As cetonas são substâncias químicas produzidas no fígado quando o corpo não tem insulina suficiente para transformar a glicose em energia. Quando isso acontece, o seu corpo precisa de outra fonte de energia e então usa gordura.
Esse costuma ser um processo normal para todos. Em pessoas saudáveis, o corpo trabalha para que os níveis de cetona, ou corpos cetônicos, não fiquem muito altos, mas os diabéticos correm um sério risco de desenvolver corpos cetônicos no sangue.
Se a condição não for gerenciada, as pessoas portadoras de diabetes tipo 1 ficam predispostas a desenvolver cetoacidose diabética. Ainda que seja raro, esse risco também existe para pessoas com diabetes tipo 2.
Abaixo, abordaremos o assunto cetonas na urina para entender o que significa, causas e o que fazer.
As cetonas, também conhecidas como corpos cetônicos, são subprodutos da degradação de ácidos graxos (ou gorduras). O corpo humano precisa da glicose para funcionar corretamente, pois ela é responsável pelo fornecimento de energia.
Quando o seu nível está baixo nas células, seja pelo pouco consumo de carboidratos ou por uma doença como a diabetes, onde não há insulina suficiente para ajudar as células a absorver a glicose, o seu organismo começa a “quebrar” as gorduras do corpo em busca de energia.
As células adiposas (de gordura) começam a se decompor e a produzir substâncias denominadas cetonas. As cetonas fornecem energia para as células, mas também tornam o sangue muito ácido (cetoacidose).
Em situações normais, as cetonas são formadas no fígado e decompostas de modo que quantidades muito pequenas aparecem na urina. Porém, quando as células não dispõe de glicose para obter energia, grandes quantidades de cetonas são produzidas. Portanto, níveis mais altos de cetonas na urina indicam que o corpo está usando gordura como a principal fonte de energia.
Os corpos cetônicos podem aparecer na urina por conta de diversos fatores, como os que veremos a seguir.
Uma dieta muito popular para induzir esse processo é a dieta cetogênica. Ela envolve a restrição de carboidratos, para que os estoques de glicogênio não sejam reabastecidos, e dessa forma o corpo passa a usar as gorduras como fonte de energia.
As pessoas que seguem uma dieta pobre em carboidratos devem examinar as cetonas na urina periodicamente para verificar se a gordura está realmente sendo “queimada”. Por serem subprodutos do metabolismo da gordura, sua presença na urina ou no sangue indica que a gordura está sendo eliminada.
A presença de altos níveis de cetonas na urina também pode ser causada pela diabetes descontrolada, ou descompensada. A falta de insulina pode incapacitar o corpo de quebrar a glicose e ao contrário de um corpo saudável que usará a glicose como combustível, neste caso a gordura será metabolizada.
Cetonas induzidas pela fome são produzidas quando os níveis de glicose no sangue estão baixos, e o corpo usa as reservas de gordura ao invés dos carboidratos dos alimentos para obter energia.
Tecnicamente, no processo o corpo quebra a gordura em ácidos graxos e glicerol. Convertido em glicose, o glicerol é então e usado como combustível. Já os ácidos graxos no fígado são convertidos em cetonas.
Normalmente, quando o a pessoa está faminta, cetonas estão presentes na urina, e a fome pode ser provocada por distúrbios como à bulimia, anorexia, pelo alcoolismo e também por uma dieta altamente restritiva, além de diarreia e vômitos frequentes, jejum, dietas ricas em proteínas, dietas pobres em carboidratos.
Quantidades excessivas de álcool também podem ser a causa de cetonas na urina. Cetoacidose é a característica de acidez presente no sangue, ocasionado pelas cetonas.
Ela é considerada uma síndrome metabólica e é chamada de cetoacidose alcoólica. Geralmente ela está mais presente em pessoas com alcoolismo, porém, apesar de mais raro, não-alcoólatras de todas as faixas etárias podem desenvolver.
