Comer esse tipo de carne vermelha eleva risco de demência, alerta Harvard

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Um novo estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, indica que comer grandes quantidades de carne vermelha – especialmente em formas processadas – aumenta o risco de demência e declínio cognitivo. O registro foi publicado no período médico Neurology.

Comer esse tipo de carne vermelha eleva risco de demência, alerta Harvard

A pesquisa aponta que uma dieta rica nesse tipo de alimento está associada a condições cerebrais. “As diretrizes alimentares tendem a se concentrar na redução de riscos de condições crônicas, como doenças cardíacas e diabetes, enquanto a saúde cognitiva é discutida com menos frequência, apesar de estar ligada a essas doenças”, disse o doutor em ciências Daniel Wang, autor do estudo, ao portal do sistema de saúde Mass General Brigham.

Dos 133.771 indivíduos com idade médica de 49 anos no início do estudo, 11.173 deles foram diagnosticados com demência até 43 anos depois. As informações foram coletadas do Nurses Health Study (NHS) e do Health Professionals Follow-Up Study (HPFS), que analisaram os dados de saúde e os estilos de vida dos participantes.

Especialistas recomendam que o consumo diário de carne vermelha seja de uma porção equivalente ao tamanho da palma da mão. Na pesquisa, consideraram um valor equivalente a 85g.

No estudo de Harvard, quem come mais que essa quantidade de carnes vermelhas processadas – ou seja, duas fatias de bacon, uma fatia e meia de mortadela ou cachorro-quente – apresentou um risco 13% maior de desenvolver demência, em comparação com quem ingeriu a porção mínima.

No desenvolvimento da análise, houve a medição da função cognitiva objetiva dos participantes com o uso de avaliações cognitivas padrão. Os cientistas perceberam que os indivíduos consumidores de maior quantidade de carnes vermelhas processadas tiveram um pior desempenho nos testes. O grupo apresentou envelhecimento cognitivo acelerado em aproximadamente 1,6 anos.

O portal Mass General Brigham informa que os pesquisadores averiguaram o declínio cognitivo subjetivo (SCD) dos voluntários em avaliações padrão. Novamente, foi notado novamente que o consumo de carnes processadas ou não processadas – como a bovina, suína e hambúrguer – tiveram um maior risco de declínio cognitivo.

“O risco de SCD aumentou em 14% para aqueles que comiam um quarto ou mais porções de carne processada diariamente em comparação com o grupo de consumo mínimo, e em 16% para aqueles que comiam uma ou mais porções diárias de carne não processada em comparação com aqueles que comiam menos da metade de uma porção”, escreveram os estudiosos em um artigo do portal.

O autor da pesquisa avaliou que os resultados tendem a incentivar uma “maior consideração da conexão entre dieta e saúde cerebral. No entanto, novos estudos devem ser feitos a fim de explorar os fatores que ligam a carne vermelha ao risco de demência, além de relacionar as condições de saúde com o funcionamento do microbioma intestinal.

Até o momento, acredita-se que o teor de gordura saturada e sal da carne vermelha pode prejudicar a saúde das células cerebrais. O Brasil está no top 10 dos países que mais consomem o alimento em todo o mundo.

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