Barulho virou ‘assassino silencioso’ ligado a diabetes; entenda a relação

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Um estudo realizado na Inglaterra descobriu que o barulho pode causar doenças como diabetes tipo 2, ataques cardíacos e até mesmo a demência.

O impacto da poluição sonora vai muito além de prejuízos apenas à audição. “É uma crise de saúde pública, pois temos um grande número de pessoas expostas em sua vida cotidiana”, alertou Charlotte Clark, professora da Universidade St. George, de Londres, no Reino Unido.

O apresentador James Gallagher, do podcast LOUD, iniciou um experimento com profissionais e pessoas cuja saúde estivesse sendo prejudicada pelo barulho. O primeiro passo foi encontrar com Clark em um laboratório de som extremamente silencioso. Para ver como o corpo reagia ao ruído, ele foi equipado com um dispositivo parecido com um relógio inteligente, para medir a frequência cardíaca e o quanto a pele transpirava.

“Há evidências muito fortes de que o barulho do trânsito afeta a saúde do coração”, analisou Clark em meio ao experimento.

Gallagher teve reações positivas apenas aos barulhos de playground, enquanto latidos de cães e festa na casa do vizinho tiveram uma reação negativa. “Você tem uma resposta emocional ao som”, afirmou Clark ao apresentador.

O som é detectado pelo ouvido e transmitido para o cérebro, onde a amígdala realiza a avaliação emocional. Essa é uma parte da resposta de ‘luta ou fuga’ do corpo que evolui para ajudar o corpo a reagir rapidamente aos sons. “Então sua frequência cardíaca aumenta, seu sistema nervoso começa a entrar em ação, e você libera hormônios do estresse”, explicou a professora.

“Se você for exposto por vários anos, e seu corpo reagir desta forma o tempo todo, isso aumenta o risco de desenvolver coisas como ataques cardíacos, pressão alta, derrame e diabetes tipo 2”, completou a profissional.

Isso acontece até dormindo – mesmo quando você acha que se adaptou ao barulho. “Você nunca desliga os ouvidos; quando está dormindo, continua ouvindo. Portanto, essas respostas, como o aumento da frequência cardíaca, estão acontecendo enquanto você está dormindo”, comentou Clark.

Depois, Gallagher encontrou com uma pessoa que vivia em um local com muito barulho durante todo o dia. “É extremamente barulhento… É barulho 24 horas por dia”, declarou Coco.

Ela diz ter sido hospitalizada duas vezes com dor no peito e acredita que o barulho tenha causado o estresse que afetou diretamente sua saúde. “Há uma mudança física que eu sinto, isso com certeza faz algo com o corpo”, analisou.

De acordo com a pesquisadora Maria Foraster, em Barcelona, estima-se que ocorram 300 ataques cardíacos e 30 mortes por ano apenas em decorrência do barulho do trânsito.

Em toda a Europa, o número é ainda mais alarmante: o barulho está associado a 12 mil mortes prematuras por ano, além de milhões de casos graves de distúrbio do sono e incômodo induzido pelo ruído, que podem afetar também a saúde mental.

O volume crucial para a saúde do coração é 53 decibéis, de acordo com Foraster. “Estes 53 decibéis significam que precisamos estar em um ambiente bastante silencioso”.

Para ter uma noção, o tique-taque de relógio costuma ter 20 decibéis, uma biblioteca silenciosa tem 40, escritório comum tem 60, aspirador de pó tem 80, o barulho de moto tem 100 decibéis, uma sirene contém 120 e um tiro, 140.

Para dormir, precisamos de níveis ainda mais baixos. “À noite, precisamos de silêncio”, reforçou a professora.

“Estamos acostumados a entender que os produtos químicos podem afetar a saúde e que são tóxicos, mas não é tão simples entender que um fator físico, como o ruído, afeta nossa saúde além da audição”, refletiu a profissional, afirmando que o impacto do barulho na saúde está ‘no mesmo nível da poluição do ar’.

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