Na quarta-feira, 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o novo coronavírus (SARS-CoV-2) como uma pandemia. No dia seguinte, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu um comunicado atualizado acerca da doença viral, que recebeu o nome de COVID-19 surgiu na China e já se espalhou pelo mundo.
Até a tarde de sexta-feira, 13 de março de 2020, foram confirmados 151 casos do novo coronavírus no Brasil. Entretanto, a entidade alertou que, no país, o momento não exige pânico, mas sim prudência.
A organização advertiu que por enquanto não se recomenda fechar faculdades, escolas ou escritórios. Existe a preocupação que o fechamento de escolas obrigue as famílias a deixar os filhos sob os cuidados dos avós.
Enquanto nas crianças o COVID-19 é leve e a taxa de mortalidade tem sido quase nula, nos idosos a letalidade é bem mais elevada: nas pessoas com mais de 80 anos e que sofrem com doenças simultâneas (comorbidades), essa taxa é de 15%.
Entretanto, a SBI ponderou que essa é uma orientação que pode ser modificada de acordo com a evolução da epidemia, especialmente onde houver a transmissão entre os membros da comunidade.
De acordo com a SBI, uma pessoa contaminada pelo coronavírus pode transmitir a doença para outras 2,74. Em termos de comparação, a capacidade de contágio do H1N1 em 2009 era de 1,5 e a do sarampo é de aproximadamente 15.
A entidade explicou ainda que como o surto do novo coronavírus é dinâmico e o Brasil é um país tão grande, diferentes cidades e estados podem se encontrar em uma das três diferentes fases da epidemia:
A SBI ressaltou que existem maiores chances de que se entre na fase três para algumas cidades brasileiras nos próximos dias ou semanas: a maior probabilidade é para a cidade de São Paulo, seguida pelo Rio de Janeiro, que são as mais populosas do país, ao mesmo tempo em que abarcam um grande número de viajantes.
Segundo a entidade, as medidas mais recomendadas a partir do momento em que a fase inicial de transmissão comunitária for identificada são:
No entanto, mesmo com as medidas acima é possível que em poucos dias ou semanas a fase de transmissão comunitária continue a evoluir, passando dos 1 mil casos como ocorreu na Itália. Quando isso ocorrer, a SBI informa que as seguintes medidas devem ser consideradas:
A organização alertou que as medidas de prevenção mais eficazes contra o novo coronavírus são:
Conheça outras estratégias para se manter saudável e imune durante o surto de coronavírus.
Embora ainda seja necessário estudar melhor essa nova versão do vírus, sabe-se que os seus sintomas podem incluir febre, cansaço, dores leves, diarreia, nariz escorrendo e tosse. Ele ainda pode originar uma infecção no trato respiratório inferior, como uma pneumonia. A dificuldade para respirar também pode ser observada.
O chamado período de incubação do COVID-19 – que é o tempo entre o contato com o paciente doente e o aparecimento dos sintomas – é de cinco dias, em média, informou a SBI. Entretanto, existem casos raros em que a incubação leva 14 dias, completou a entidade.
Segundo a SBI, 80% a 85% dos casos são leves e não exigem hospitalização, porém, requerem que o paciente permaneça em isolamento respiratório domiciliar. Esse isolamento respiratório domiciliar é necessário desde o primeiro dia do surgimento dos sintomas, uma vez que é provavelmente nos primeiros três a cinco dias com sintomas há a maior chance de transmissão.
Estima-se ainda que 15% dos casos de COVID-19 precisem de tratamento hospitalar fora da unidade de terapia intensiva (UTI) e que 5% exijam suporte intensivo.
A SBI também alertou que nenhum tipo de medicamento como lopinavir-ritonavir, cloroquina, interferon, vitamina C (veja uma análise detalhada), corticoide, entre outros, seja empregado no tratamento do novo coronavírus até que se tenha evidências científicas da eficácia e segurança desses remédios.
A SBI advertiu que como a epidemia pelo COVID-19 é dinâmica, as informações e recomendações do informe podem precisar ser atualizadas em poucos dias, caso ela aumente e conforme novas descobertas científicas sejam publicadas. Com informações da Agência Brasil, da OMS e do Ministério da Saúde.
Fontes e referências adicionais:
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