A Nike, empresa patrocinadora de grandes nomes como Cristiano Ronaldo, Rafael Nadal, Serena Williams, LeBron James, entre tantos outros, está sendo duramente acusada de sexismo.
A acusação veio após a empresa divulgar os uniformes de atletismo da delegação dos Estados Unidos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, que serão realizados a partir de julho, gerando revolta de atletas, polêmica e reclamações.
Na verdade, são os uniformes femininos que estão sendo alvo de críticas, e isso devido à pequena quantidade de tecido na região da virilha, causando preocupação em relação à exposição das atletas olímpicas.
Para quem não sabe, a Nike, considerada a marca de roupas mais valiosa do mundo, é responsável pelo design e pela distribuição dos uniformes de toda a delegação dos Estados Unidos e parte das roupas foi apresentada em um evento realizado na semana passada (11/4).
Após o evento, no entanto, várias competidoras de atletismo, e de outros esportes, se posicionaram nas redes sociais, com críticas à empresa e ao produto apresentado.
Segundo a grande maioria das atletas femininas: “O kit feminino de atletismo da equipe dos Estados Unidos da Nike é desnecessariamente explícito e sexista”.
Lauren Fleshman, corredora norte-americana e campeã mundial de atletismo, comentou em uma postagem no Instagram: “Se esse traje realmente beneficiasse o desempenho físico, os homens o usariam. Atletas profissionais deveriam poder competir sem precisar dedicar espaço mental para a constante vigilância dos pelos pubianos ou para os malabarismos mentais de ter cada parte vulnerável do próprio corpo em exposição”.
Quem também aderiu à onda de protestos foi a corredora de obstáculos norte-americana Colleen Quigley, em uma mensagem à Reuters: “Eles não foram feitos de forma alguma para o desempenho”.
Outras atletas, como Tara Davis-Woodhall, saltadora em distância que participou das Olimpíadas em 2020, também se posicionou: “Minha genitália vai ficar à mostra”.
O fato é que há anos se debate a questão dos uniformes mais reveladores para as atletas olímpicas, em modalidades que vão do voleibol de praia à ginástica, e algumas regras sobre uniformes de competição já estão sendo reavaliadas e mudando.
Por exemplo, a seleção alemã de ginástica feminina usou macacões completos nas Olimpíadas de Tóquio, alegando ser uma posição contra a sexualização no esporte.
Como outro exemplo temos a Gymnastics New Zealand , que na semana passada atualizou suas regras de vestuário para permitir que mulheres e meninas usem shorts ou leggings por cima de collants.
Como já era o esperado, após as recentes polêmicas, e críticas, a Nike resolveu defender seu design, alegando que os uniformes possibilitam um desempenho de alto nível e que atletas foram usados durante os processos de teste.
Além disso, John Hoke, diretor de inovação da Nike, afirmou em nota encaminhada ao The New York Times, que existem muitas outras opções de modelos para os atletas, que os uniformes apresentados foram apenas algumas das opções disponíveis.
De acordo com a empresa, em um e-mail à Reuters, nessa Olimpíada, ela também oferece aos atletas opções de macacões com cuecas, calcinhas e shorts.
Segundo a Nike, durante o próprio evento de lançamento dos trajes, os kits de atletismo para homens e mulheres incluem cerca de 50 peças de vestuário e 12 estilos de competição para eventos específicos.
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