Como citado acima, a cetose é um processo normal e a maioria das pessoas não precisa se preocupar. Porém, para aqueles que têm diabetes, especialmente o a diabetes tipo 1, a presença de cetonas pode indicar que a diabetes está descompensada. Já portadores do tipo 2 dificilmente serão afetadas, pois o pâncreas ainda é capaz de “queimar” alguma quantidade de glicose.
Caso os níveis de cetona aumentem, podem causar náuseas, vômitos, diminuição da ingestão de líquidos e alimentos, além de desidratação. Em pessoas com diabetes tipo 1, até mesmo doenças comuns podem causar aumento dos níveis de cetona, levando à cetoacidose diabética.
Durante a prática de exercícios físicos, a gordura e a glicose são utilizados para fornecer energia aos músculos. No caso dos níveis de glicose estarem baixos, a gordura será o principal combustível dos tecidos musculares, e consequentemente as cetonas serão produzidas.
Para obter energia, o fígado converte o glicogênio armazenado em glicose durante o exercício, para obter energia. Porém, se o nível de insulina estiver baixo, os músculos não podem utilizar a glicose, levando a um aumento nos seus níveis no sangue.
Então quando os diabéticos apresentam vestígios de cetonas na urina e a glicose no sangue estiver alta, não devem fazer exercícios sob hipótese alguma. Isso pode significar que a doença está fora de controle. A cetoacidose diabética ocasionada pelo exercício é rara, mas é preciso se precaver.
São comuns níveis moderados de cetonas na urina durante a gestação, e não existem pesquisas definitivas para evidenciar se isso pode afetar o feto.
Durante a gravidez, o corpo se torna resistente à insulina, dificultando a utilização da glicose como fonte de energia. Dessa forma, pequenas quantidades de cetonas podem aparecer na urina.
Se as quantidades forem excessivas, podem indicar longos intervalos entre as refeições e certos distúrbios nutricionais. Nesse caso uma dieta balanceada contendo carboidratos simples poderá ser recomendada pelo médico.
Os corpos cetônicos também podem aparecer na urina devido a outras condições, como desidratação, hipertireoidismo, distúrbios metabólicos, dentre outros.
A primeira providência é testar o sangue ou urina para medir os níveis de cetona. Esse exame pode ser feito em casa através de kits que estão disponíveis nas farmácias para ambos os tipos de testes, embora os testes de urina continuem sendo mais comuns.
Vale reforçar que o teste deve ser feito para as seguintes situações:
Para realizar um teste de urina, siga corretamente as instruções do fabricante. As tiras de teste de urina contêm produtos químicos especiais que mudam de cor quando reagem com cetonas e a interpretação deve ser feita comparando a tira de teste com a escala de cores indicativa.
As cetonas podem tornar o seu sangue ácido e causar cetoacidose diabética. Os efeitos mais graves envolvem:
Para evitar a formação de cetonas na urina, o principal caminho é cuidar da alimentação. Mantenha um nível adequado de carboidratos e poucas gorduras. Se a intenção é seguir uma dieta com baixa ingestão de carboidratos e caso já tenha apresentado sintomas da presença de cetonas, procure um médico.
Uma dica é inserir canela na alimentação, pois ela pode melhorar a digestão do açúcar pelas células do corpo, principalmente para pessoas com diabetes. Para prevenir os efeitos das cetonas na urina, recomenda-se o consumo de 2 a 3 gramas de canela após as refeições.
Para as mamães que estão em fase de amamentação, o foco principal deve ser na alimentação, para que ela seja equilibrada. Ingira quantidades suficientes de carboidratos, frutas e vegetais frescos.
E por último, mas não menos importante, pratique exercícios regularmente. As atividades associadas a práticas como o yoga podem ajudar a estabilizar o metabolismo e equilibrar o uso de carboidratos e gorduras para fins energéticos.
O tratamento de altos níveis de cetona pode ajudar imediatamente a evitar a hospitalização. Os níveis moderados podem ser tratados em casa, porém se seus níveis continuarem a subir, você precisará receber tratamento médico. Os tratamentos podem incluir:
Não deixe de conversar com o seu médico para controlar o processo e contornar possíveis impactos negativos para o organismo.
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