A Agência Espacial Europeia (ESA) questionou seus seguidores no Twitter no dia 01/09 se já ouviram alguém dizer para não usar o celular antes de dormir. Isso ocorre porque supostamente a luz azul pode interferir no ciclo circadiano, que é a resposta natural às mudanças na luz do dia.
Esse é o tema alvo de dois experimentos, “Luz Circadiana” e “Sono em Órbita”, que estão sendo conduzidos pelo dinamarquês Andreas Morgensen na Estação Espacial Internacional, com o objetivo de compreender melhor o sono no espaço.
Nesses experimentos, os astronautas que estão na estação realizam uma volta em torno da Terra a cada 90 minutos, o que significa que eles observam o nascer e o pôr do sol 16 vezes por dia. De acordo com essa pesquisa, essa rotina faz com que os astronautas tenham dificuldade em dormir de forma natural durante a missão espacial, mesmo sem utilizar o celular.
Entretanto, como a estação espacial segue o fuso horário de Greenwich, isso permite que os astronautas mantenham uma rotina constante durante os experimentos.
Os ciclos circadianos são padrões naturais de atividade física, mental e comportamental que ocorrem em ciclos de 24 horas, sendo principalmente influenciados pela alternância entre luz e escuridão, e afetam a maioria dos organismos vivos.
Diante disso, a luz azul emitida pelo celular pode inibir a produção de melatonina, o hormônio que controla o ciclo circadiano, o que pode resultar em dificuldade para dormir e acordar no dia seguinte.
A pesquisa mostrou que os ciclos se alteram nas missões espaciais da mesma forma que ocorre com o uso do celular, o que significa que os astronautas podem sofrer de insônia e ter seu sono desregulado.
Para tentar evitar esses efeitos, Morgensen utiliza uma luz espacial, que é um sistema composto por uma lâmpada especial desenvolvida por arquitetos espaciais da Dinamarca, criada especificamente para auxiliar no ciclo circadiano dos astronautas.
Nesse sistema, durante o período da noite, quando o astronauta se prepara para dormir, a luz fica vermelha para simular o pôr do sol, e pela manhã, a luz se torna azul, semelhante ao nascer do sol.
Essas cores da luz foram escolhidas cuidadosamente para imitar a luz natural do dia, algo que os astronautas na estação espacial não têm acesso.
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