Microplásticos encontrados no cérebro humano estão ligados à demência

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De acordo com uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, o tecido cerebral humano contém quantidades significativas de microplásticos e nanoplásticos (MNPs), com concentrações ainda maiores em indivíduos diagnosticados com demência.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, e indica que o acúmulo dessas partículas pode ter implicações preocupantes para a saúde neurológica.

Os cérebros analisados apresentavam, em média, o equivalente a uma colher de chá de microplásticos. Em indivíduos com demência, por sua vez, os níveis eram de três a cinco vezes maiores. Ademais, a concentração de MNPs no cérebro foi de sete a 30 vezes superior à encontrada em outros órgãos, como fígado e rins.

Outro ponto ressaltado pelos cientistas é o aumento expressivo dessas partículas no tecido cerebral ao longo dos últimos anos. “O aumento dramático nas concentrações de microplástico cerebral de 2016 a 2024 é particularmente preocupante”, alertou o cientista Nicholas Fabiano, do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Ottawa. Embora não tenha participado deste estudo específico, o profissional comentou sobre o artigo na revista Brain Medicine.

Como os microplásticos afetam o cérebro

Os pesquisadores alertam que partículas de microplásticos menores que 200 nanômetros, especialmente de polietileno, conseguem ultrapassar a barreira de proteção do cérebro e acumular nas paredes dos vasos sanguíneos e em células do sistema imunológico. Isso tudo levanta preocupações sobre como essa exposição pode influenciar o desenvolvimento de doenças neurológicas, como a demência.

Existem algumas medidas práticas para minimizar a ingestão de microplásticos, segundo a publicação da Brain Medicine. Um dos principais conselhos é substituir a água engarrafada pela filtrada na torneira. “A água engarrafada pode expor as pessoas a quase tantas partículas de microplástico anualmente quanto todas as fontes ingeridas e inaladas combinadas”, explica Brandon Luu, da Universidade de Toronto. Se seguir a orientação, a ingestão anual de microplásticos pode ser reduzida de 90 mil para cerca de 4 mil partículas.

Outras fontes de contaminação comuns são os saquinhos de chá feitos de plástico, que liberam milhões de partículas micro e nanométricas durante o preparo, e o aquecimento de alimentos em recipientes plásticos, especialmente no micro-ondas. “Evitar o armazenamento de alimentos em plástico e optar por alternativas como vidro ou aço inoxidável é um passo simples, mas significativo, para reduzir a exposição”, complementa Luu.

Os cientistas ressaltam que ainda não necessários mais estudos para determinar se a redução da ingestão de microplásticos resulta em menor acúmulo no organismo humano. Além disso, outras pesquisas estão explorando possíveis formas de eliminá-los, como pela transpiração.

“Precisamos entender melhor os efeitos dos microplásticos antes que seja tarde demais. Essa pode ser uma das maiores ameaças ambientais que a maioria das pessoas ainda não percebeu”, alerta o médico David Puder, do podcast Psychiatry & Psychotherapy.

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