Calma, isso não significa que você deva abandonar o tratamento com o psicólogo ou psiquiatra e trocá-lo apenas pela atividade física. Mas, não é de hoje que se fala sobre os benefícios dos exercícios para a saúde mental. Inclusive, existe uma discussão acerca da relação entre o sedentarismo e a tristeza.
Mais recentemente, um estudo publicado em fevereiro apontou que os exercícios físicos podem ser altamente benéficos na tarefa de ajudar a diminuir sintomas associados a questões de saúde mental.
A pesquisa, que foi publicada no British Journal of Sports Medicine, incluiu 97 revisões sistemáticas de estudos controlados randomizados. Essas revisões relataram os resultados de 1039 estudos, que contaram com 128.119 participantes.
Esses participantes variavam entre pessoas que sofriam de problemas de saúde mental, indivíduos saudáveis e pacientes com várias doenças crônicas.
Os estudos analisados incluíram pessoas que aumentaram o seu nível de atividade física por um período de menos de 12 semanas e foram avaliadas em questões como depressão, ansiedade e sofrimento psicológico.
Os pesquisadores apontaram que os resultados mostraram que a atividade física foi efetiva na redução de sintomas leves a moderados de depressão, ansiedade e sofrimento psicológico.
Os maiores benefícios foram observados naqueles com depressão, nas gestantes e mulheres na fase pós-parto, em pessoas saudáveis e pacientes diagnosticados com HIV e doença renal.
Todos os tipos de exercícios, como caminhada, pilates, ioga e treino de resistência, se mostraram benéficos. No entanto, o estudo apontou que sessões pequenas de exercícios de alta intensidade foram as mais efetivas para diminuir os sintomas associados à saúde mental.
Segundo os pesquisadores, uma limitação do estudo é que a maior parte das evidências se focou na depressão de nível leve a moderado, ao passo que menos revisões abordaram a ansiedade e o sofrimento psicológico.
Não. É fundamental destacar que os pesquisadores não estão sugerindo que a terapia ou os medicamentos são irrelevantes, mas que os exercícios podem ser um fator importante no tratamento de questões associadas à saúde mental.
A terapeuta Morgan Bailee Boggess, que já foi associada de pesquisa clínica da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, é cautelosa quanto a fazer declarações absolutas a respeito de qualquer tipo de método de tratamento.
Ela disse que não minimiza a eficácia das atividades físicas, mas não acha que pode ir tão longe ao ponto de dizer que eles são a única coisa que as pessoas deveriam tentar. Na sua experiência, uma combinação entre terapia e mudanças no estilo de vida funciona melhor.
Boggess acredita que é uma questão individual, de escutar e avaliar as preocupações de cada pessoa e recomendar os exercícios se e quando for adequado para o paciente em questão. As informações são do Healthline.
Assim, além de recorrer às atividades físicas, quem está enfrentando questões de saúde mental também precisa procurar a ajuda de um profissional de saúde qualificado.
Ao mesmo tempo, aqueles que utilizam medicamentos para tratar problemas psicológicos não podem abandonar o uso do remédio sem antes consultar e serem orientados pelo seu psiquiatra, pois isso pode ser bem perigoso.
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