A hemorragia menstrual, ou menorragia, é uma condição clínica marcada por um sangramento excessivo durante a menstruação. Esse excesso pode se dar no volume de sangue perdido, na duração do período menstrual, ou no aumento da frequência de períodos de sangramento ao longo do ciclo.
Algumas vezes, a hemorragia menstrual é um caso isolado, sem causa definida e que se resolve naturalmente. Em outras, ela está associada a doenças que afetam o útero, que precisam ser diagnosticadas e devidamente tratadas, caso contrário podem gerar complicações, como anemia por deficiência de ferro.
Veja mais detalhes sobre a hemorragia menstrual, os sintomas, as possíveis causas e como são feitos o diagnóstico e o tratamento.
A hemorragia menstrual é tratada na medicina como menorragia, uma condição anormal em que se tem um sangramento uterino intenso durante a menstruação.
Em termos técnicos, ela é caracterizada pela perda de mais de 80 mL de sangue durante a menstruação, porém este parâmetro é muito difícil de medir.
Na prática, alguns sinais podem indicar que você está eliminando esse volume excessivo de sangue:
Uma menstruação normal causa a eliminação de 25 até 80 mL de sangue, o que demanda uma troca de absorvente a cada 6 ou 4 horas.
O período menstrual (de sangramento) não dura mais do que 7 dias, sendo normal um intervalo de 5 a 7 dias. O ciclo menstrual, que é constituído por todas as fases, folicular, ovulatória e lútea, dura entre 21 e 35 dias.
Alterações na frequência do período menstrual e em sua duração também podem configurar um quadro de menorragia. Por exemplo, menstruar em outras fases do ciclo, que não o período menstrual, é um sinal de hemorragia menstrual, assim como ter um período menstrual que se estende para além de 7 dias.
Os sinais de hemorragia menstrual são as irregularidades no período menstrual:
Esses sinais podem ser acompanhados de sintomas associados à principal complicação da menorragia, que é a anemia ferropriva. Nesse caso, a mulher apresenta:
A menorragia pode ser idiopática, quando não se identifica uma causa a ocorrência da hemorragia menstrual.
Quando ela não é idiopática, as causas mais comuns são essas:
A investigação das possíveis causas mencionadas se inicia com um exame físico da pelve (exame ginecológico), por meio do qual o médico ou a médica ginecologista procura a origem do sangramento. Nesta ocasião, pode ser feito o exame de papanicolau, para investigar se há anormalidades no colo do útero.
Se a mulher estiver em idade fértil, será feito um teste de gravidez, para afastar a hipótese de gestação em fase inicial ou aborto espontâneo.
Outro exame que pode ajudar a identificar a causa da hemorragia menstrual é o hemograma completo, para ver como estão os níveis hormonais e as funções do fígado e da tireoide.
Se a mulher estiver com hipotireoidismo, seus fatores de coagulação podem ficar alterados no sangue, levando a quadros de hemorragia menstrual. Para verificar como está a coagulação do sangue, pode-se fazer um coagulograma completo.
Com o hemograma, também é possível verificar se a mulher com fluxo intenso desenvolveu anemia, uma complicação comum da hemorragia menstrual.
Os miomas e os pólipos uterinos são investigados com exames de imagem, normalmente a ultrassonografia, que já permite a identificação de qualquer anormalidade na estrutura do útero.
Caso se levante a hipótese de câncer, um fragmento da massa suspeita é coletado e analisado em microscópio, que é o exame de biópsia, o teste padrão-ouro no diagnóstico de câncer.
Descoberta a causa da hemorragia menstrual, se inicia o tratamento mais apropriado. Casos de menorragia idiopática ou de sangramento uterino disfuncional muitas vezes se resolvem sozinhos, sem necessidade de nenhum tratamento.
Mas, é importante que, na presença de um fluxo muito intenso e na ausência de um tratamento específico possível, a mulher seja acompanhada com exames de sangue regulares, para saber se está estável ou se desenvolveu uma anemia.
Caso não esteja estável ou tenha desenvolvido anemia, é preciso fazer a administração de fluidos por via intravenosa ou terapia de reposição de ferro.
Geralmente, os casos de hemorragia menstrual são tratados com anticoncepcionais. O tratamento de primeira linha é o DIU Mirena, um dispositivo intrauterino que libera progesterona e dura até 5 anos.
O tratamento de segunda linha é feito com medicações por via oral, que podem ser pílulas anticoncepcionais combinadas, ácido tranexâmico ou anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), para controlar o excesso de sangramento.
Como tratamento de terceira linha, existe a mini-pílula, que contém apenas progesterona em sua composição.
Por fim, existem os tratamentos cirúrgicos reservados para aqueles casos em que há presença de miomas, aderências intrauterinas, pólipos uterinos e endometriose. Essas anomalias podem ser removidas cirurgicamente.
Em casos graves de anomalias no útero ou de câncer, pode ser necessária a histerectomia, que consiste na remoção cirúrgica do útero e, possivelmente, das tubas uterinas (trompas de falópio) e ovários também.
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