das mentiras que perdura é a relação da substância com a insulina.

O que se diz é que aumentar o consumo dos carboidratos provoca insensibilidade ao hormônio, que é o responsável pelo transporte de glicose até as células. Entretanto, o fato é que isso realmente pode ocorrer para portadores de diabetes e quem ingere o nutriente em excesso, mas não para quem consome o nutriente na medida certa.

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Além disso, não é bom esquecer que cortar completamente os carboidratos pode prejudicar a saúde, causando desequilíbrio ao nosso corpo, já que eles servem como fonte de energia para o organismo.

2. Os ovos fazem mal à saúde

O “problema” com os ovos está especificamente nas gemas. Por mais que elas tenham vários nutrientes, também podem conter bastante colesterol. No entanto, isso é um mito, já que o fato de comer um alimento com colesterol não necessariamente aumentará as taxas de colesterol no organismo.

Outro ponto importante é que os ovos são uma fonte importante de gorduras e proteína e a sua associação com o surgimento de doenças cardiovasculares também pode ser exagerada.

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Veja também: Comer Ovo Aumenta o Colesterol Mesmo?

3. Carne vermelha causa câncer

O problema com essa afirmação é que cravar com certeza que um alimento ou outro causará câncer é entrar em um terreno perigoso. É que praticamente tudo o que comemos tem um potencial para fazer com que a doença se desenvolva, o que não significa 100% de chance que ela surgirá.

A questão com o alimento é que foi descoberto que alguns compostos chamados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) presentes na carne defumada podem danificar o genoma, o que é classificado o primeiro passo para o aparecimento do câncer.

No entanto, a evidência que se tem é que a carne vermelha coloca uma pessoa em risco de ter câncer, caso ela não tenha um estilo de vida saudável e fume. Quem pratica atividade física regularmente e come legumes não precisa se preocupar com isso.

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Sendo isso, quem quer se prevenir contra a doença deve melhorar o estilo de vida e largar maus hábitos como o de fumar em vez de simplesmente cortar a carne vermelha da dieta. Tudo bem que você pode diminuir a quantidade de carne vermelha que consome mas não precisa cortar.

4. Gordura saturada não faz bem

São incontáveis as vezes em que a gordura saturada apareceu em reportagens jornalísticas como a vilã da dieta. Entretanto, é importante ressaltar que ela própria não é a responsável por doenças cardiovasculares e que é fundamental saber escolher as fontes de gordura na alimentação. Há uma diferença entre um bife de vaca e a carne servida no hambúrguer de um restaurante fast-food, por exemplo.

Também é de grande ajuda entender que o fato de não comer gordura não resultará necessariamente na perda de gordura no corpo e que a falta de gordura saturada pode prejudicar a produção de testosterona. Isso sem contar que o nutriente ainda serve como fonte e reserva de energia para o nosso corpo. Por isso, o jeito não é eliminar da alimentação, mas sim consumi-la sem exageros.

5. Sal aumenta a pressão

Não é que o sal não deixe a pressão arterial elevada, ele realmente pode fazer isso com quem sofre de hipertensão sal-sensível (HSS), porém, outros fatores como o Índice de Massa Corporal (IMC) podem ser mais determinantes no surgimento da doença.

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Isso não exclui o fato de que o consumo excessivo de sódio é associado a outros problemas graves de saúde como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

6. Pão integral é muito melhor do que o branco

Apesar de realmente ser melhor do que o branco por possuir mais fibras, macronutrientes, baixo índice glicêmico e um teor menor de insulina, essas diferenças não são tão grandes assim. A verdade é que o teor de macronutrientes da versão integral do produto não é tão alta assim e nem o de fibras, quando comparamos com outros alimentos como frutas e legumes. O maior erro é a pessoa achar que por estar comendo pão integral não há qualquer problema. Vale lembrar também que muitos do que se dizem integrais, não são verdadeiramente integrais, tem apenas farinha enriquecida.

7. Excesso de proteínas causa danos aos ossos e rins

O mito surgiu por conta de alguns estudos científicos. Um deles dizia que o consumo elevado do nutriente estava relacionado ao aumento de cálcio na urina, o que poderia causar redução na massa óssea com o passar do tempo. Entretanto, isso foi negado por outra pesquisa que determinou que o cálcio presente na urina não era um bom medidor da massa óssea e que a proteína na verdade não causaria nenhum tipo de efeito aos ossos ou poderia até protegê-los.

Outro estudo indicava que o alto consumo de proteínas poderia causar muita pressão aos rins. Porém, mais uma nova pesquisa mostrou resultados indicando que uma alimentação rica no nutriente não prejudica os rins.

8. Vitaminas de suplementos não são boas

O problema da afirmação é o fato dela ser absoluta. Isso porque uma vitamina pode não ser facilmente encontrada na natureza e nos alimentos que consumimos no dia a dia, fazendo com que a suplementação venha a suprir a necessidade do nutriente que uma pessoa possa ter.

9. Comer de pouquinho em pouquinho acelera o metabolismo

É bem verdade que a digestão faz com que o metabolismo trabalhe de maneira mais rápida, porém, comer pouco não adiantará muito, já que para que essa taxa metabólica fique constante é necessário comer mais. E esse aumento da velocidade ainda pode ser considerado muito baixo, quando comparamos com as calorias consumidas para a realização da digestão.

Além disso, comer pouco muitas vezes por dia pode dificultar a saciedade do organismo e fazer com que a pessoa acabe exagerando uma hora ou outra no consumo de calorias.

Você já caiu em algum destes mitos contados pela mídia sobre a saúde e boa forma? Qual deles? Comente abaixo!

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Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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Veja Todos Comentários

  • A verdadeira dieta é verduras cruas e frutas. Pesquisem a respeito. Há mais nutrientes em alimentos orgânicos crus que qualquer outro produto com um rótulo e preço no supermercado. Todos querem vender e lucrar (carne, frutas e verduras com agrotóxicos,pílulas vitamínicas, etc). Abram os olhos, a natureza dá o melhor para o nosso corpo, todo o resto é NEGÓCIO!!

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  • Cardiologista me examinou porque eu tinha hipertensão. Cortou o sal, tirou as vitaminas, receitou antihipertensivos e eu infartei. Hoje com tres safenas, mesmo com restrições, levo uma vida normal, sem abusos, mas sem cortes. Estou bem. Aprendi que conselhos médicos também são contraindicados e podem matar. Como não dá para confiar em diplomas e cirurgiões resolvi aprender a me cuidar sozinho.

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Dra. Patricia Leite