Juliana Vilela, 30 anos, viu um incômodo estético tornar-se uma questão de saúde. A jovem notou o surgimento de um sinal no nariz, pensou tratar-se de uma espinha, mas descobriu que era, na verdade, um sarcoma, tipo raro de câncer.
Agora em processo de recuperação, Juliana reflete sobre o risco que poderia ter corrido caso tivesse ignorado a marca.
“O sinal me incomodava porque não estava bonito. Me questiono, hoje, se aquilo me alertaria caso tivesse aparecido em qualquer outro lugar do meu corpo. Em São Luís, no Maranhão, que é a minha cidade, começamos uma investigação com biópsia, mas foi em São Paulo que veio a certeza”, relatou em entrevista à Marie Claire.
Quando achava que se tratava apenas de uma espinha, Juliana realizou uma cauterização, mas a ferida não cicatrizou. Pouco tempo depois, a dentista iniciou o tratamento adequado para sarcoma e precisou se mudar para São Paulo.
“Assim que descobrimos, partimos para a remoção. A verdade é que a minha ficha demorou a cair. Eu entendi mesmo tudo o que estava acontecendo depois que voltei da cirurgia”, admitiu.
Juliana precisou retirar uma grande parte do nariz e fez enxertos com a pele da testa na região. A jovem falou sobre o impacto quando recebeu a notícia: “Teve muito chororô. Fui para casa pensativa, mas sem querer reclamar muito”.
“Eu tive a oportunidade de descobrir a doença e poder me cuidar, poderia ter sido diferente, mas não vou te dizer que não há questionamentos. Fiquei me perguntando: o que está acontecendo? Por qual motivo é comigo?'”, recordou.
Autoestima após reconstrução
A empresária se preocupou com sua autoestima após o tratamento, mas recebeu bastante apoio: “Quando fui fazer a cirurgia, me questionei muito sobre como seria a minha relação com o espelho, e o que seria do meu relacionamento”.
“Me recuperei de maneira leve e saudável porque muitas pessoas maravilhosas me apoiaram. O meu namorado, inclusive, se tornou o meu marido no meio do processo de recuperação”, celebrou ela, que casou em fevereiro deste ano com o também empresário Caio Vasconcelos.
Entretanto, Juliana assumiu que não é sempre que se sente confiante. “Às vezes eu olho e penso: ‘Caramba, ficou muito bom’. Outras vezes não sinto que o resultado da cirurgia está tão incrível, quero mudar isso e aquilo”, contou.
“Tento ter um olhar generoso comigo, mas não sou uma muralha. Óbvio que tem dias que choro, mas respeito tudo o que passei. A minha relação com o espelho é de amor e ódio”, continuou.
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Vilela continua em tratamento e precisa voltar a São Paulo para realizar novos exames: “Não posso chegar aqui e dizer que estou curada. O câncer está em estado de remissão, mas só daqui a cinco anos poderei me declarar curada de verdade”.
“Posso dizer, sem dúvidas, que a minha vida mudou com tudo o que aconteceu. Após ter viralizado, a internet se tornou uma fonte de trabalho, com a minha loja de roupas, que tenho desde antes de descobrir o câncer”, comentou.