Um dia a mulher está seguindo sua rotina normalmente, indo e voltando do trabalho na sua moto até que recebe a notícia que está esperando um neném, mas não sabe se grávida pode andar de moto.
Será que entre todas as mudanças e cuidados que a gestação exige, ela também precisará deixar de andar de moto? Ou uma grávida pode fazer isso sem maiores preocupações?
Depois que tirar as suas dúvidas a respeito disso, aproveite para saber mais a respeito de outro questionamento que pode assombrar uma gestação – se a grávida pode malhar.
A médica de família e comunidade Nicole Geovana afirmou que uma mulher grávida pode andar de moto. No entanto, não sem algumas ressalvas e cuidados.
“A mulher grávida pode andar de moto durante todo o período da gestação. Os cuidados devem ser tomados, assim como o uso obrigatório do capacete. Caso a gestante perceba alguma limitação de movimento para dirigir a moto, ela deve considerar usar outro veículo de transporte. Caso a mulher tenha alguma contraindicação médica, ela deve tomar as medidas recomendadas”, explicou a médica.
Ou seja, o mínimo necessário é que a gestante não tome a decisão por conta própria e consulte o médico que acompanha a sua gravidez para saber se realmente deve andar de moto ao longo da sua gestação e conhecer todos os cuidados que precisa tomar caso a atividade seja liberada pelo profissional. Até porque não são todos os especialistas que defendem que a grávida pode andar de moto.
É o que recomendou uma matéria a respeito do assunto. A médica obstetra Cláudia Magalhães advertiu que a gestante necessita ter em mente que os acidentes de moto são relativamente comuns e uma queda mesmo em velocidade reduzida podo colocar a vida do neném em risco.
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Magalhães não está errada ao salientar como os acidentes de moto podem acontecer com certa frequência. De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, um balanço realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para o Maio Amarelo das 26,229 mil internações de pessoas envolvidas em acidentes de trânsito no ano de 2018, 86% ou 22,581 mil eram motociclistas.
Conforme o Governo de São Paulo essa tendência não vem de hoje: dados do ano de 2013 indicam que ocorreram 22,644 mil internações de pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, das quais 18,608 mil ou 85% estavam relacionadas às motocicletas.
O médico obstetra Marcos Tadeu Garcia esclareceu que ao a mulher experimenta uma elevação em peso corporal durante a gestação e uma mudança no seu eixo de equilíbrio, ao mesmo tempo em que as juntas e as articulações se tornam mais moles e suscetíveis a entorses.
Conforme a gravidez avança a mulher vai perdendo sua agilidade, o que pode atrapalhar na hora de pilotar ou até mesmo subir e descer da garupa de uma moto.
Qualquer queda pode resultar em uma ocorrência grave tanto para a gestante quanto para o seu neném, o que pode incluir o deslocamento da placenta e outros traumas, por exemplo.
O médico obstetra Eduardo Vieira de Motta também fala a respeito da pilotagem de moto ao longo da gravidez e adverte que o grande problema de andar de moto enquanto gestante é justamente o perigo de queda.
Ao sofrer uma queda, a futura mamãe aumenta os riscos de quebrar a bacia e perder o seu neném. Pior ainda se o acidente acontecer no final da gestação: o útero cheio de sangue piora um quadro de hemorragia.
Ao responder esse mesmo questionamento se a grávida pode andar de moto, o médico obstetra e ginecologista Rufus Harold Holbrook afirmou que desde que a velocidade e a superfície onde a mulher pilota sejam bem conservadoras, que a futura mamãe seja uma motociclista experiente, que não ocorram impactos entre a motorista e o solo e que não haja grandes batidas e buracos na estrada, não espera-se que o ato de andar de moto provoque qualquer efeito na gestante.
No caso de precisar andar de moto enquanto grávida, além de estar sempre em baixa velocidade, a mulher deve utilizar sempre os equipamentos de segurança e proteger bem a sua barriga,.
“Entretanto, se ela pilotar e então ver sangramento, ela nunca vai acreditar que a viagem (na moto) não teve nada a ver com isso. Então, essa é uma daquelas coisas que é melhor deixar para fazer depois da gravidez”, aconselhou o médico obstetra e ginecologista Holbrook.
Até porque é um tanto quando difícil reunir todas as condições ideais mencionadas pelo especialista para garantir a segurança da futura mamãe enquanto ela anda de moto, não é mesmo? Isso sem contar que muitos fatores de perigo não dependem somente dela, mas também dos outros motoristas que estiverem no trânsito, o que é impossível de controlar.
A futura mamãe necessita contar com o acompanhamento individualizado com o médico a partir do momento em que descobrir que está esperando um neném para conhecer direitinho todos os cuidados que necessitará ter a partir de então, o que inclui saber tudo o que pode ou não pode fazer ao longo de sua gestação e tirar dúvidas outras dúvidas que podem surgir como se a grávida pode fazer dieta ou como não engordar demais na gestação.
Esse acompanhamento realmente precisa ser individualizado porque o que funciona e é seguro para uma gestante pode não funcionar ou ser perigoso para a outra, uma vez que cada mulher pode apresentar diferentes características em sua saúde e organismo, além de diferentes graus de risco em sua gravidez, que exigem cuidados diferentes para que a gestação evolua até o final conforme o esperado.
Tenha em mente que este artigo serve unicamente para informar e jamais pode substituir as recomendações qualificadas e profissionais de um médico.
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