A pressão arterial precisa começar a ser medida a partir dos três anos de idade, anualmente. Afinal, as crianças e os adolescentes também podem ter a hipertensão, que é considerada uma doença silenciosa e sem cura.
Em crianças e adolescentes, a pressão é classificada como elevada a partir de 12 por 8, enquanto a hipertensão de estágio 1 ou de menor gravidade começa em 13 por 8 e a hipertensão de estágio 2 é a partir de 14 por 9.
Estima-se que de 3% a 5% das pessoas em idade pediátrica tenham hipertensão e que de 10% a 15% apresentem pressão arterial elevada. Esses números são das Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.
Medição para crianças e adolescentes
Para crianças com menos de três anos, a medição da pressão arterial é indicada apenas em casos de prematuridade, baixo peso ao nascer, cardiopatias congênitas e outras condições específicas.
Já a partir dos três anos, a medição deve ser feita anualmente. Além disso, crianças com três anos ou mais e adolescentes com fatores de risco como excesso de peso, doença renal, diabetes ou uso crônico de medicamentos que elevam a pressão arterial devem ter a sua pressão medida em qualquer avaliação clínica.
A detecção precoce da hipertensão arterial nessa faixa etária é de extrema importância. Segundo o cardiologista Luciano Drager explicou ao G1, estudos mostram que a hipertensão que se inicia cedo e não é tratada gera consequências de forma mais precoce. É o caso da pessoa que tem um acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto aos 40, exemplificou o especialista.
Fatores de risco que têm relação com a pressão alta podem começar a se desenvolver na infância. É por esse motivo que a adolescência é vista como um período crucial para a prevenção de casos futuros de hipertensão e óbitos fruto da doença.
Fatores de risco
Diversos fatores de risco estão associados ao aumento da pressão arterial em crianças e adolescentes. O aumento do sedentarismo, causado principalmente pelo uso excessivo de telas em detrimento das atividades físicas, e a alimentação de pior qualidade, que resultam no sobrepeso e obesidade, são considerados alguns dos vilões.
De acordo com Drager, um nível alto de estresse e ansiedade, além de padrões de sono desregulados, também podem favorecer o aumento da pressão arterial. Além dos fatores comportamentais, a genética também desempenha um papel relevante na ocorrência da hipertensão.
No Brasil, um estudo foi iniciado em 2008 com o objetivo de mapear a prevalência de fatores de risco cardiovasculares em adolescentes.
O Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) indicou que 9,6% dos adolescentes avaliados apresentaram hipertensão arterial. A pressão arterial mais elevada foi detectada nos meninos mais velhos, entre 15 e 17 anos.
Além disso, o estudo apontou que 17,8% dos casos de hipertensão nos adolescentes podem ser atribuídos à obesidade.
Sintomas
Somente 10% dos hipertensos apresentam sinais da doença, que costumam aparecer quando há um pico de pressão elevada. A lista de sintomas inclui:
- Dores no peito
- Dor de cabeça
- Tonturas
- Zumbido no ouvido
- Fraqueza
- Visão embaçada
- Sangramento nasal
No entanto, mesmo na ausência de sintomas, a pressão arterial elevada pode sobrecarregar o coração e causar danos aos vasos sanguíneos ao longo do tempo, aumentando o risco de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e outras complicações graves. As informações são do G1.