O paracetamol e o ibuprofeno são remédios que não faltam nas bolsas e caixinhas de medicamentos da maioria das pessoas. Mas, você sabe qual é melhor tomar para aliviar a dor?
Tanto o ibuprofeno quanto o paracetamol são usados para o alívio de vários tipos de dor, mas apresentam princípios ativos e mecanismos de ação diferentes em nosso organismo.
O paracetamol tem ação analgésica e antipirética, por isso é indicado para alívio de dores leves e moderadas, e para baixar a febre. O ibuprofeno, por sua vez, é um anti-inflamatório não esteroide (AINE), indicado para tratar dores leves e moderadas associadas a inflamações.
Por conta dessas diferenças, é importante saber em que momento é melhor tomar o ibuprofeno e o paracetamol.
Existem algumas condições de saúde que limitam o uso desses medicamentos. Nesses casos, o médico ou médica deve prescrever a menor dose efetiva, pensando no menor tempo possível de uso do medicamento.
Veja quando é melhor tomar o paracetamol e quando o ibuprofeno é mais indicado.
O acetaminofeno, mais conhecido como paracetamol, é um medicamento com propriedades analgésicas e antipiréticas (antitérmicas), indicado para o controle da dor e da febre.
Dores no corpo causadas por gripes e resfriados são comumente tratadas com paracetamol. Dor no dente, dor de cabeça e dores nas costas, também.
O paracetamol não é tão efetivo para as dores crônicas, por isso não é indicado para o tratamento das artrites e dores musculares, por exemplo.
Assim, o paracetamol é indicado para tratar dores leves e moderadas, que não estejam associadas a inflamações, pois ele não possui atividade anti-inflamatória.
O paracetamol age aliviando as dores através da inibição da produção das prostaglandinas, que são sinais químicos similares aos hormônios. Elas são produzidas e liberadas em locais onde houve algum dano, lesão ou invasão microbiana.
Essa ação inibitória na cascata de produção das prostaglandinas pode promover o alívio da dor em 45 a 60 minutos, após a ingestão do medicamento. A duração do efeito analgésico pode chegar a até 4 horas, sendo o efeito máximo percebido na janela de 1 a 3 horas, após a administração do remédio.
Como o paracetamol também possui ação antipirética, ele age no sistema nervoso central, estimulando o hipotálamo a iniciar mecanismos de redução da temperatura corporal. Por isso, o medicamento é muito utilizado para baixar a febre em situações de gripe e resfriado comuns.
O paracetamol pode ser encontrado com diferentes nomes comerciais, entre eles:
O paracetamol pode ser encontrado na forma de comprimidos e de solução oral. Outras formas de apresentação são a suspensão oral e os sachês.
A dose diária total é de 4000 mg de paracetamol, que equivale a 8 comprimidos de 500 mg e 5 comprimidos de 750 mg. Não se deve exceder 1000 mg por dose, ou seja, você só pode tomar 2 comprimidos de 500 mg por vez ou 1 comprimido de 750 mg. Deve-se dar um intervalo entre as doses de 4 a 6 horas.
Durante a gestação, o paracetamol deve ser usado apenas com prescrição médica, utilizando a menor dose efetiva, pelo menor tempo possível.
Entre os analgésicos e antipiréticos, o paracetamol é, sem dúvidas, a opção mais segura para as gestantes. Porém, toda medicação pode apresentar efeitos colaterais que precisam ser levados em consideração, para garantir a saúde da mãe e do bebê. Em alguns casos, ele é contraindicado no primeiro trimestre da gestação.
A automedicação com o paracetamol durante a gravidez pode:
O uso do paracetamol durante a gravidez deve ser avaliado pela equipe médica que está acompanhando a gestação. Nessa avaliação, os profissionais comparam os riscos e os benefícios do uso do medicamento. Se os benefícios superarem os riscos, então é feita uma prescrição individualizada para a gestante.
O paracetamol não deve ser o analgésico de escolha para dores de causas inflamatórias.
Também não deve ser usado por pessoas com problema no fígado ou que ingerem bebidas alcoólicas em excesso.
Isso porque o fígado é o órgão que faz a metabolização deste medicamento. A sobrecarga do fígado em pessoas com problemas hepáticos ou dependentes de álcool pode aumentar os riscos de uma hepatite medicamentosa.
O ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE), usado para tratar dores associadas a processos inflamatórios. O ibuprofeno também tem atividade antipirética, ou seja, diminui a febre.
O ibuprofeno é eficiente contra dores leves e moderadas, comuns em situações de:
Diferentemente do paracetamol, o ibuprofeno é indicado para dores associadas a doenças articulares crônicas, que apresentam muita inflamação, como artrite reumatóide e osteoartrite.
O ibuprofeno também é indicado para tratar dores comuns em pós-operatórios, condições em que o paracetamol, geralmente, não é eficiente para aliviar a dor.
O ibuprofeno é um inibidor não seletivo das enzimas cicloxigenase (COX-1 e COX-2), fundamentais para a cascata de produção dos mediadores da inflamação e da dor, que são as prostaglandinas.
O ibuprofeno também age no sistema nervoso central, estimulando o hipotálamo a regular a temperatura, quando ela está elevada.
O ibuprofeno age mais rapidamente do que o paracetamol. Após 15 a 30 minutos da administração, seus efeitos já podem ser sentidos e podem durar até 6 horas.
O ibuprofeno pode ser encontrado nas farmácias e drogarias com diferentes nomes comerciais:
O ibuprofeno está disponível na forma de comprimidos revestidos, cápsulas e em suspensão oral (gotas).
É recomendado tomar o ibuprofeno juntamente com as refeições ou com leite, para minimizar os sintomas gastrointestinais.
A dose diária máxima de ibuprofeno para pessoas acima de 12 anos é de 3200 mg, sendo que a dose recomendada é de 600 mg, de 3 a 4 vezes ao dia. Para pacientes pediátricos, a dose recomendada depende do peso, não podendo exceder a dose total de 800 mg em 24 horas. Deve-se dar um intervalo entre as doses de 6 a 8 horas. Para mais informações sobre a posologia, confira este artigo.
Nos primeiros dois trimestres da gravidez, o ibuprofeno se encontra na categoria de risco B, o que significa que estudos em animais não demonstraram risco ao desenvolvimento fetal. Mas, não há estudos controlados em mulheres grávidas, para garantir a ausência de riscos.
Sendo assim, nesse período, o médico ou médica que acompanha a gestante faz a avaliação dos riscos e benefícios e, se necessário, prescreve a menor dose efetiva do medicamento, para ser usado pelo menor tempo possível.
Já no último trimestre da gravidez, o medicamento se enquadra na categoria de risco D, sendo assim contraindicado, devido aos riscos de complicações no parto e ao desenvolvimento do bebê.
Como o ibuprofeno é um inibidor não seletivo da ciclooxigenases, ele inibe a COX-1, importante para a manutenção da integridade da parede do estômago. Por isso, pessoas com úlcera e sangramentos gastrointestinais não devem utilizar o medicamento.
O ibuprofeno também não deve ser usado por pessoas que fazem tratamento com o ácido acetilsalicílico (AAS), que tenham insuficiência renal, hepática ou cardíaca grave.
O paracetamol e o ibuprofeno podem ser usados em conjunto, desde que prescritos por um médico ou médica. Mas, eles não devem ser administrados ao mesmo tempo, devendo ser intercalados com intervalos de 4 horas entre um e outro.
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